não sou, não quero, não ambiciono, nem tenho o descaramento, de querer ser exemplo para alguém. quem vos escreve é o mais perfeito exemplo da imperfeição e, por favor, agradeço que me ignorem por princÃpio, e ao mesmo tempo agradeço a atenção, daqueles que me lêem sempre até ao fim com olhos de ler, sem a intenção de no final serem simpáticos, ambicionando reciprocidade no mesmo modo e género. este que vos escreve, quando pela primeira vez publicou num site de escrita, fê-lo borrado de medo, pois devido ao seu desconhecimento dos meandros da coisa, pensava que quem os utilizava era gente criteriosa e talentosa, que tinha um extremo cuidado, no que neles publicava e, para além disso, teria um respeito imenso pela escrita, evitando a leviandade de publicar por publicar. descobri que não era assim e, por força da desilusão, acabei por em determinadas alturas, dar uns quantos murros na mesa, acreditem que, de alguns que dei não retiro uma só vÃrgula que seja, já de outros não me orgulho mesmo nada, enfim, vivendo e aprendendo.
sobre isso e outras coisas podem ler no link abaixo, publicado neste sÃtio faz tempo:
http://www.escritartes.com/premios/mar2008/entrevista_antonio_paiva.pdfmas vamos agora aos entretantos mais recentes, a propósito de censura ou quase censura, amuos e outros que tais. moderadores e moderação, algo que logo à partida me provoca urticária. é que, não colocando em causa nem a idoneidade, nem o espÃrito de missão, que cada um coloca nessa tarefa, o que é logo visÃvel, é que, uns utilizadores serão mais idóneos e sérios do que outros, pelo que, é necessária a vigilância, dos, pelos. a prática acaba por revelar que, muitas vezes a vigilância é mais prejudicial do que a prevaricação. há jurisprudência bem recente sobre o que afirmo, quer seja aqui, ali, ou acolá.
abordando agora a questão da censura, uma palavra tão banalizada nos sites, tal como é banalizada a escrita.
fazendo uso da secular questão popular:
por que é que o cão vai à missa?
a resposta igualmente popular e sapiente:
porque encontra a porta da igreja aberta.
mas, já que pertencemos à espécie homo sapiens, não queiramos plagiar e apoderar-nos, dos comportamentos do nobre e inteligente animal.
é verdade, acabamos todos por entrar nestes sÃtios, porque o acesso é franco e facilitado, basta um simples registo, com um nome falso ou verdadeiro (abomino o termo nick), arranjamos uma foto pessoal, um boneco qualquer ou nenhum boneco, para colocar no avatar, e já está. podemos logo desatar a parir sapiência.
convido-vos se assim o quiserem, a olhar um site de escrita por outro prisma; um site não surge assim do nada, alguém teve de o criar ou mandar criar, alguém tem de o manter funcional e online, isso tem custos sabiam?
com as naturais diferenças, um site de escrita, pode muito bem ser comparado com uma editora, uma editora online claro está, à disposição de quem quer dar a conhecer os seus escritos.
e, se numa editora convencional, é ela mesmo que decide a sua linha editorial, seleccionado o que publica ou não publica. poderÃamos também acusar um editora de censora, ou de censura? claro que não.
então, um site que é criado e mantido por alguém, e o coloca gratuitamente à disposição de terceiros, pode esse alguém, decidir o que se pode ou não publicar no site? claro que pode. e, quando queremos forçar esse alguém a aceitar aquilo que queremos, estaremos nós ou não, a censurar a legitimidade desse alguém? claro que estamos.
se pretendemos ter um espaço para dar largas à nossa criatividade, frustração e ou maledicência, criemos então um blogue, façamos ou mandemos fazer um site e suportemos os seus encargos, aà poderemos ser tudo e nada. mas, atenção, até aà podemos ser impedidos de passar das marcas, como bem sabemos.
que se leia então demais, que se escreva um pouco menos e com sentido de mais, quanto a publicar, publiquemos com parcimónia e sem gula.
até uma próxima.