Tino Saganho
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« em: Agosto 12, 2016, 21:23:58 » |
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COMO CANTA O POETA
Quando o tribunal, no fim de um julgamento, condena um ou mais réus, apoiado unicamente em provas verbais de testemunhas oculares, incorre em algum risco de poder cometer uma injustiça. As testemunhas, que juram dizer a verdade e mentem, são também grandes responsáveis por essas injustiças. Não raras vezes, tem acontecido de o tribunal condenar um inocente e, mais tarde, o libertar por reconhecer que errou. Porém, o regresso da vÃtima à liberdade não lhe retira o trauma da prisão, nem elimina a humilhação a que foi submetida. Por outro, é revoltante ver assassinos e outros criminosos serem julgados e ficarem em liberdade. A justiça portuguesa está acorrentada por obsoletas leis que a regem… e não se vislumbram soluções para a libertar desses grilhões. Os mais hediondos criminosos, que mereciam ficar na cadeia a vida inteira, escapam por «buracos» da lei. Nos longÃnquos tempos passados, em que a justiça era anunciada por uma soberana voz, um ladrão ficava sem a mão por ter roubado e um mentiroso sem a lÃngua por ter jurado falso. Um e outro ficavam privados de repetir a façanha em circunstâncias iguais. Esses tempos pertencem a um passado longÃnquo não voltarão, e ainda bem! Apesar de existirem máquinas que – segundo se afirma – são capazes de detetar mentiras ou verdades, a sua eficácia está ainda longe de ser credÃvel, ao ponto de poder ser utilizada na justiça. Mas a tecnologia mundial continua a evoluir de tal forma que, algum dia, a ciência irá anunciar que é possÃvel fazê-lo com total garantia de êxito. Aqueles criminosos, reincidentes que reclamam inocência, e as testemunhas que, compulsivamente, juram falso por múltiplas razões interesseiras… verão, então, o tribunal cair-lhes em cima. Enquanto esse dia não chega, continuaremos a ter uma justiça como canta o poeta: – Em julgamentos forjados Com mentirosos presentes, Absolvem-se os culpados E condenam-se inocentes!
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