Em Cuba, o veneno de escorpiões tem sido utilizado no tratamento de tumores com resultados surpreendentes.
Leandro Gonzáles, de 6 anos, está sentado à beira da cama dos pais, com as pernas penduradas.Os olhos castanhos seguem o dedo da dra. Niudis Cruz, para a direita, para a esquerda, para cima e para baixo. Yaima, a mãe, está ao lado, calma e de respiração suspensa durante o exame bimensal. O filho tem um tumor inoperável no cérebro e já assistiu a este ritual um número incalculável de vezes. Quando o exame chega ao fim, Niudis Cruz faz um relatório sobre a força muscular da criança, os eus reflexos e a escala de Lansky - um indicador da qualidade de vida internacionalmente reconhecida para crianças que padecem de cancro. " Ele tem o tumor mais agressivo em pediatria, com uma taxa de mortalidade que atinge os 80% no primeiro ano".
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De setembro de 2011 a abril de 2012, o tamanho diminuiu 15%.
Leandro não faz outro tratamento senão beber água, três vezes por dia, umas gotas de um liquido incolor e sem sabor.
" É impossÃvel um tumor reabsorver-se a si próprio", sublinha a médica. " Isto é, seguramente o resultado de uma intervenção exterior".
A intervenção em Leandro foi o veneno de um escorpião de tamanho médio, chamado Rhopalurus junceus, conhecido em Cuba pelo nome de escorpião azul. Quatro meses após o diagnóstico, em maio de 2011, Leandro tinha emagrecido tanto que pesava o mesmo que uma criança de 2 anos. Mas, após ingerir regularmente a mistura de veneno e água, a saúde quase recuperou à normalidade. Já consegue andar, falar do seu prato favorito ( ovos estrelados), da sua cor favorita ( o amarelo) e andar de bicicleta ( com rodinhas) todos os dias.
Há mais de vinte anos que os cubanos tratam doentes de cancro com veneno do escorpião azul.
In Courrier internacional , nº 210
José António
Isto fez-me lembrar uma história antiga mas com resultados muito menos felizes, o homem morreu mesmo.