DionÃsio Dinis
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« em: Fevereiro 01, 2009, 15:38:44 » |
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Ai se eu não fosse o mais baixo do reles da gentinha normal
Ai se eu não fosse o abaixo do baixo dessa gentinha
Ai se eu fosse o poeta com o Olimpo a lamber-me os pés
Ai se eu fosse o Nobel conquistado por marquetingues e traições
Ai se eu pudesse quebrar a coluna e sorrir enganando o amigo
Ai se eu pudesse fazer cara de caso com a faca cravada nas costas do justo
Ai se eu pudesse fazer-me de vÃtima com a bÃlis e a hipocrisia a rebentar-me no olhar
Ai se eu me pudesse vender por pouco dinheiro e afagos nos egos
Ai se eu não quisesse ter dois rostos de enganar a quem me acredita
Ai se eu me fizesse de verdade em utilitário da mentira
Ai se eu não fosse o vómito de todas as resignações alheias
Ai se eu deixasse de ser pela náusea dos que me aparentam ser
Ai que me deixo ser pela paz que me renegam
Ai que se façam ser pela mentira que apregoam
DionÃsio Dinis
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« Última modificação: Fevereiro 15, 2011, 22:18:20 por DionÃsio Dinis »
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vaza pinheiro
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« Responder #1 em: Fevereiro 01, 2009, 21:41:37 » |
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DionÃsio Dinis, como é bom ler um poeta que não se rende à s convenções do mais correcto e põe a nu a verdade do inconformismo. Palavra esta com que titularia a excelência deste poema e de leitura obrigatória.
vaza pinheiro
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Goreti Dias
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« Responder #2 em: Fevereiro 02, 2009, 14:43:17 » |
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O Olimpo não lamberá os pés senão aos poetas limpos de coração e plenos de arte. A faca cravada nas costas dos justos será empunhada pelo poeta que a guardará limpa. Esse, nem nas costas dos traidores a usará porque nas suas mãos não cabem o ódio e a vingança. Dessas fazem jus os vaidosos, os frustados e os situados mais abaixo que o depósito do vómito. O poeta fica na paz que lhe permitem. Um verdadeiro canto de poeta, o mensageiro das frases que muitos não sabem dizer. Pela poesia e pelos poetas! Forte e incisivo como convém.
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Goretidias
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Aleph
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« Responder #3 em: Fevereiro 06, 2009, 21:49:06 » |
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Caro DionÃsio Dinis,
Belo poema, directo, interpelador e reflexivo. ImpossÃvel ficar indiferente a esta dose de lucidez que o poema nos oferece. Felizmente todos os "se" do poema não põem em causa os "que" das duas últimas frases. Parabéns pelo excelente trabalho.
................ A l e p h
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helenacosta
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« Responder #4 em: Fevereiro 07, 2009, 18:06:23 » |
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Ai, com que satisfação, li e reli este poema. Completo de versos transparentes. Ai. como adorei!!! Muitos parabéns!
Beijo
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carlossoares
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« Responder #5 em: Fevereiro 07, 2009, 21:19:47 » |
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Uma forma muito hábil e brilhante de evidenciar que a propalada crise de valores talvez o seja mais num plano teórico do que na vivência prática. É por referência a valores que a revolta desperta e o nojo atordoa e as pessoas se sentem infelizes... Um abraço.
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Carlos Ricardo Soares
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Laura Gil
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« Responder #6 em: Fevereiro 07, 2009, 22:17:37 » |
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"Ai" que eu não me perdoava "se" este belo poema poema me tivesse passado ao lado...
Beijos
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"A Beleza dos instantes tem a fragilidade de uma rosa"
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Ana Coelho
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Os meus sonhos nunca dormem
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« Responder #7 em: Fevereiro 08, 2009, 11:07:10 » |
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Um poema muito bem construi para ler e reler, embebido num suco forte de lirismo.
Beijos
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DionÃsio Dinis
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« Responder #8 em: Fevereiro 10, 2009, 22:40:28 » |
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Dite, que mais haveremos de escrever, senão fazê-lo, ou tentar fazê-lo, de alma lavada?
Domingos, um grito, ou o esboçar de uma revolta, hão-de ser perceptÃveis no tamanho da indignação de quem os proclama.Se o consegui transmitir dessa forma, e de maneira compreensÃvel, fico feliz por isso.
LuÃs Filipe, fico grato pela leitura e interpretação do meu escrito.
A todos o meu obrigado pela visita e comentários.
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Vóny Ferreira
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« Responder #9 em: Fevereiro 12, 2009, 20:57:51 » |
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Depois que te ouvi declamar, imagino-te a ler as tuas próprias palavras. E sabes? Imagino-me também porque gostei muito deste poema e porque gosto de ler apenas o que me entra na alma. Um abraço Dionisio. Foi um enorme prazer rever-te e ouvir-te e ler-te hoje... Vóny Ferreira
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De todos os nomes que me chamares um eu saberei que é meu...
- MULHER!
(Vóny Ferreira)
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Fábio Videira Santos
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« Responder #10 em: Fevereiro 13, 2009, 23:06:03 » |
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Caro DionÃsio,
O poema-diagnóstico, chamemos-lhe assim. Aquele que instila em nós a reacção que a pasmaceira dos dias entorpece. São precisas novas lições de humanidade. E a beleza da construção poética a isso ajuda.
cumprimentos, fvs
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DavidGomes
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« Responder #11 em: Fevereiro 17, 2009, 13:15:36 » |
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nem tudo é um simples ai........ é um grito de revolta e de paixão!
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Um abraço de felicidade, e um sorriso de paixão poetica. que te encha de alegria o teu dia!
DavidGomes
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vilde
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« Responder #12 em: Fevereiro 17, 2009, 16:45:27 » |
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Ai esta pólvora que não explode mas que me implode Ai esta chaga que já não cura mas só tortura...
Ai Deus, iué o caminho ...para a solução?
Gostei de ler Um abraço Vilde
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Aquele instinto selvagem em que evito meus naufrágios fez de mim mulher coragem na rotina dos adágios
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DionÃsio Dinis
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« Responder #13 em: Fevereiro 26, 2009, 18:04:01 » |
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Vaza, FabrÃcia, Goreti, Aleph e Carlos, o meu imenso obrigado pela generosidade dos comentários!
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