Mais um dia

[Nação Valente]

3 - Mais um dia

Com a velocidade da evolução tecnológica quase nada nos surpreende. Somos cada vez mais cidadãos de um mudo que visualizamos em tempo real, mas onde realidade confunde se com a imaginação.
No mundo que nos entra portas adentro sem as abrir, somos bombardeados com doses maciças de informação que não temos tempo de digerir. E se a maleita que mudou hábitos continua presente em doses avassaladoras no dia a dia,  vão surgindo outros assuntos para nos manter a mente ocupada.
A chamada galáxia de Gutenberg só sobrevive em nichos restritos. A maioria das atenções está prisioneira da imagem, que nos hipnotiza e condiciona. Somos cada vez mais “espreitadores” da vida alheia. A guerra das audiências, leva os programas televisivos a baixar o nível, procurando o maior denominador comum. Tempo de eleições, em Portugal, é tempo de debates televisivos. Todos os canais aderem às entrevistas e aos debates. Mas a política é para uma considerável maioria, enfadonha. As opiniões especializadas, os debates preparados por técnicos de comunicação, são repetitivos e não atraem a grande massa consumidora.
As audiências não mentem. Ontem o Big Brother Famosos teve cerca de dois milhões de espectadores. Os debates políticos apenas alguns milhares. A curiosidade humana parece focar-se na bisbilhotice, mesmo quando é instrumentalizada como real, como espectáculo com maus actores. A discussão de temas que implicam escolhas para o nosso presente/futuro, perde para o irreal. Pensar cansa. Navegar na fantasia liberta, mas ausenta-se  de um poder que outros ocuparão.

Palavras mal alinhavadas ( nota do dia)
4/01/2002



Jose Mateus

[Dionísio Dinis]

A aldeia global espelhada na promoção e banalização do fast-food dos meios de comunicação com o incentivo à futilidade total: recreativa e pseudo-intelectual. O desprestígio intencional do que pode ser a nobre actividade política em favor da massificação de programas com via directa ao vazio do pensamento do espectador/público/povo. O caos em promoção directa pelos mandantes do costume.
Bem assertivo esta sua crónica, caro Nação Valente

[Maria Gabriela de Sá]

Pois...

[Goreti Dias]

Não sei que diga... Há opções que não entendo. Mas seremos sempre os responsáveis.