MARIANA - excerto 5

[josé antonio]

Fátima é empregada no escritório do único advogado da vila. O simpático e muito apetecido pelo sexo oposto, Dr. Armando, que lá permanece três dias por semana, carregado que sempre está com julgamentos na cidade, aonde ganhou e continua a aumentar a fortuna que lhe conhecem. Ali na vila, trata de partilhas, das desavenças por causa da água, dos carreiros para o gado transitar invadidos pelos humanos, dos mal-entendidos, poucos, entre empregados e patrões, dos roubos frequentes das adegas por altura das vindimas e vinho novo, algumas pancadarias despropositadas sempre negadas pelos intervenientes esquecidos das nódoas negras e por vezes da prova inequívoca do gesso nos membros atingidos, que caiem no posto da guarda, quase sempre e nunca por coincidência nas madrugadas de sábado, depois de fechadas as tascas abastecedoras do alimentício néctar da uva e os cafés, mais frequentados no final do mês quando os trocos estão em crescendo com a chegada dos salários ou das pensões e chegam para um devaneio mais requintado fora dos restantes dias do mês, uma meia Ponte de Amarante, um Croft e por aí fora.
A vida não pode nem deve ser só preenchida de chatice e arrelias com as mulheres e os putos em casa.

Depois das consultas e assinatura dos requerimentos, convocatórias e recibos, o Dr. Armando regressa ao palacete que dizem habitar na cidade, com todas as coisas que se veêm nos filmes da televisão por esses países fora, principalmente da América para cima, que ninguém sabe aonde fica, concretamente.
   

[josé antonio]

Realidade e realismo quotidiano.

José António

[Goreti Dias]

POIS... Há-de valer-lhe de muito!
Bj