Uma criança; uma estrela!!

Uma criança, uma estrela!
Uma estrela, entrara a direito, naquela criança, em seu peito. Menino, ladino, esperto, irrequieto, de olhar luminoso! Enfim, menino amoroso, que gostava muito de brincar. Quando sentiu a estrela a entrar em seu peito adentro, ainda a tentou puxar para fora, por uma ponta da estrela, mas já não foi a tempo! A estrela ali ficou a morar, em seu peito.
Nem teve tempo de contar aos pais o que lhe acontecera. A estrela viera de noite e o menino deitara-se cedo, porque no outro dia seria a partida, junto com seus pais, para passarem quinze dias de férias, num quarto single, com cama extra, num hotel de quatro estrelas, não muito perto da praia, porque seus pais não eram ricos, digamos que eram remediados. Partiram, ainda era de noite, porque a viagem era longa! Noite escura, ainda o menino ia a dormir, na sua cadeirinha, quando o carro em que seguiam entrou num longo túnel, que normalmente estava mal iluminado, mas, para surpresa geral, estava iluminado, como um sol!
-“Que se passa?”, exclamou o pai do menino.
“Não costuma estar assim, tão bem iluminado! Devem pagar uma pipa de massa à EDP!”
O passava-se algo de estranho. Ao longe viam sempre um dia cinzento, mas, à medida que se aproximavam o dia ficava claro, cheio de luz!
Instalaram-se no hotel, receberam a chave do quarto e, passado pouco tempo, foram de opinião de que, afinal, aquele hotel, de quatro estrelas, tinha um serviço de cinco estrelas!
Ao ligarem para os amigos, para participarem sua chegada, disseram maravilhas do hotel, que era cheio de luz e que o serviço era de cinco estrelas e que a luz da praia chegava até ali!
Certo é que, naqueles quinze dias, não era normal, mas o hotel ficou cheio, e até havia quem dissesse que na placa do hotel o que dizia é que não era de quatro, mas sim de cinco estrelas! que eles não sabiam, é que isso só acontecia quando o menino estava por perto!
Nunca o hotel tinha tido tanto sucesso como naqueles quinze dias. Não sabiam bem porquê, mas, sem dúvida, que tinham reparado naquele menino, que por onde passava era uma estrela luminosa, em órbita no hotel!
No ano seguinte, apressaram- se convidar os pais e o menino a passarem as férias, à borla! A Gerência tinha notado que no final do mês em que lá tinha estado a criança, o hotel, com os quartos todos ocupados, pagara menos 90% de eletricidade do que habitualmente. Tinha sido descoberto o mistério! Uma criança, com uma estrela dentro de si tinha lá estado.
Depois, outros pais de crianças queriam que o menino fosse brincar, lá para casa, com filhos seus, para pagarem menos luz à EDP!
Que bom ter um menino, com uma estrela em seu peito! Faz jeito!
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(O Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar