No crepúsculo todas as cordas são pardas

[Tere Tavares]

No crepúsculo todas as cordas são pardas

As sutilezas do céu derramavam-se confusas no seu dorso. O cristal árduo e indefinível dos dias não declinaria de nutrir-lhe as veredas com os lirismos da Terra e a sintonia do homem superior.

Irrompeu num porto revolto e destroçou o inalcançável para ferir de imensidão aquela ingênua intensidade. Um tanto disforme e irresignável iniciou um andar trêmulo e mortiço sobre as pedras que poderiam ser cães ferozes ou uma cidade quase sem escândalos. Não fora programado para crer na escuridão. Queria encontrar uma abreviatura em que coubesse como aquele pequenino.

Apesar de ter-se transformado, o recanto da sua calma não se modificara enquanto esteve lutando – por uma nova máscara, por qualquer transição calada que se levantasse, ainda que momentaneamente, numa parcela de misericórdia e outra de segurança.

Texto publicado na Coletânea "A Arte Pela Escrita tres-.

[margarida]

Já tinha lido no livro, mas foi bom reler

[Lucrécia Bórgia]

Eu gostei de ficar a conhecer

[Eduarda]

Este crepúsculo li-o com todos os sentidos.

Nunca será demais rele-lo.

bj

[Tere Tavares]

Eduarda,
Lucrécia,
Margarida,

As vossas leituras tornam mais especial esse texto. Gosto de sabê-lo na Coletânea do EscritArtes, e para além-mar em outros vários olhares.
Grata!

Beijos

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Muito lindo...

[Goreti Dias]

Bom reler.
Bj

[Tere Tavares]

E eu novamente agradeço.