Nação Valente
Contribuinte Activo
   
Online
Mensagens: 1244 Convidados: 0
outono
|
 |
« em: Abril 02, 2023, 14:52:54 » |
|
O mundo na descrição bÃblica não começou bem. HomicÃdios, adultérios, traições, idolatria. Talvez tudo pela desobediência da primeira Eva que comeu o fruto proibido, e deu azo ao que se chama pecado original. A partir daà foi um rosário de “maus costumes†para usar a expressão do cidadão/escritor José Saramago, mas que é suspeito por ser ateu. Perdida a inocência primordial contra a vontade do Criador, o mundo tornou-se um lugar perigoso na procura do mÃtico paraÃso que só os seus primeiros habitantes conheceram. Nos evangelhos descreve-se a vida de Jesus, enviado pelo Criador, como parte si para libertar a humanidade do chamado pecado original. Da leitura dos acontecimentos conclui-se que assumiu todos os pecados, e que se sacrificou-para os eliminar. Passados vinte séculos, verifica-se que os “maus costumes†continuam. Injustiças, exploração humana, guerras e mais guerras fratricidas até entre os que se consideram filhos do mesmo Pai fundador. A questão que se pode colocar, é quem falhou. O Criador ou os criados? Se tomarmos como critério a nossa dimensão de seres imperfeitos sabemos que não temos culpa de que aqueles que nós criamos, degenerem do que prevÃamos que fossem, e se transformem em potenciais praticantes de maus costumes. Mas nós, simples mortais com centelha divina, não somos deuses. Assim sendo, e à luz da Criação bÃblica talvez se possa dizer, como mera especulação, que a responsabilidade pertence à “criatura†a quem foi dada a possibilidade de livre arbÃtrio, que usou de forma errada. Também é verdade que se não se tivesse prevaricado comendo o fruto proibido, terÃamos vivido num eterno paraÃso terrestre sem acesso à árvore da vida e do conhecimento, numa espécie de mundo sem evolução. Perdida esta oportunidade, o paraÃso foi transferido para uma dimensão extraterrena, aberta a quem se libertar dos pecados que nos rodeiam. Mas o que cria ainda mais angústia, é que continuam a ser muitos dos que se apresentam como representantes da Divindade, que promovam ou apoiem morticÃnios de inocentes que apenas querem sobreviver. Em mais uma Páscoa, vemos representantes clericais a apoiar guerras geradas pela ganância e pela loucura. Veja concretamente o clero da grande Rússia ao apoiar o ditador que arrastou a Europa para um conflito sangrento, onde a vida humana é utilizada como carne para canhão. Pior, não têm pejo em assumir que não se importam de destruir a própria humanidade, enquanto batem no peito e cantam hossanas ao Criador. No meio da angústia e da capacidade em compreender, talvez se justifique a interrogação: terá valido a pena o sacrifÃcio pascal, para acabar com os “maus costumesâ€? Serão as criaturas alguma vez reformáveis? Ou continuarão em roda livre?
|