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Autor Tópico: Concurso "Cartas ao desbarato"  (Lida 125114 vezes)
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« Responder #240 em: Fevereiro 28, 2011, 19:29:57 »

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Dionísio Dinis
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« Responder #241 em: Março 01, 2011, 05:49:26 »

Por provocação de Goretidias
http://www.escritartes.com/forum/index.php/topic,30253.0.html
e incitação das utilizadoras cduxa e Alexa, nasce este concurso, "Cartas ao desbarato".

“CARTAS ao DESBARATOâ€
[/b]

Prémio EscritArtes, comércio

O prémio “Cartas ao Desbarato†é uma iniciativa do site EscritArtes, com o apoio da  empresa EscritArtes Comércio e da editora mosaico de palavras

Há cartas de amor, de ódio de amizade. Há cartas políticas, de raiva e de impotência.
Há cartes de fé, de ilusão e de descrença. Há cartas.
Há cartas ao desbarato!
CARTAS ao DESBARATO é uma mais um desafio ao talento e criatividade de quem faz da escrita um acto de memória e de futuro.
Reais ou ficcionadas há cartas e talentos díspares, venham elas soberanamente acompanhadas pelos respectivos talentos.

 

REGULAMENTO



-Pode participar neste concurso qualquer autor que esteja registado no site EscritArtes.
- Cada autor poderá participar com duas cartas e cada carta não poderá exceder os 3400 caracteres, incluindo espaços.
-A participação é exclusivamente na modalidade de prosa.
-Está vedada a participação no concurso dos elementos do júri. Contudo, se o conjunto de participações vier a dar origem a obra impressa, poderão os elementos do júri participar no referido livro.
- Os textos inéditos concorrentes deverão ser enviados para: administracaoescritartes@gmail.com (Assunto: “CARTAS ao DESBARATOâ€)  e nunca postados directamente pelos autores, em qualquer tópico que seja do site. Se tal vier a acontecer antes dos resultados finais, o texto será retirado de concurso.
-O último dia para recepção dos textos concorrentes será o dia 4 de Março de 2011
- A partir de tal data, o júri nomeado pela administração procederá à avaliação dos trabalhos e anunciará a sua decisão e entrega de prémios em evento a realizar a 28 de Maio em local a anunciar.
-O júri será constituído por um elemento da administração do site EscritArtes, um elemento da editora mosaico de palavras e um terceiro elemento nomeado por consenso entre a editora e o site. 
-Da decisão do júri não haverá recurso.
- Existirá um primeiro prémio pecuniário no valor de 100 euros
-Existirá um segundo prémio pecuniário no valor de 25 euros
-Existirá um terceiro prémio constituído por um lote de livros, oferecido pela editora mosaico de palavras

 
- Cláusula única:
Os  vencedores ficam automaticamente obrigados a colaborar com as suas respostas numa entrevista a ser-lhe dirigida pelos Organizadores, bem como dispensar material fotográfico para suporte da postagem da mesma no Escritartes. Tanto o vencedor como o segundo premiado deverão também disponibilizar o seu NIB/IBAN para transferência bancária.

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Pensar amar-te, é ter o acto na palavra e o coração no corpo inteiro.
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« Responder #242 em: Março 01, 2011, 18:36:47 »

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« Responder #243 em: Março 01, 2011, 21:45:00 »

Carta n.º 34
13 Setembro de 1974

Sardanisca,emoldurei este momento (tu sabias) para ti

Estou na varanda a escrever-te.Ainda em robe. Um sumo de tomate (acabado de fazer) a meu lado.O oceano quase transparente no horizonte. Num espelhamento mútuo de azuis.Entre céu e mar. A brancura imensa de areais sem fim é tingida de vida animal. Em sinfonias edénicas. A presença subtil de uma brisa amena, coroa este quadro.

"Acordo com o cheiro intenso a maresia. Antes de abrir os olhos saboreio o momento. Neste naco de mar e areais. Tento identificar cada som. Um a um incorporo a sua identidade. Imagens de infância surgem.Cadenciadas. Alegres. A competir na memória. As batidas do meu coração. Fortes. Vigorosas. (ainda) amalgamadas com as dos tambores de Ãfrica. Dividem-me. Reagem às constelações do meu destino. Aqui, a humidade da noite sente-se.No roçar dos lençóis. No sabor salgado depositado nos lábios. Emoções novas rompem das antigas.Como num ciclo celular. A aurora saúda-me. Sinto-o. No latejar. Sobre as minhas pálpebras. De um pulo abro a janela. A luz sem pedir licença lava-me o peito. Os meus olhos ajustam-se à paisagem. A memória guardou-a assim. Tal e qual. A ilha ao largo. O forte recortado pelo azul do horizonte. Os mesmos cheiros. A mesma paleta de cores. Das arribas planam as águias imponentes.Casinhas caiadas aninham-se no monte.Presas entre céus e terra. Dentro de mim desperta um broto de esperança, neste novo dia."
Sardanisca, prometo dar-te conta da minha presença. Mas como já dizia o T. de Pascoaes « todos nós somos mais feitos de ausência do que presença».Com esta carta vai também um cheirinho de urze e flor de medronheiro.Uma braçada de conchas e brincos de rainha.
beijos, beijos, beijos,

Samouco

P.S. Desculpa o rasurado. Dei-me conta que o ti Manel vai agorinha à vila. Aos sábados os correios fecham ao meio dia.Assim ainda lês esta carta lá para terça ou quarta-feira. Ele está a despachar-me e a mandar-te muitas saudades - Saudades pr'a menina



Carta n.º 35


  Caro Senhor

    Como humilde servo  de V. Exa, hesitei bastante antes de lhe
escrever esta carta. Apesar dos meus votos terem sido da
responsabilidade de interpostas pessoas e terem sido formulados quando
a minha idade se contava por meses, a comunidade em que me insiro,
impõe-me determinadas obrigações e a principal consiste em
respeita-lo. Por outro lado, tem V. Exa, pelo altíssimo cargo que
ocupa, também deveres e obrigações para com os seus súbditos.


 Apelidam-no de bondoso, misericordioso, compassivo etc. Porém, V. Exa
desde que foi investido nesse alto cargo, nunca fez jus a esses
epítetos, antes pelo contrário. Senão vejamos:
Intitula-se V. Exa de Criador supremo, mas se assim é, porque
desrespeita a vida e a dignidade, permitindo toda a espécie de chagas
sociais, a fome, doenças maléficas, pedófilos, violadores, assassinos,
ladrões, corruptos etc?  Este rol de infelicidade e desgraça que
atravessa transversalmente toda a humanidade é da sua inteira
responsabilidade, pois assim, o permite. Direi mais: é compatível com
sadismo, desleixo, incúria e incompetência.
    Alguns dos vossos servidores mais fiéis, cegos  propagandistas
profissionais do branqueamento do vosso comportamento, tecem loas ao
sofrimento, à penitência e ao perdão aos nossos inimigos! Neste
contexto, quem  há-de perdoar a V. Exa ter esquecido o Amor e com ele
a Terra prometida?

     Ciente da inevitabilidade da punição com que costuma castigar
quem o desafia,  tem a presente, a finalidade de informar V. Exa que a
partir de hoje deixarei de confiar em si, aconselhando-o, vivamente a
rever com urgência o seu comportamento.

 Atentamente

Carta n.º 36


Empresa na hora
Como empresário, em nome individual, informo que me vou lançar no negócio de mútuos afetos. Após estudo no mercado circundante, acho que reúnes o perfil exigido para a função. Quem sabe se até  Ã  procriação e multiplicação da espécie.

Quando te vi, sofri forte impacte ambiental no meu coração. Foi como um terramoto! Deve ter atingido o nível 6 da escala de Richter, aumentando sempre que te via.
Quando te que encontrei pensei que serias "aquela máquina" para a produção de mútuos afetos! Caso queiras alinhar nesta  joint-venture, para evitar mais danos sísmicos sentimentais, e com o objetivo da produção de mútuos afetos, cuja produção poderá ter cotação em bolsa, com mútuos dividendos, solicito que compareças na minha empresa "Empresa de Pesquisas Amorosas", o mais depressa possível, em hora a combinar.

As condições oferecidas são as melhores do mercado; tratamento personalizado, vinte quatro horas por dia, com seguro de vida e reboque em caso de avaria na "máquina dos afetos",  com revisão nas oficinas da marca.
Oferta de cartão de crédito,  durante a época balnear, para pagamento de almoços e jantares, idas ao cinema, teatro, compra de biquinis, assim como para sandálias e sombras das palhotas nas praias ou camas de rede, com "escravos" a abanar o leque para refrescar o ar! As massagens são por minha conta!
No Inverno, usufruirás do meu leito, com aquecimento central e com assistência sexual garantida, com um mínimo duma dúzia de beijos diários, sortidos e passeantes por variadas partes do teu corpo!
As relações sexuais, serão seguras, com uso do novo preservativo
"DeSida-se com control", nome de minha autoria, vendido à marca, de que beneficio, com uma boa margem nas  vendas, que me permite vida controlada!
Caso decidamos pela prociação, para a mesma ser  cem por cento segura, a fertilização será feita in-vitro ou por  fecundação assistida. Logo se vê.
De vez em quando, para imitar o Homem pré-histórico, arrastar-te-ei pelos cabelos, até ao quarto e não tomarei banho durante um mês, não cortarei  barba nem cabelo durante um ano nem utilizarei talheres nem guarda-napos à mesa. Será tudo à unha!

Na questão religiosa, como liberal que sou,  e como dizem que Deus só há um, dividimos a meio. Tu ficas com a parte dos milagres, eu com o recebimento das oferendas!
Se ficares, providenciarei cursos grátis de formação sexual, inserido no programa governamental "Novas Oportunidades", para que possas dominar as técnicas de desempenho sexual, embora não pretenda que domines o Kamasutra, pois até eu só ainda conheço 68 posições!
Se reunires as condições, (estou convencido que sim) com mútuas vantagens em perspectiva, terás estabilidade amorosa de longa duração, das maiores do mercado, sem casamento religioso nem civil, apenas união de facto. Durará até acabar!
Todavia, minha intenção é que dure toda a vida, desde que estejas disposta a não cobrares horas extraordinárias e pronta para todo o serviço, sem me apresentares recibos verdes de serviços prestados, senão ficarei amarelo!
Terás liberdade na tua criatividade. Eu, pela minha parte, no meu amor por ti porei toda a ciência e arte. Depende de ti quereres ser encaixilhada e em exposição no meu coração.
Contacta-me. Preciso que repares os estragos em  mim causados! Acho que precisas de toda a vida! Assina este, que te quer para sócio. A empresa será na hora!

O Gerente
« Última modificação: Março 19, 2011, 10:37:13 por Administração » Registado
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« Responder #244 em: Março 01, 2011, 21:54:11 »

Carta n.º 37


Querido Diário


Há quanto tempo eu não te visito?
- Sinceramente não sei, como também não sei precisar quando foi a última vez que te peguei para recordar um pouco os meus desabafos e os meus segredos, que em ti depositei.
Devo dizr-te que não te esqueci e sei muito bem o quanto me queres, sobretudo quando carregas com os meus pensamentos e os meus sentimentos, que em ti guardo como preciosos tesouros.
Apesar de seres uma coisa inanimada, tens um conteúdo duma vida cheia de prosas e poesia, de amores e desamores, de risos e de lágrimas, de momentos afortunados e de infortúnio, de saúde e doença, de felicidade e infelicidade, que procuro transmitir-te para que guardes, como coisa    muito nossa.
Já tenho pensado em pegar-te para recordar-me, mas acabo por adiar o momento e pensar que ficará para mais tarde, e, assim vai passando o tempo.........
- Olha, agora até me apetecia ler-te, mas prefiro escrever-te e adiar mais uma vez o momento.
Se pudesses ouvir-me, como eu gostaria de falar contigo! Para mim seria mais fácil, pois muitas vezes não te registo nada por que, não posso, ou estou cansada, ou porque sim ou porque não.
Mesmo assim és das coisas mais importantes que estão juntas com a minha intimidade, com o meu eu e parte da minha vida está contigo, pois és o fiel depositário dos meus pensamentos, o meu confessionário privativo e o índice do que me vai na alma.
Meu querido, de momento, representas para mim o amor que gostaria de ter e não possuo, com quem reparto os meus gostos e desgostos, a minha solidão e fazendo de ti uma imaginária companhia com quem falo, escrevendo, ou escrevendo com lágrimas, dasabafando-me.
Quantas vezes sonho acordada, faço castelos encantados no ar, mas de seguida assisto ao ruir das torres, onde eles se despedaçam, vendo os fantasmas escapulir-se com gargalhadas demoníacas, chamando-me à realidade de que o sonho é fácil, mas a concretização é difícil. Nestes momentos, se estás por perto, vais carregar com mais uns desabafos e ficar com mais um registo de mim. Outras vezes, se os meus sonhos acabam por ser reais e me manifesto com júbilo e força anímica, também tomas parte da alegria, porque te levo também o registo para que o guardes como só tu sabes e és capaz.
Mais teria para te falar, mas não sei se o faça.
Vais receber esta carta, para que a guardes como tens guadado ao longo dos tempos tudo quanto  te tenho confiado, para que saibas o quanto te quero, que não estás esquecido e que és realmente parte de mim. Se assim não fosse, estaria aqui a gastar prosa sem nexo, o que não é verdade.
Por outro lado, ficas a saber que pessoas saberão que existes e és o meu arco iris a quem me dedico e confio plenamente. Tens o céu azul da minha humildade, o verde da minha esperança, o amarelo da minha luz, o vermelho das minhas emoções, o lilás das minhas indecisões e o preto dos meus lutos e das minhas raivas.
Como vês, és o meu guia e conselheiro, quando te releio e procuro contornar e equilibrar os meus problemas, ou vivamente viver o que mais me agrada. És o meu cofre secreto que esconde o que de melhor e de pior existiu, existe e existirá dentro de mim. Por tudo isto, ficas a perceber a razão por que existes e pela qual te quero muito.
Vou terminar por agora, com um até sempre, meu dedicado companheiro.
Nunca te abandonarei, porque fazes parte de mim.

C.F.



Carta n.º 38


Minha amiga:

            Hoje tive um dia muito intenso! Acredita que apesar do meu cansaço, posso considerar-me realizada por tudo o que consegui fazer. Levantei-me de manhã bem cedo e fui ao super-mercado fazer algumas compras para aquela família que vive na casa de que te falei, se é que se pode chamar casa àquele aglomerado de chapa e plástico!

            O caminho para lá é de fraco acesso, e tem que ser feito a pé, ao lado esquerdo do apeadeiro do comboio. Desce-se cerca de 1 km por um trilho coberto de pedras e silvas, e quando se chega a meio, dá vontade de deixar rebolar os sacos  e voltar para trás! Mas..., lá em baixo vivem crianças de grandes olhos azuis, para quem um sorriso, ou 1 brinquedo mesmo de pouco valor, contam muito! Nâo posso deixar de ver esses olhos brilhar de expectativa, ao abrir um pequeno presente, enfeitado com um grande laçarote.

            Sabes, o povo não gosta que se lhes fale de fome! “É a crise†dizem, como se dessa forma descarregassem a sua consciência, descartando-se assim de uma realidade que é de todos. As pessoas não têm tempo, nem vontade, nem disposição para ouvir falar da miséria dos outros, e acham que cada qual deve viver com a sua. Como se isso resolvesse o problema! Mas, voltando à casa de lata, mais conhecida pelo “barraco da Inêsâ€, devo dizer-te que ficarias surpreendidíssima pelo asseio e pela ordem que ali reina! Há um grande contraste entre o exterior e o interior! Realmente dá gosto observar os poucos móveis já fora de moda, e que foram oferta de alguma alma caridosa, a brilhar como um espelho, de fazer inveja a muita senhora “queque†que se passeia por aí! O problema é que o barraco não é à prova de água, e quando a chuva é mais intensa, lá anda a pobre da Inês a colar pedaços de chiclete para impedir que se molhe tudo lá dentro.

            No regresso a casa encontrei a Dª Guilhermina. Imagina que está cada vez pior, a idade vai pesando e a coluna vai-se degradando cada vez mais. Mesmo assim, com a sua habitual simpatia disse-me que estava muito contente, pois apesar de tudo, o seu neto lá conseguira o tal emprego na Câmara como varredor. Não era própriamente aquilo que desejava, mas nos tempos que correm é melhor aproveitar o que aparece! Quantos há, com uma licenciatura, a dembular pelas ruas gastando o dinheiro aos pobres dos pais, que se vêm aflitos para gerir o orçamento, que cada vez dá para menos!

            Na última carta perguntaste-me se era feliz, lembras-te? Não é fácil responder a essa pergunta! O dicionário define felicidade como: ventura, bem-estar, contentamento, qualidade ou estado de quem é feliz, bom êxito. Achas que nos tempos actuais alguém pode responder afirmativamente a tudo isto? Mas, realmente ser feliz não pode, nem deve depender dos outros, mas sim de nós mesmos. A vida é feita de momentos bons e menos bons e, nós temos o direito de decidir por aqueles que nos dão mais ânimo e alegria. Eu posso dizer-te que sou feliz quando chego a casa e o meu filho pegando-me ao colo, diz que sou a melhor mãe do mundo; ou quando vou lanchar com as minhas amigas e falamos, falamos até já não haver nada mais para dizer! Sou feliz por ter ainda a minha mãe com saúde, e uma família que se preocupa comigo; sou feliz por ter dias como os de hoje que me ajudam a estar ocupada e sentir que sou útil! Minha amiga, sou feliz sempre que valorizo as pequenas coisas!

Carta n.º 39

Já não existo
De cá da saudade que me liberta as linhas, tenho feito pouco que mereça apontamento. O pouco, entretanto, é o máximo que extraio da vida. Como um navio que sonha a lonjura do mar - a melhor diferença é uma vaga, uma distinção distraída de rumar à realidade de haver sentido.
Não há desolação na minha ausência de novidades, antes uma paz classificada com flores – sabes? As que admiro cuidar todos os dias, entre elas a que me deste - sim, a verdade me escapa do pensamento enquanto nele a fronteira sem ti se agiganta - como esse olhar de embarcação que circunda os meus dias, o mais, nunca o menos.
Quando penso que essencialmente posso errar ao pensar consolo-me na alegria de purificar o que não erro. Talvez seja um erro escrever-te depois de tudo, mas certamente fará, ao menos para mim, o maior sentido fazê-lo. Ditas, as verdades não se negam e tremulam perfeitas, totais.
Uma liberdade dá início a este momento, único por pertencer ao meu universo que será o de todos. As estrelas se aproximam para que não me engane. O brilho esfuziante que apanho me faz integrar um céu secundário, chamado olhar, ou amor, uma raiz repleta de terra morna, soçobrada no calor sóbrio desse gesto.
Que seria para mim o que presencio se te o não contasse? Tu, entre as leituras de aparecimentos que desconheço e não ignoro.
Dessa inevitável exteriorização o furor do frio em breve se aproximará – virtude da mesma e sublime felicidade de dar asas a minha vida, para alcançar-te sem queixas.
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« Responder #245 em: Março 02, 2011, 06:08:57 »

Vamos chegar às 50?
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« Responder #246 em: Março 02, 2011, 18:46:52 »

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« Responder #247 em: Março 02, 2011, 19:44:36 »

Carta n.º 40


Exmº Senhor Ministro
Peço-lhe a fineza de reparar no respeitoso tratamento que lhe concedo.
Apesar de não o conhecer pessoalmente, curvo-me, reverencialmente, ante as excelsas qualidades de governante, que povoam seu ADN, ao serviço do seu Povo; os Portugueses.
V. Excª, não imagina a alta consideração que tenho pela sua abenegação em servir, amar seu Povo e até  por ele sofrer!
Oh! Como V. Exciª deve sofrer! Basta ver suas olheiras!
Sem dormir, noites inteiras!

Detesto que o queiram tirar do seu lugar! Não.
Compreendo que não queira que outros sofram seu mal, tão evidente!
Agarre-se. Deixe-se estar. Por favor, não caia da cadeira. Verifique as ilhargas.
O senhor é o timoneiro certo no deserto. Sem V. Excª seria mais difícil levar os camelos aos oásis de felicidade!
Sem sua visão de capitão, conhecedor da boa rota, não há boa navegação nem salvação da frota!

Se milhões de governados não compreendem seu sacrificio na governação, sempre a Bem da Nação, eu, aqui, presto-lhe preito por tão grande feito! Bem feito! Eles caem em contradição, pois o Povo diz que:
-"Quem desdenha quer comprar".
Por isso, o que querem dizer é:-"Deixe-se estar. Deixe-se estar"
Se acham que o país está mal, o mal não reside em V. Excª, mas sim em quem pensa que tal vê.
Aliás, o senhor veste tão bem!
Calça tão...tão bém!
Cheira tão... bem  e é tão sexy!
Mas, V. Excª, por amor ao Povo, nem mulher tem!
Até faz jogging!
Aliás, penso que para Bem da Nação faz qualquer swing!

Se eu acreditasse na reencarnação, acreditaria que  noutras vidas V. Excª teria sido Chanceler dum Rei qualquer. A vontade e abenegação em servir, leva-me a supor que seu desejo de servir, servir a falar verdade ou a mentir que seja, é sempre pelo maior bem que a seu Povo deseja!
O Povo sempre em primeiro lugar. Pois claro.

Por falar em povo, povo rasteiro, como eu,  sem trabalho, sem dinheiro, é que lhe quero agradecer o facto de me ter proporcionado a liberdade de ter um roteiro de andar de vila em vila, de cidade em cidade, fazendo isto, fazendo aquilo, felizmente, precarariamente, mas a maior parte do tempo a fazer turismo em liberdade. Enfim, flexibilidade e felicidade total!
Aliás, V.Excª anda por aí em inauguraçôes, mas cercado de seguranças!
Cuidado. V. Excª é um diamante... de bons quilates!
Quando  em si penso, vejo-o como promotor dum grande arraial popular em Portugal, cheio de carroceis e cestas voadores, onde os empregos giram, giram, voam, voam. Enfim, tudo a girar e a voar!
Gira o emprego, voa o dinheiro, voa a casa, voam os amigos!
Uh, uh, ah, ah, ih, ih! É uma alegria!

Mas, se o mundo gira à sua volta, não saia V. Exª do seu lugar. Deixe-se estar, porque é preciso sempre alguém para estipular o preço da cada corrida, arranjar quem cobre os bilhetes, com  métodos simplex, saídos da sua excelsa inteligência.

Graças a si, que vê fundo, Portugal redescobriu a sua ancestral vocação de navegadores! Os Portugueses, agora, como doutores,  redescobrem novos mundos. Já não vão de Caravelas nem com malas de cartão, mas sim, como Vascos da Gama gamar vão nos mares da ciência, com ventos de feição!
A quem agradecer? Claro que a si, que faz 1500 doutores por ano, a todo o pano, para atravessar o Adamastor do desemprego sendo doutor!
Em Portugal fica você a mandar. Deixe-se estar. Deixe-estar. A inveja é que os faz falar! Apareça no arraial popular, para girar, para voar! Se for preciso, o povo dá-lhe um pontapé no cú, para arrancar!

Atenciosamente
Zé Povo

Carta n.º 41

Olá, jovens, isto é para vocês!

 

Eu sou aquilo a que vocês, hoje, chamam de “cotaâ€, apesar de assim não me sentir. Um dia, vocês também o serão e, tal como eu, faço votos para que assim rejeitem sentirem-se até que a vossa vida termine de facto. Será sinal de que, mesmo com muita idade e naturalmente gastos pelo uso da vida, se sentem vivos e, pelo menos mentalmente, activos. A vida não está só na capacidade de saltar, correr e mostrar força. A vida está, em especial, no que sabemos fazer de bom com ela. Logo aí, deita por terra o problema da nossa idade. Por isso, sinto-me muito jovem, apesar dos meus quase 59 anos de idade.

Nisto, que é a minha idade, já cheia de um pouco de tudo, sinto uma enorme vantagem em relação a todos vós, os mais novos. Aqueles que começam, agora, a verdadeira luta da vida; a autonomia legítima; o direito de decidir; e, também, a necessária responsabilidade.

Sois o fruto possível de toda uma enorme confusão em que todos estamos mergulhados. Tudo isso fruto de atrasos sociais de toda a ordem e com responsabilidade de todos. É que, ainda não soubemos gerir bem as capacidades intelectuais de que dispomos. Por isso tantas guerras; atropelos; ganâncias; desigualdades; e evolução tão pouco evoluída. Que fazer? Não sei… Sou apologista de que nada somos sem um bom ideal, mas que tudo estragamos quando queremos que outros comunguem do mesmo… Que vos dizer?! É muito difícil encontrar as soluções para estes nossos males, sem sermos tentados a querer incutir o nosso “bom†ideal nos outros, que queremos ajudar. Sinto ser um dever de todos, os que, por natureza, já vão mais além, cheios de experiências úteis e lições de vida, para saber transmitir a quem ainda agora começou. Vou tentar!

Afinal, o que, a meu ver, está mal é toda uma conduta de cada um de nós. Temos de respeitar valores já comprovados e consagrados ao longo da evolução da humanidade. Esses valores assentam no respeito; na vontade; na honra; no contributo; na responsabilidade; na generosidade; na amizade; na colaboração; na solidariedade; na partilha; na compreensão; no amar; e na alegria de viver. Tudo perfeitamente possível, desde que bem entendido.

É nesse entendimento que todos temos falhado, de geração em geração. Faltou-nos essa visão, de saber segurar e transmitir continuadamente esse alicerce necessário ao nosso equilíbrio social. Como temos capacidade de raciocinar, muita imaginação, apetências naturais e diversificadas, precisamos de regras para nos entendermos, falhámos nisso. É essa a única razão porque estamos hoje nesta aflição e neste impasse de incertezas quanto ao futuro.

É urgente introduzir na formação colectiva, a formação pessoal; cívica; humana; acima de todas as outras formações técnicas, que não passam, afinal, das ferramentas de trabalho que nos fazem falta para a nossa construção de vida.

Tomai, pois, consciência disso e insistam nessa solução escolar para que, pelo menos, os vossos filhos dela possam começar a beneficiar.

Esqueçam rancores; ódios; invejas; e vinganças. Gandhi, com toda a razão, dizia: “Olho por olho… e acabaremos cegos!â€
« Última modificação: Março 17, 2011, 21:20:37 por Administração » Registado
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« Responder #251 em: Março 03, 2011, 20:49:16 »

Carta n.º 42

Meus senhores,

Não tenho o dom da eloquência nem pretendo que me assistam de olhos voltados. Apenas gostaria que me dessem atenção. A minha gramática é parca, mas tenho a certeza que me perceberão.
Vós que carregais nos ombros o fardo ingrato de serem presidentes de grandes empresas, tendes também o fardo de terem nos ombros, o peso das mortes e o flagelo da miséria humana.
Como simples trabalhador, apenas sei manejar a enxada e colher as frutas e os legumes. Não sei manusear frases e nunca falei perante um auditório de gente importante.
Vós sóis ricos numa sociedade que preza o rico. Eu somente sou o pobre que trabalha na terra. Não tenho intenção dela sair, pois sei que ali é o meu posto.
Também não tenho o direito de vos tirar nada do que possuem. O que tenho chega para me manter vivo e atento.
Pediram-me em nomes dos outros trabalhadores que fizesse um discurso. Mas eu não sei fazer discursos, só falo o que me entende a mente.
Depois de falar sobre as nossas diferenças, só tenho algo a acrescentar:
Vós senhores poderosos podem ser ricos. Podem ter grandes mansões e até fábricas de munições. Terão por certo os filhos e netos a estudarem em grandes colégios. Mas de uma coisa tenho a certeza. A vossa riqueza não se compara à minha pobreza. Porque eu tenho a terra e as mãos. Tenho o pão que amasso e os sonhos que são só meus. E por isso sou mais ricos que vós.
Perdoai-me senhores as minhas palavras, mas creiam que entre nós, a minha riqueza é muito maior que a vossa.


Carta n.º 43


DEPOIS DE TI

O meu ser sobrevive, ainda que sequioso do teu amor.
Não se rasgam nestes lábios mais sorrisos.
Estes olhos desconhecem o encantamento de outrora,
graciosos cristais que reluziam, transformaram-se em nascentes lacrimosas.
Um rosto desbotado combina na perfeição com as vestes enxovalhadas.
Arrastado pela corrente inquinada da infidelidade,
sou hoje, um barco destroçado, ancorado na praia da desilusão.
Nas areias revoltas, fiz dos restos do nosso afecto,
uma colcha esmaecida p`ra me abrigar.
Do teu silêncio fiz um ameno rumor,
e deste infindável vazio, o meu espaço chamado solidão.
Neste refugio que me adoptou sem nada clamar,
os segundos perderam a identidade. São agora longos minutos,
e estes parecem gémeos das horas vãs que desenham a eternidade.  
O tempo entrelaça-se na mágoa, mas ainda assim, perfuma a lembrança.
A convicção de que é bom deixar saudade,
converte-se na fragrância maior em que me aninho.
Aqui e agora, prevalece a certeza de estar sem ti.
Um dia e além, quem sabe…serás tu sem mim.

(Do teu ...)


Carta n.º 44


BASTOU UM OLHAR

Meu amor,

Aqui no velho jardim da saudade à beira mar plantado, recordo aquele nosso momento em que apenas bastou um olhar.
O Verão corria agitado querendo despedir-se de Julho. E foi ali mesmo, na minha Cidade, naquele mesmo bairro, naquela mesma rua, naquele bar de sempre, em mais uma noite…mas diferente de tantas outras. Uma noite em que bastou um olhar!
Os bancos altos e coloridos repetiam-se em perfeita harmonia com os tons do balcão. A luz trémula reflectia-se nos copos. Mais uma bebida, mais um amendoim, em mais uma noite…mas diferente de tantas outras. Uma noite em que bastou um olhar! Esse olhar teimoso, persistente e confiante, mas também doce, meigo e cativante, era convite ao diálogo, à conversa, à descoberta. Um simples olá, um suave toque, um beijo escondido e meio apressado em mais uma noite…mas diferente de tantas outras. Uma noite em que bastou um olhar!
Uma noite que findou, um dia que acordou, um telefone que tocou, um encontro que voltou, um amor que continuou a lembrar uma noite.
Uma noite em que bastou um olhar!
E em que tudo começou!

Beijos com sabor a saudade.


« Última modificação: Março 03, 2011, 21:00:39 por Administração » Registado
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« Responder #252 em: Março 04, 2011, 05:56:38 »

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« Responder #253 em: Março 05, 2011, 15:22:15 »

O prazo para recepção de textos foi alargado até 14 de Março.
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« Última modificação: Março 07, 2011, 05:52:53 por Dionísio Dinis » Registado
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« Responder #254 em: Março 05, 2011, 17:40:46 »

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Bom dia. Para todos um FigasAbraço
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Sejam bem vindos às escritas!
Agosto 14, 2023, 16:52:48
Boa tarde!
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Bom Ano! Obrigada pela companhia!
Dezembro 30, 2022, 19:42:00
Entrei para desejar um novo ano carregado de inflação de coisas boas para todos
Novembro 10, 2022, 20:31:07
Partilhar é bom! Partilhem leituras, comentários e amizades. Faz bem à alma.
Novembro 10, 2022, 20:30:23
E, se não for pedir muito, deixem um incentivo aos autores!
Novembro 10, 2022, 20:29:22
Boas leituras!
Novembro 10, 2022, 20:29:08
Boa noite!
Setembro 05, 2022, 13:39:27
Brevemente, novidades por aqui!
Setembro 05, 2022, 13:38:48
Boa tarde
Outubro 14, 2021, 00:43:39
Obrigado, Administração, por avisar!
Setembro 14, 2021, 10:50:24
Bom dia. O site vai migrar para outra plataforma no dia 23 deste mês de setembro. Aconselha-se as pessoas a fazerem cópias de algum material que não tenham guardado em meios pessoais. Não está previsto perder-se nada, mas poderá acontecer. Obrigada.

Maio 10, 2021, 20:44:46
Boa noite feliz para todos
Maio 07, 2021, 15:30:47
Olá! Boas leituras e boas escritas!
Abril 12, 2021, 19:05:45
Boa noite a todos.
Abril 04, 2021, 17:43:19
Bom domingo para todos.
Março 29, 2021, 18:06:30
Boa semana para todos.
Março 27, 2021, 16:58:55
Boa tarde a todos.
Março 25, 2021, 20:24:17
Boia noite para todos.
Março 22, 2021, 20:50:10
Boa noite feliz para todos.
Março 17, 2021, 15:04:15
Boa tarde a todos.
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Olá para todos!
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Olá para todos!
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Boa feliz noite para todos.
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Bom fim de semana para todos
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Boa quinta para todos.
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Boa noite para todos.
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Boa noite feliz para todos.
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Bom domingo para todos.
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