josé torres
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« em: Julho 14, 2009, 01:27:23 » |
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Estava a fumar um charro sossegado, quando num repente, por detrás da orelha, lhe surge sem ser convidado, um bicho difÃcil de caracterizar. Tinha pernas e não andava, tinha asas e não voava, tinha boca e não falava. Chamava-se Ãsperodonterinocerosmastim. Não que se tivesse apresentado pela boca que não falava, mas porque tinha espetada na própria pele, uma daquelas placas de identificação que os assalariados por objectivos do Macdonalds ostentam. Raio de vida ilusória, pensou o tipo que não interessa, descascando por momentos batatas de forma tradicional. - Quem és? Perguntou-se como se quase adivinhasse. - Sou uma espécie de coisa pouca. Respondeu o bicho que não falava. - E porque pousas no meu ombro criatura? - Vim aqui para te falar de Deus. Apagou o dito cujo apressado. Queimara a lÃngua na última passa, e um cheiro a cartão queimado, tomou por instantes o espaço. - Para me falar de Deus?! - Sim. Respondeu o que não falava, sem a mÃnima intenção de voar, mesmo sustentando umas asas gigantescas nas costas, que abrigavam o homem que não interessa numa espécie de concha prestes a fechar-se. - E porque raio haveria eu de querer conversar com Deus por seu intermédio? Nem sequer o conheço… Deus está em toda a parte, meu caro. E dizendo isto, deu um passo em frente com a perna que logo se descobriu ser a manca. Tombou na carpete, largando dos bolsos das asas uma colecção das mais belas contrafacções que se possam imaginar. Ele era relógios Cartier iguaizinhos, perfumes Chanel de encher a pele… - Um homem tem que viver. Disse o que vinha falar de Deus, tinha asas e não voava, e meteu um pé em falso. O que fumou o charro, respondeu: - Tem DVD,s?
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