CAMPISTA CABRAL
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Escritor, poeta, documentarista e roteirista.
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« em: Março 19, 2020, 23:05:07 » |
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Esta história que ora conto é triste e desoladora. Por conta de um irresponsável, que fez pouco caso da pandemia, poderemos ter um cenário dantesco, cruel e terrivelmente desumano... Há um ano e alguns meses vivemos em um tempo obtuso, um governo medÃocre, que acena com o fascismo e que cria crises a todo instante... Espero que os irmãos em Portugal estejam em mãos melhores nesses tempos difÃceis...
Há muitos e muitos anos atrás existia um reino muito grande, bonito, de muito sol, praias paradisÃacas e de uma floresta magnÃfica.
Neste reino, depois de muitos conflitos, subiu ao trono um rei bastante arrogante, pretensioso e medÃocre.
Este rei se achava sempre melhor do que os outros. Invejoso e vaidoso, não permitia que ninguém se sobressaÃsse entre os seus conselheiros. A sua palavra era sempre a certa. Nunca ouvia ninguém. Quem discordasse era tratado como inimigo!
Este rei também gostava de falar ao seu povo toda semana. E falava sempre insuflando a população, dividindo o seu reino e criando ódio.
Com o tempo, a mão pesada, a mentira e a intolerância se transformaram na forma padrão de governar.
A magnÃfica floresta começou a ser devastada, os livros foram abolidos, os sábios desacreditados e todo o reino passou a ser um lugar cinzento e inóspito.
Alguns conselheiros, com um pouco de bom senso, tentaram persuadir este rei de seus projetos mirabolantes, mas, sem sucesso, não foram ouvidos. Uns foram presos, outros expulsos e outros mais simplesmente deixaram o palácio sabedores de que o rei estava louco.
O reino caminhava para mais divisão e mais brigas, mas não se importava. Seguia o seu próprio desejo: ser rei, cego pela coroa e pela ignorância.
No entanto, uma notÃcia de outras terras começou a se espalhar, a de uma doença terrÃvel que estava destruindo vários reinos. Era devastador.
O rei chamou de histeria, chamou de exagero e não deu a devida importância.
Parte do povo ficou com medo. A outra ouvia apenas o rei.
Os últimos conselheiros tentaram chamar o rei à razão. Pediram providências e deram algumas sugestões. Contudo, como já era de hábito, o rei não ouviu ninguém.
Sem médicos e sem cientistas, pois já haviam sido expulsos quando o rei assumira a sua função, o reino não tinha ciência nem educação. Não havia quem pudesse ajudar.
No alto de sua arrogância, riu ironicamente, “Como um vÃrus pode enfrentar o meu poder e a minha mão?â€
Antes que ele, o rei, pudesse repetir algo semelhante, o mal se achegou ao reino. Todos sofreram sem exceção, inclusive o próprio rei, encoberto de tanta empáfia e ausência de coração.
Assim, um vÃrus, pequenino, invisÃvel, fez um homem e sua arrogância se dobrarem...
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