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Autor Tópico: Surdez, parte X  (Lida 3890 vezes)
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Tim_booth
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Queria escrever à velocidade com que penso.


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« em: Outubro 28, 2008, 23:01:15 »

[Parte I aqui]
[Parte II aqui]
[Parte III aqui]
[Parte IV aqui]
[Parte V aqui]
[Parte VI aqui]
[Parte VII aqui]
[Parte VIII aqui]
[Parte IX aqui]

Já não sei se devo adjectivar o pobre homem de surdo se de louco, porque mesmo nele as duas características se confundem. Não sei o que surgiu primeiro, se a surdez ou a loucura, se ele enlouqueceu por estar surdo se surdo ficou por já estar doido. Este homem, este pobre homem, é um puzzle da mente humana, um enigma como aqueles que se contam às crianças e que não têm resposta, quem nasceu primeiro, a surdez ou a loucura, ninguém sabe, ninguém viu. Do que ninguém tem dúvida é de que ambas existem, uma por causa da outra e a outra por causa da primeira, e ambas são as características do José, surdo louco, louco e surdo, surdo ou louco, tudo hipóteses para o início da história, indissociáveis uma da outra, a loucura e a surdez, e impossíveis de separar do José.
O José, esse, já tinha perdido a razão há muito. Já tinha perdido a conta aos dias que tinha passado fechado no escritório, sem comer nem se mexer, o fedor que agora exalava juntando com a sua vontade de estar sozinho mantinham a mulher do lado de fora da porta e o surdo do lado de dentro. Não tinha fome, mas tinha sede. Eventualmente teria de se mexer, pensava, eventualmente teria de sair da cadeira, eventualmente alguma coisa mudava, não poderia continuar a viver no próprio esterco sem comer, beber e dormir, era uma lei simples da existência que o corpo do José, e a mente, se esforçavam por contrariar há vários dias. Vai comer, vai beber, vai dormir, disse-lhe, Vai tomar banho, vai dizer à tua mulher que a amas, não para ouvires resposta mas para ela saber que assim é, vai comportar-te como o homem que eras até há pouco tempo, mas o José não me ouvia, não por impossibilidade física mas por barreira mental. O homem permanecia quieto, bem, não tão quieto assim, tremiam-lhe ligeiramente as mãos cruzadas sobre as pernas, não de frio mas de inquietação, como se os membros tivessem conhecimento de algo que a mente ainda desconhecia, porque junto com as mãos todo o corpo do José tremia sem que ele se desse conta, um tremeliques ligeiro mas persistente que adivinhava o que a sua cabeça queria esconder.
José olhou pela janela do escritório e viu que era noite. A Margarida estará a dormir, pensou, e com este pensamento levantou-se, sentindo os seus dejectos a escorrerem pelas pernas magras, quase inexistentes, e nesse momento, pela primeira vez desde que entrou em demência, sentiu nojo de si próprio. Não chorou, porque como já vimos não chorará mais, mas se as lágrimas caíssem seriam lágrimas de raiva contra si próprio por se ter permitido chegar a tanto, sem sequer se mexer para o fazer. José tentou mover-se o mais silenciosamente possível, sem saber bem porquê não queria acordar a flor Margarida que dormia um sono desassossegado e sem sonhos bonitos no quarto, e dirigiu-se à cozinha para beber água. Ao sentir o líquido vivificante descer pela garganta foi como se a vida lhe estivesse novamente a dizer alguma coisa. Sorriu. É altura de tomar banho, pensou e melhor o fez, o mais silencioso que conseguiu, não que conseguisse medir auditivamente, mas como todos era capaz de medir pela agressão dos gestos o barulho que produzia. Sentiu-se limpo como não se sentia há muito mas por fora apenas, na sua mente a mesma inquietação, a mesma ausência de linguagem que o deliciara no princípio mas que agora o enlouquecia mais a cada segundo que passava. Vestiu a roupa suja que estava no cesto, a última que tinha vestido quando ouvia, que por muito suja que estivesse não chegava nem perto do que era a roupa que trazia vestida no escritório. Sentiu-se fisicamente em ordem, sentiu-se quase bem, quase como fora antes de tudo isto, não que gostasse especialmente da pessoa que era mas não era difícil detestar aquilo em que se havia transformado.
Dirigia-se ao quarto para finalmente dormir quando parou em frente da janela que estava sempre aberta. O porquê daquela janela estar sempre aberta era um mistério para ele, a única coisa que sabia era que cada vez que a tentara fechar a mulher a corria a abrir imediatamente a seguir, até ao dia em que finalmente deixou de tentar fecha-la. Sempre estranhava a maneira como a temperatura se mantinha inalterada dentro de casa quer estivesse um frio de gelar quer um calor insuportável no exterior, talvez fosse algum fenómeno meteorológico próprio daquela zona do universo, uma espécie de micro-clima fenestral. Fechou os olhos e atirou-se para o exterior. Apanhou-me completamente de surpresa, não estava atento ao pensamento do surdo naquele momento, não sei o que lhe passou pela cabeça para ele fazer aquilo. Terminaria a sua vida com certeza, não se cai de um décimo andar, de cabeça como ele se atirou, e se sobrevive para gozar a vida. José sabia perfeitamente que a sua existência terminaria quando o fez. E assim o escolheu.
Porque o fizeste, gritei-lhe aos ouvidos durante a queda, as nossas conversas tinham este dom de durarem não mais que um infinitésimo de segundo, Porque o fizeste, gritei-lhe novamente, não me ignores, não agora, responde-me, porque te atiraste da janela. Ele sorriu, calmamente como se aquele fosse o momento mais pacífico da sua prestes a terminar vida, Não tinha outra coisa a fazer, Porquê, torno eu, Perguntas de mais amigo, Já me tratas por amigo agora, já não te irrita, Não quero morrer com inimizades, especialmente comigo, Contigo, agora é a minha vez de estar confuso, em alguma altura tinha de ser, nem mesmo eu, omnipresente omnisciência, posso estar seguro de tudo, como não estava do que ele queria dizer agora. Insisti, Contigo, como assim, o suicida surdo sorriu novamente, respondeu-me com uma pergunta, Quem julgas tu que és, donde julgas que apareceste, porque achas que não existes fora da minha vida, e com tanta pergunta calei-me e pensei porque haveria eu de ser propriedade exclusiva deste homem, porque é que a sua vida era a única que eu relatava, porque era a sua mente a única capaz de me ouvir e a única que eu conseguia perscrutar, Que queres dizer, explica-te condenado, insisti, a raiva consumia-me, este maluco estava a brincar comigo e eu estava a permiti-lo, nem a morte iminente o desculpava.
Então percebi tão bem quanto ele. Quem eu era, de onde viera, porque existira. Nasci no momento em que o pobre homem ficou surdo com o conhecimento de tudo o que ele era e de tudo o que com ele se relacionava. Eu sou o José, ou antes, eu sou uma voz dentro do José que se ocupou de narrar a sua loucura, eu não passo dele mesmo, somos um, ele e eu, e eu deixarei de existir assim que ele se cure ou se mate. Sou a tua loucura, digo-lhe, Exactamente. Aflijo-me, não julgava a minha existência tão irreal, não me julgava produto da mente humana, especialmente de uma tão pobre como a do pobre José. Esqueço então as minhas preocupações, porque a bem dizer a loucura não tem outra preocupação que não seja a de infernizar a vida de quem lhe coube em destino, e volto-me novamente para o José. Porque tomaste banho antes de te jogares da janela, inquiro, Para te distrair, só para te distrair, tinha de espantar a loucura com coisas comuns, tinha de te calar para perceber o que tinha acontecido, agora percebo tudo, tudo, até consigo perceber que não há volta a dar, que não mais voltarei a ser o que era, enlouqueci, tu mesmo és a prova disso, és a voz que caracteriza todos os que perderam a razão como eu. Então e a tua mulher, espicaço-o, o que vai ser dela quando te vir estatelado no cimento, Ela vai perceber que fiz o que tinha a ser feito, se agora o vento me enregela a cara com a velocidade da queda é porque ela não merecia ter de eternamente cuidar de um doido, antes vale agarrar-me a uma réstia de sanidade para terminar com a eternidade insana que me esperava e a vida defunta que a pobre Margarida teria. Como sabes que estás doido, quem te pode confirmar isso, tu mesmo percebes que se pensares estar maluco estás a dar um passo racional, Não brinques comigo, respondeu-me, sei que perdi a razão, é a explicação para a tua existência, é a explicação para tudo, tu tiraste-me a audição mas já aí eu estava maluco, vou parar de dizer tu porque tu és eu, és a minha loucura, bloqueei os meus ouvidos para mais facilmente perceber que a minha sanidade se tinha vaporizado, foi a única coisa que esta surdez me trouxe, assim sei que estou doido e não surdo, assim sei o que surgiu primeiro, a loucura, a surdez é voluntária e desaparecerá assim que eu perceber isso mesmo.
E desapareceu. No preciso momento em que o José percebe isto, enquanto fala comigo, consigo, tudo lhe volta de uma assentada, o ruído da noite, o vento a correr-lhe pelas orelhas, os pássaros que cantam a alvorada. Neste momento o chão deixou de parecer parado para se mover a grande velocidade, neste momento ele voltou a pensar com linguagem de gente, neste momento ele soube que o momento estava a acabar, o som estava a acabar, a loucura estava a acabar, definitivamente.
O chão estava já a poucos centímetros da cara do José quando ele ouviu o derradeiro som, felizmente que não foi a voz da porca da chefe como inicialmente contei, mas sim a voz da mulher, o grito aterrorizado da mulher que o via a cair da janela permanentemente aberta, o grito doloroso de Margarida, foi a última coisa que José ouviu antes de o chão terminar com a sua loucura e com a sua vida.
E comigo.


FIM

Tim James Booth, Outubro 2008.
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Laura
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« Responder #1 em: Outubro 28, 2008, 23:14:50 »

Um fim totalmente inesperado, pelo menos para mim... com uma moral, também para mim: só temos o poder que os outros nos dão. E o amor não serve para nada, a menos que saiba ouvir... mas isso já eu sabia...

Grande conto!
Laura
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Tim_booth
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« Responder #2 em: Outubro 28, 2008, 23:15:33 »

Muito obrigado Laura, não sabes o prazer que me deu escrever isto...

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Laura
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« Responder #3 em: Outubro 28, 2008, 23:17:51 »

Não, não sei, mas acho que posso imaginar...
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« Responder #4 em: Outubro 28, 2008, 23:19:28 »

 :woot:
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damasco
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« Responder #5 em: Outubro 29, 2008, 10:49:36 »

Bravo, Tim! Um conto excelentemente conduzido. O drama do José é bem mais real e menos metafórico do que possa parecer.
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« Responder #6 em: Outubro 29, 2008, 11:54:29 »

Muito obrigado Damasco! Agora ponho de lado a modéstia para dizer que acho realmente que está aqui um bom pedaço de história, a ver vamos mais opiniões! Obrigado pela leitura atenta.

Cheers
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Goreti Dias
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« Responder #7 em: Outubro 30, 2008, 15:31:40 »

Eu esperava este desfecho sim. Não haveria como superar aquela surdez que lhe permitiu deixar de ouvir o mundo que o rodeava, mas era apenas e tão só o sinal de uma loucura fazendo-se inquilina. Com contrato perpétuo! A única forma de a aniquilar seria esta. Num assomo de lucidez! Porque aquele que ama, mesmo louco, consegue espreitar por uma mínima fresta e dar a vida por quem ama.
"Ela vai perceber que fiz o que tinha a ser feito, se agora o vento me enregela a cara com a velocidade da queda é porque ela não merecia ter de eternamente cuidar de um doido, antes vale agarrar-me a uma réstia de sanidade para terminar com a eternidade insana que me esperava e a vida defunta que a pobre Margarida teria."
Um acto de amor repleto de sanidade. Margarida não entenderia dessa forma, se o conto continuasse. Ela, amor em pessoa, preferiria cuidar dele assim mesmo. Nisso se enganou a personagem. E se enganam muitos que assim pensam na vida real.
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britoribeiro
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« Responder #8 em: Outubro 31, 2008, 14:29:18 »

Muito bem desenvolvido, parabéns.

Abraço
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Tim_booth
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« Responder #9 em: Outubro 31, 2008, 16:43:57 »

Goreti e Brito, muito obrigado pelos comentários.

Cheers
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Laura
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« Responder #10 em: Novembro 01, 2008, 23:14:06 »

Tim, já li a versão integral. Não sei se quiseste que ele fosse louco, provavelmente sim. Mas por mim, já descobri porque foi inesperado o fim para mim. Não achei o José nada louco, até ao fim. Portanto, não fez sentido para mim ele matar-se. E gostava da relação que ele tinha com a Margarida. Faz para mim todo o sentido ficarmos surdos quando alguém odioso grita connosco. Faz sentido as coisas não serem sempre normais. Talvez eu também seja louca LOL. Sinto-me confortável num livro como A Espuma dos Dias, de Boris Vian. Sinto-me confortável no meio de uma tempestade. Não me sinto de todo confortável dentro da normalidade. 28 páginas muito agradáveis de ler, onde me senti muito confortável.
Abraço,
Laura
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vitor
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Olá amigos.


« Responder #11 em: Novembro 01, 2008, 23:17:55 »

Muito belo, sentido, profundo, bem escrito. Parabens Tim.
vitor burity
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« Responder #12 em: Novembro 02, 2008, 20:20:56 »

Laura, sim, desde o princípio a loucura é que guiava a história, apesar de eu a tentar esconder porque, e aqui está uma das mensagens que quero passar, a fronteira entre a loucura e a sanidade não é assim tão clara...

Vitor, muito obrigado pela leitura e pelo comentário;

Dite, ainda bem que aguentaste este conto até ao fim. Muito obrigado por todos os comentários e pela leitura atenta e paciente.

Cheers
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Boa tarde
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Obrigado, Administração, por avisar!
Setembro 14, 2021, 10:50:24
Bom dia. O site vai migrar para outra plataforma no dia 23 deste mês de setembro. Aconselha-se as pessoas a fazerem cópias de algum material que não tenham guardado em meios pessoais. Não está previsto perder-se nada, mas poderá acontecer. Obrigada.

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Boa noite feliz para todos
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Olá! Boas leituras e boas escritas!
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Boa noite a todos.
Abril 04, 2021, 17:43:19
Bom domingo para todos.
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Boa semana para todos.
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Boa tarde a todos.
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Boia noite para todos.
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Boa noite feliz para todos.
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