... duma agricultura biológica

[Mel de Carvalho]

no limite as cinzas
a civilização antiga incinerada a frio
e os corpos vergastados
enrodilhados
em posição uterina
e os rostos calcinados
aguilhoados nos lábios da demora.

no limite a fuga
os pés fossilizados em pedra pura
agora.

no limite o imaginário, a ilusão, o equívoco,
ou, porque não, uma história verdadeira
reerguida por sobre a terra canonizada de Pompeia.

olho ao longe o vento, as mímicas soltas da serra…
 
exalo dele fragrâncias tenras de cuidado,
subtilezas de nenúfar em casulo de seda
     dedos
em cortinas desfraldadas ao linho branco
    sémens
de plantações do tempo em Juno,
- fêmea de  ventre boleado ao torno -,
no seu útero venerável de mulher parideira.

vejo-o, tal terra basta, limpa, suave e delicada
a cerzir depósitos em margens d’aluvião…

agricultor sejas, então,
duma agricultura biológica,
no cultivo de um chá verde d’efeito crepitante
no afagar na leveza de texturas
a película delicada de um luar amanhecido
nas pestanas do sol-posto...

que, árvore robustecida finda a ventania,
soltarei na palma de tuas mãos,
no epicentro de tua e minha vida, 
flores de cerejeira, raras e preciosas ….

[Laura]

E não seria tão bom, se voltássemos a amar o que é realmente importante? Não seria tão bom, se aprendessemos esta lição?

Um abraço, Mel da Vida.

[Mel de Carvalho]

E não seria tão bom, se voltássemos a amar o que é realmente importante? Não seria tão bom, se aprendessemos esta lição?

Um abraço, Mel da Vida.

Sem dúvida, Laura. A vida encerra ciclos em que o mais importante é aprender lições, evoluir, melhorar. Acima de todas as coisas admitir a nossa condição humana, terrivelmente humana, que nos torna aprendizes a vida inteira.

Da vida, da minha própria, tenho aprendido a valorizar pequenas coisas, pequenos nadas (um sorriso, um afago, uma flor, uma gota d'água...). E, em cada uma buscar a paz, o equilíbrio, a harmonia.

Beijo grato
Mel