HOMOSSEXUALIDADE

[Vóny Ferreira]

Não… não te posso amar
Tu és rosa e eu sou rosa
O que nos diferencia é a folhagem
Os picos e os uivos dos lobos.
Não te beijo, não te quero…
Porque morro quando te sinto!
Tu és a verdade com que minto   
És o rio onde me afogo.
Não… não te posso desejar…
Perante os outros, nem num abraço.
Eu sou capim seco, tu és abrasante fogo
Não te quero porque morro
Não… não te posso chorar.
Tu és a cigarra e eu o canto
Tu és gaivota, eu sou gaivota.
Só rasgando os céus te posso encontrar
Numa reminiscência de mar profundo
Que se revolta num penhasco
Num pináculo atordoante de abismos
Ou quem sabe?
Se numa cúpula desenfreada
de borboletas assassinadas!
Não… não te posso amar
Sem rasgar do ventre a transparência
Sem enlouquecer na urgência
Dos nossos corpos enamorados.
Vóny Ferreira


P.S: - Este poema faz parte do meu primeiro romance "O Despertar da Mariposa", cuja história anda à volta da paixão e do amor entre duas mulheres.
"Carta nº 1" A recusa da personagem principal, ao sentimento que desponta nela, de uma forma inesperada..."
ESTE ROMANCE ESTÁ REGISTADO NA SOC. PORTUGUESA DE AUTORES e IGAC

[Goreti Dias]

Um amor proibido traçado de forma sublime!
Bj

[RosaMaria]

olá Vony
E porque não se podem amar as rosas?
Lindo o seu poema!!!!
jinhos
Rosamaria

[Nina Araujo]

Sim, também faço esta pergunta a doce Vóny, e por que não se podem amar ? Claro que sim!! Viva as diferenças.

[Vóny Ferreira]

Amigas, é simples...
se eu achasse que duas pessoas do mesmo sexo não se podem amar,
não escreveria obviamente sobre o assunto.
No meu conceito, o amor é lindo quando é amor, o resto...
é absolutamente irrelevante!
Vóny Ferreira