vitor
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Olá amigos.
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« em: Agosto 18, 2008, 22:23:02 » |
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Fim de tarde. Sobre o horizonte a cidade brilha no olhar, algum frio paira mesmo sobre as aguas, espalhando a neblina por todo o espaço a volta, faz unir pensamentos e só cada um sabe quanto voa, ou se consegue extrair da alma as lúcidas vontades ocultadas, por tantas razoes talvez, ou mesmo por nenhumas até, não se encalam, enquanto o frio permanece. - Sabes Adri, se o meu medo um dia permitisse, ousava pegar-te a mão… apetecia talvez dizer-te alguma coisa que envolvesse ao de leve a vontade que trago escondida no corpo, tocava em ti como as tuas palavras descrevem, como vejo sem receio o teu coração abraçar-me, a escrever nesta madrugada os fundos escuros, a iluminar distante o meu amor, que não sei descodificar… apetece-me o teu coração. (ouvi-la, era como a prosa de um soneto, o perfume da mensagem espalhar-se dentro de mim, trazer ao meu consciente o que quero, sei que quero, talvez…) - Ly, os teus cabelos bailam, ao ritmo do coração dançam como estrelas, sinto ao longe a sombra do beijo por deixar em ti, como a marca de que mesmo sem poder dar-te, fica o reflexo quente deste frio embelezando o momento, como que dar-te as mãos, enlacemos as mãos… (via nela tremerem os olhos, devagar o seu corpo gelava, apenas as mãos não eram distancia, enlaçadas ao momento…) - Não, não me agarres a mão, não quero que me toques neste frio, quero sentir apenas a tua voz ecoando bem longe qual beleza, trazendo ao som desta musica o teu desejo, decorando e moldando as ondas sobre o rio, o teu coração fala-me e consigo escuta-lo, e como vibra ele este principio de noite. Não sei se quero que me ames, ou se mais do que isso, deixas em mim o coração doer, é bom ouvir-te, sê meu amigo sempre Adri. (o vento contorna, ao longe, a ogiva de tuas carnes aquecem como pão os meus silêncios de um dia sem mentiras, todos estes momentos de verdade nos trazerem novamente aqui, junto ao rio, enlaçar mesmo as mãos, um no outro…) - Ly, esse receio de ti, que te cala, esse constrangimento verdadeiro que inibe a tua vontade recalcada, sente o escuro desvanecer-se, adormecer lentamente enquanto o vento nos protege. Deixas-te que roubassem a alma, ou por divindade a entregas-te ao mundo velho quando o sonho antigo partiu, e tudo o que era belo e suave, como amar, foi, sem que saibas onde moram, onde param, como vivem os teus sentimentos, os que demonstras quando me olhas, quando me ouves, quando me pedes que te diga olá. É tão bom quando me sinto dizer-te sem silêncio, os beijos que guardo na alma a espera que um dia mos peças, pede-mos depressa Ly. (ela sorriu, sinto-a feliz, ao mesmo tempo saia de junto a mim, e voltava, sentava-se novamente e sorria, outra vez…) - Estou a ficar com frio, quero ir-me embora Adri. Não me leves a casa, vou sozinha, digerir pelas atalhos da cidade estes momentos em que me imaginei um dia amada, vou embora, (deu cerca de dois passos e parou, virou-se para trás e ficou a olhar-me nos olhos, num silencio que nem deixava mover…) ate amanha Adri, vou pensar tanto em ti, todo o resto de noite, vou pensar como talvez fuja dum amor, não de ti, quero ter-te sempre a meu lado, a desfrutar as areias, amantes a correr sobre esta praia seca, de mãos dadas, (quase que representando, gesticulava, como uma actriz bela, a sua silhueta brilhava de encontro a lua, os meus olhos rasgavam o escuro e deliciados, não queria chorar… ouvia-a sem saber onde estava ainda…) quero que me queiras Adri, mas mesmo, mas temo, é tudo o que temo, que não me queiras tanto como dizes querer, que não seja uma personagem dos teus delÃrios, mas dizes sonhos tão lindos… sonho contigo, mas acordo com imensa frequência, vou andando Adri, mas quero ao mesmo tempo aqui estar contigo o tempo todo, será que me amas mesmo? Que queres de mim Adri, diz-me. Vamos ver o sol nascer os dois aqui, juntinhos contra o infinito? - Sonhei sim, sonhei tanto tudo isto um dia contigo, aqui, sem paredes a ofuscarem a minha liberdade de te amar, de te dizer como te quero, Ly, sabes? Não sei se o dia terá coragem de interromper este nosso eterno momento, e entrar pela noite a dentro e empurra-la fora daqui, estamos tão agarrados… (agarrados, colados os dois, quase esqueciam que existiam para alem deste momento…) - Não sei… ou melhor, sei… adoro ouvir-te Adri, fala-me mais de ti, muito de ti. Diz-me, já estiveste assim com mais alguém? Por mais alguém? Não, desculpa, não devo pensar nessa questão, que feio foi pensar nisso… melhor, podemos crescer os dois onde morar todo este rio lindo, na nossa alma… pode ser? (agarrados, ambos se olhavam por entre os raios que a lua libertava ate seus rostos já suados, como esta frio, olham-se…) Não sei que dizer-te Ly, quero amar-te de verdade se deixares, um dia, escreverei o resto do nosso romance, ate poder beijar-te os lábios…
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