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« em: Julho 19, 2008, 20:07:35 » |
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SilĂȘncio
SilĂȘncio? O que Ă© o silĂȘncio? Ă o nĂŁo ouvirmos nada? Nada? O que Ă© o nada para conseguirmos definir o silĂȘncio? Ou o nada sonoro Ă© mais um tipo de som? Agudo, grave, forte, fraco, suaveâŠe o silĂȘncio? Só⊠silĂȘncio? Nada? Da mesma maneira que associamos uma caracterĂstica sonora a um tipo, nĂŁo associar define algum? Ou no silĂȘncio hĂĄ muito mais que⊠o nada?
SilĂȘncio⊠um vazio audĂvel que Ă s vezes nos faz ouvir de maneira diferente. Uma diferença provocada pelo nada, pelo inexistente⊠ou existe? Porque nĂŁo o silĂȘncio um som? Se o silĂȘncio Ă© o nada que ouvimos, entĂŁo quem o produz? NinguĂ©m? Todos os sons sĂŁo provocados⊠ou o silĂȘncio Ă© caracterizado pelo ânadaâ por ninguĂ©m o produzir? EntĂŁo o silĂȘncio serĂĄ som? Ou simplesmente alguma coisa que alguĂ©m inventou para justificar o som quando ninguĂ©m fala e nada mexe?
O silĂȘncio serĂĄ muito mais do que propriamente algo que ninguĂ©m ouve. Porque Ă© o som que cria mais conflitos psicolĂłgicos capazes de provocar o pĂąnico, a calma, o pensamento, o caos⊠se muitos afirmam que um som nos provoca algo, e entĂŁo o silĂȘncio? PorquĂȘ os agudos juntos com os graves, dissolvendo os fracos e aumentando os fortes, suavizados pelos calmos e rasgados pelos aterrorizados sons uma sinfonia? Porque nĂŁo o silĂȘncio uma junção de todos os sons despertados ao mesmo tempo, de forma sonora tal que provoque o harmoniosamente ânadaâ que ilusoriamente ouvimos? SerĂĄ isso a sinfonia perfeita? Porque nĂŁo uma pancada de um ferro provocar uma alteração nessa junção, o que nos obriga a receber certas frequĂȘncias que fogem ou se juntam a essa harmonia concĂȘntrica de sons?
SilĂȘncio⊠o nada que explica o tudo quando nada pode ser dito. Essencialmente um vĂĄcuo de expressĂ”es auditivas, que nos obriga a explorar o inexistente para tentar arranjar respostas para as questĂ”es que nascem e sobrevivem no que nĂŁo existe. Como uma folha branca que Ă© produzida para ser preenchida, mas que trĂĄs o ânadaâ. Olhamos para ela e faz-nos pensar no que iremos escrever, desenhar, riscar, ou, por si sĂł, deixa-la em branco com o chamado ânadaâ que ninguĂ©m sabe o que Ă© mas todos o conhecem. SĂŁo folhas vazias que pairam no ar e se deslocam com o movimento e o choque de partĂculas, escritas com letra grande, ou muito pequena, com uma letra muito leve, ou muito demarcada que quase nĂŁo se consegue apagar, escrita na obliqua, ou da direita para esquerda, de baixo para cima, todas em cima umas das outras, ou uma em cada canto. Mas nĂŁo escrever Ă©âŠ? Ă o nĂŁo ter nada escrito, Ă© o nĂŁo pegar na caneta, Ă© o ela nĂŁo existir, Ă© o nĂŁo haver algo para escrever, Ă© o nĂŁo haver boca para falar, Ă© o nĂŁo ter mĂŁos para bater palmas, Ă© o nĂŁo haver instrumentos para tocar nem o existir carvĂŁo para raspar na folha. Porque o silĂȘncio sĂł existe porque hĂĄ algo para fazer barulho.
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