Guacira
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« em: Fevereiro 04, 2009, 12:17:17 » |
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E eu adoro os homens...que jeito?
Neste momento gostaria de começar, fazendo não exatamente uma defesa, mas a exposição de uma constatação – não conseguiria calar-me – acerca do bom senso feminino, tomando como referência o amor do Rei Salomão e a Rainha de Sabá e o que diz o famoso e polêmico filósofo holandês Erasmo de Rotterdam, em seu Elogio da Loucura, sobre a mulher: assim falou a irreverente personagem (a loucura): “Tendo o homem nascido para o manejo e administração dos negócios, era justo aumentar sua pequenÃssima dose de razão, mas querendo Júpiter prevenir melhor esse inconveniente achou de me consultar a respeito, como, aliás, costuma fazer quanto ao resto. Dei-lhe uma opinião verdadeiramente digna de mim – Senhor, disse-lhe eu: dê uma mulher ao homem, porque embora seja a mulher um animal inepto e estúpido, não deixa, contudo, de ser mais alegre e suave, e, vivendo familiarmente com o homem, saberá temperar com sua loucura o humor áspero e triste do mesmoâ€. Vejamos apenas dois pontos fundamentais na nossa argumentação, para evidenciar a configuração dessa trama, dessa urdidura; disse a loucura: “tendo o homem nascido para o manejo e administração dos negócios...†Ora, o que observamos na história dos nossos famosos reis foi exatamente o oposto; uma absoluta demonstração de inaptidão masculina para administração dos negócios, visto que ele, conhecido por sua sabedoria, naufragou fragorosamente o destino do reino sob sua responsabilidade, por não ter tido equilÃbrio ao lidar com a perda da mulher amada. Uma coisa seria sofrer por essa perda e outra colocar em perigo a segurança do reino e do seu povo, até porque essa foi, segundo consta, uma herança advinda de uma promessa do Criador a seu pai. O outro ponto revelou a mais absoluta contradição sobre o que foi dito sobre a mulher: “embora seja a mulher um animal inepto e estúpido...†Mas vimos que a rainha deu um inegável exemplo de equilÃbrio, quando tão sabiamente soube trabalhar a perda do seu amor, aliada ao fato de estar a esperar dele um filho, e mais, voltando à governança do seu reino, por avaliar com muita lucidez a importância dos seus deveres de soberana para com o seu destino e o destino do seu povo. Logo... Continuando, gostaria de pedir um pouco – não seria justo pedir total - de imparcialidade em relação à s questões religiosas para que pensássemos juntos sobre o universo implÃcito na dimensão humana de Salomão, mesmo que ele não soubesse disso. Teria ele, sido um homem de fé convicta, ainda que já tenha nascido sem possibilidade de escolher a vida que gostaria de ter? Teria tido a condição de refletir ou possibilidade de autonomia para mudar o imutável? Sabemos que fora prometido a Davi, seu pai, a governança daqueles reinos, por ele e seus descendentes. Quais sentimentos, verdadeiramente, o teriam movido a pedir apenas conhecimento e sabedoria, quando lhe fora oferecida a possibilidade de pedir tudo o que quisesse? Ou não teria sido assim, e uma profecia teria que ser cumprida, para que a história chegasse ao desfecho previsto? Teria sua humanidade sido pilhada por um sentimento incontrolável como o amor, apesar de toda disposição de cumprir seu destino junto a seu povo e a promessa feita ao Senhor? Essas seriam só perguntas iniciais para desencadear nosso diálogo e incitar a análise, porque precisarei usar uma metodologia que me mantenha, o mais possÃvel, com os pés no chão para não me perder, visto ser esse um assunto tão rico e polêmico. Nossos reis tiveram contra si mesmos (ou a favor), nessas circunstâncias: Em ralação a ele, perceber vaidoso (afinal era humano)a grande admiração, o encantamento que causara a uma mulher tão sensÃvel, jovem e bela, o que envaidece sempre os homens, além de, falando-se de forma bastante contemporânea, ver a possibilidade de testar o mito da superioridade masculina, ainda que naquela época não se tivesse acesso a esse conhecimento da forma como o temos hoje, mas o tivesse Salomão, implÃcito na sua condição de humanidade. Quanto a ela, colocando-me em seu lugar como mulher, e tão jovem, consideraria um privilégio essa oportunidade, e mais, constatar que estava havendo reciprocidade nessa atitude. Ele estava encantando-se com ela, mesmo sendo tão inexperiente e sequiosa de saber. Quer dizer: seu herói estava considerando sua existência, porque, convenhamos viajar naquela época, com tanta pompa e circunstância, só mesmo por uma motivação muito grande. Aqui me reporto ao êxtase de Louis Lane, ao constatar que o Super-homem ao menos lhe dedica um olhar, percebendo que ela existe, ainda que não o soubesse como mulher. Quanto mais ser carregada em seus braços até o infinito. Querida leitora tenha a idade que tiver - isso hoje já não tem importância (as coisas boas da modernidade) - ponha-se nesse exato lugar: os braços do Super-homem e reflita sobre o que sente. Bem, saiamos do espaço infinito e voltemos a nossa análise. Temos ainda que considerar todo o clima de intimidade estabelecido entre nossos soberanos, porque era um convÃvio diário e a sós quase todo o tempo. No recolhimento da sua condição de servo, deveria ele orar agradecendo ao Senhor pela oportunidade de realizar Sua obra...
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