Estás farto

[carlossoares]

Estás farto


Estás farto de quê?
Da poesia?
Vai à vida
Ao encontro das pessoas
E dos animais
Faz negócios

Há-de haver mais
Do que parra sem uva

Não vás passar
O tempo com uma pá
À procura da alma
A livrar-te de palavras fedorentas
De ócios não biodegradáveis
Autênticas muralhas de lixo pesado
Que te retêm (não separam)
Perversamente…

Quando escrever se torna um exercício de perversão
Política, religiosa, filosófica, científica, etc..
Quando a escrita se torna um exercício de cinismo
Uma arma, um terrorismo
É preciso dizer –Então?

[Mel de Carvalho]

Existem momentos em que nos fartamos de nós mesmos. contudo essa será a hora de nos enfrentarmos. a escrita só pode acrescentar. o inverso perverte. tem toda a razão, caro Carlos Ricardo, neste seu poema-alerta contra o uso indevido da palavra.
muito bom.

Fraterno abraço
Mel

[Vanda Paz]

Um poema que nos deixa a reflectir sobre a continuidade de escrever, sobre a verdadeira razão de viver à volta da escrita

Beijos

[carlossoares]

Mel,
Vanda,

os meus agradecimentos.
Abraços

[Goreti Dias]

Como já disse muitas vezes, a palavra é das armas mais poderosas que existem à superfície da Terra! Um poema para reflectir!
bj

[carlossoares]

Goreti,

concordo que a palavra (também) é usada pelo poder que faculta aos poderes e que o poder da palavra está relacionado com o facto de ela ser de Poder. Por ex. a língua inglesa é uma língua de Poder. Existem outras que o não são.
Obrigado pela presença e pelo comentário.
Bj.