Algumas notas sobre estética, desde as origens à barroca. I

[vaza pinheiro]

ESTÉTICA

Ao introduzir o termo Estética neste breve trabalho, refiro-me, naturalmente, à teoria do Belo, neste caso aplicado à arte poética, inclusa no modo como o talento e as emoções do criador se manifestam. Expressem-se elas através da criatividade; da busca de novos valores; do passo em frente que deve dar para ser parte actuante na transformação de conceitos mais ou menos desusados; da descoberta de caminhos ousados para a linguagem formal da cor e da beleza, levando, desse modo, à sociedade em geral a sua própria mensagem, seja ela de amor; alegria; solidariedade; protesto; sofrimento; solidão.

Ao referirmos a Arte como a expressão do Belo, desde logo se nos depara um problema difícel de transpor, também ele, a merecer foros de discussão milenar. O que é belo para uns pode não ser belo para outros. Perguntar-se-á: então qual a saída para isto? Em minha opinião, há que respeitar em primeiro lugar a liberdade de cada um em ver os valores estéticos através dos seus próprios olhos, procurando dizer de uma forma mais cuidada aquilo que passa ao papel. Nunca esquecendo, diga-se o que se disser, que qualquer trabalho criativo é, inelutavelmente, a expressão clara do que vai na alma do autor. Em segundo lugar, usar sem parcimónia as ferramentas valorativas dos períodos estéticos que os precederam, melhorando, se possível, o labor de uns e de outros. Em terceiro lugar, dar o seu cunho pessoal às regras que os nossos antepassados e alguns contemporâneos instituiram como básicas, para sublimar a perspectiva individual de quais valores servirão para poetar melhor e mais adequadamente sobre a Arte do Belo. Concluindo estas notas iniciais, parece-me importante situar as primeiras manifestações do Belo nas figurações do homem primitivo, deixadas nas cavernas onde se abrigavam e defendiam, ainda e sempre com o respeito pelas coisas essenciais à sua sobrevivência e ao amor que nutriam por elas. Dizer ainda, que um determinado período estético, embora balizado por datas, não é estanque às concepções do passado e do futuro. Dos primórdios à actuatidade sempre os criadores navegaram pela poesia do passado, sobretudo, pela quadra e pelo verso das sete sílabas métricas.

[vaza pinheiro]

Amigo Luis Filipe Pereira.

Muito agradeço as suas palavras. Na verdade, e como digo nas notas primeiras, é um facto indesmentível que o Belo é um tema controverso e nem sempre se coaduna com a estética filosófica dos grandes pensadores ou dos simples mortais. Como bem referiu, as grutas de Lascaux são, ainda hoje, um fascínio para os entusiastas da vivência primeva. Este meu escrito aflora questões, não é passivel de aprofundamento pela exiguidade do espaço disponível. Ainda hoje, espero, enviarei a segunda parte dedicada à versificação. Seria extremamente agradável que o tema fosse objecto de interesse geral para uma discussão enriquecedora neste EscritArtes de boa memória. Devedor do seu interesse, aceite o meu abraço fraternal. 

[Dionísio Dinis]

Da estética, suas concepções e teorizações, fazendo caminho  consequente ou não na direcção do belo, as questões a discutir, serão certamente intermináveis.Chegar ao belo pode não ser só questão de gosto próprio, mas por maioria de razões  apostar sempre na educação pela arte poderá ser uma forma de melhor compreender a diversidade das estéticas!
Gostei da forma como iniciou este ensaio, aguardo a correspondente posta restante

[Goreti Dias]

Uma lição apreciável. Mais poderiam vir e muito bem.