Meia luz

[Cristina Nunes]

Entre nós um segundo, eternamente só.
Ao longe a madrugada com seus ruídos avisa que tudo passa e embaça meus olhos teimosos em te ver... tão perto que quase te alcanço com mãos escorregadias.
Foges como a poesia, no suave pêndulo da ironia de te ter por um segundo no arco dos meus olhos... e passas por mim desmanchando as cores na minha íris.
Desfaz o verso na aquarela das lágrimas que se confundem no sono e na realidade de um quarto vazio, à meia luz no entremeio da fresta... e na parede o que reluz... é tudo que me resta.


Cristina Nunes

[Dionísio Dinis]

"Entre nós um segundo, eternamente só."...

"Desfaz o verso na aquarela das lágrimas que se confundem no sono e na realidade de um quarto vazio, à meia luz no entremeio da fresta... e na parede o que reluz... é tudo que me resta."

Entre a sua verve, eminentemente cheia de poesia, e o impacto que produz em quem a lê, faz-se o caminho do prazer de ler e, mesmo que o verso se desfaça em palavras algo magoadas, o culminar deste texto é um digno remate, é o melhor final para um excelente começo!

Bem-haja, amiga Cristina!

[Marília]

Lindo! até a meia luz que resta como única coisa viva.

[Goreti Dias]

Esta meia luz é um texto espantoso de qualidade superior...
Muitos parabéns!
Bjs

[Teresinha Ferraz]

Aii, mesmo bonito!
"Foges como a poesia, no suave pêndulo da ironia de te ter por um segundo no arco dos meus olhos... "
uma enorme expressividade, adorei

beijinho
e bom natal 

[turtlemoon]

Adorei este poema e acho q, tal cm eu, tb deves escrever antes de adormecer e assim captas essas sensações transitidas sob a forma de poesia...a solidão, a madrugada e a demanda estão aqui presentes e gostei de ler.bjs luz e paz