Sem título(81)

[Dionísio Dinis]

Que sei eu de advérbios de tempo ou de lugar

Que sei eu do anúncio impreciso da tua partida

Que sei eu da tua chegada em mim sempre a tardar

Que sei eu do teu ser de eterna despedida


Falar de pontes intemporais intransponíveis

Falar de frutos irreais inverosímeis

Falar de tempos inventados não acontecidos

Que sei eu dos tempos pelos deuses não detidos


Dizer-te dia ou noite achar-te em claridade

Desenhar-te no meu traço sempre impreciso

Saber-te sol e lua de verdade

Amar-te por me dar e porque te preciso


Saber-te livre em mim por inteira

Saber-te inatingível porque sim

Fazer do teu amor minha bandeira

Saber por te quero sempre em mim


Desenhar a palavra que mereces

Ou dizer-te amor em despedida

Sorrir-te sempre quando me apareces

Enlaçar-te fazer-te sempre a mais querida




Dionísio Dinis

[Goreti Dias]

Um mundo de promessas encantadas, um poema repleto de imagens fortes de liberdade e amor... um belíssimo poema!
Um abraço

[Dionísio Dinis]

Sempre grato pela atenção.

[helenacosta]

  Poema repleto de palavras encantadoras. Li... reli... e senti um "arrepio na pele".

  Bj

[Nação Valente]

Li. Gostei. E vou voltar a ler.

Abraço

[Maria Gabriela de Sá]

Também gostei especialmente, O que é o tempo quando temos uma eternidade pela frente?

Parabéns por este "Sem título"

Rafaela Plácido