AFÃ

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

AFÃ

          Vivemos sempre em expectativa. Fomos na realidade gerados com expectativa. Será que dará certo a empreitada? Será que serei feliz. Tenho de imaginar que sim e torcer para que tudo dê certo. E vai dar certo. Tenho certeza e quero que seja assim.
          Que pena! Não aconteceu. O que fazer, então? Vive-se a agonia da espera. O estresse instala-se. A ânsia nos agoniza e nos faz consumir e parar de pensar. O desespero toma conta. Assoma-se a este estado de coisas a cobrança da sociedade moderna por melhores resultados, por sucesso (principalmente financeiro) e fama. Temos um modelo a seguir e que perseguimos. Vale a pena? Penso que não. Desde as coisas mais simples às mais complexas, temos pressa por resolver e ficamos cegos com a solução bem diante de nós. Acho que quanto mais perto, mais difícil enxergar. É o que acontece sempre.
          Aprendi a enganar a mim mesmo. Depois do desespero, paro e faço como a raposa da fábula, que olha para as uvas depois de muito tentar em vão alcançá-las e diz: "Não queria mesmo. Estão verdes". Evidentemente, a raposa queria sim as doces uvas, porém, por despeito, abriu mão delas já que não conseguia alcançá-las. Faço semelhante. Não deixo de querer e nem faço pouco caso do meu objeto de desejo. Somente finjo não estar mais interessado para que eu mesmo possa desobstruir meus olhos, ouvidos e mente. Aí sim encontro, ouço e penso com clareza sobre o que em vão tentava conseguir.
          Finalmente consegui resolver o que queria. E sabem o que foi? Não esquentem a cabeça. A resposta aparecerá.

[Alice Santos]

Mais um bom texto. Eu disse que o EA ia ficar a ganhar...

É verdade sim. Quantas vezes ficamos cegos com o óbvio diante dos nosso olhos, deixando assim fugir aquilo que queremos mesmo, aqueles que amamos de verdade. Isto aplica-se a quase todas as situações. Que fazer? Parar? Pensar um pouco? Não sei... mas tens razão quando dizes "aprendi a enganar a mim mesmo". Acho que todos nós somos obrigados a isso ou ficariamos loucos. "A resposta aparecerá."

Continuação de boas escritas.

Alice Santos

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Obrigado, Alice, pelo incentivo.

Você sabe que teu nome parece com o que penso de ti a partir do que li? É verdade! Alice quer dizer "nobre".
Obrigado, pelo teu gesto tão agradável ao comentar meu texto.
Fiquei tão estimulado que escrevi outro para substituir um anterior duplicado (enviei o texto duas vezes sem querer e como não sei apagar, resolvi raspar e escrever por cima como num palimpcesto das bibliotecas da Antiguidade.

Uma noite doce como o Pão-de-Açúcar para você.

[amandu]

Toda a vida é boa. A devemos considerar boa e depois a asneira. Bem nem sempre acertamos assim mas podemos ver o bago de uva a que procuramos melhor no Mundo. Devemos considerar o dever de o dividir e não o comer.
É um bom texto e o interpretei assim como melhor seria o mesmo de vermos a nós como na sua fábula.
Li seus textos e gostei. Sou do Funchal e vivo em Lisboa. Um abraço para si e obrigado por sua vinda.
Amandu

[Goreti Dias]

Ainda bem para nós que teve que recompor... rs... ganhámos outro e muito bom. Passamos a vida nesse engano...

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Obrigado, Amandu, por teu comentário.

É muito bom sentir-me bem vindo em um lugar tão especial quanto o ESCRITARTES.

Quando tiver tempo, entre no site Recanto das Letras (www.recantodasletras.com.br). Publico por lá também. Assino, tal qual no ESCRITARTES, Oswaldo Eurico Rodrigues. Você também poderá comentar meus textos se no próprio site.

Um grande abraço e boa noite (aí em Portugal já quase bom dia).

Oswaldo Eurico Rodrigues.

[CAMPISTA CABRAL]

Olá amigo! Vejo, como disse em resposta a outro texto seu, tem manejado as palavras com sabedoria e exatidão! Nossas conversas sobre literatura e arte têm sido muito proveitosas! O texto está enxuto: nem mais nem menos! Na medida! Parabéns pelo texto e pela reflexão! Cuidemos de nós! Cuidemos da vida!

Um grande abraço!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Que bom, Cabral, que gostou do meu texto. A história dele foi acidental. Estava desesperado (para variar) por não conseguir publicar os textos. Pedi ajuda a Deus e ao mundo. Não tinha paciência para esperar. De repente desisti e fui fazer outra coisa. Até que consegui fazê-lo e ver que era a coisa mais simples do mundo.
Publiquei o primeiro texto, mas como não poderia deixar de ser, fiz uma bobagem. Desesperado de novo com a mensagem de que não foi possível enviar de novo, voltei a janela do texto, preenchia de novo. Fiz isso duas vezes. Respirei fundo e olhei para o lado. Vi meu nome na relação à direita da tela. Então havia entrado. E três vezes. Foi então que tentei apagar duas versões. Não consegui. Então passei o novo texto por cima do antigo numa das versões. Fiz o mesmo outra vez. Somente hoje de madrugada postei o quarto texto.
Grande abraço e obrigado pelo comentário, mais uma vez.

[Tere Tavares]

Expectativa. O seu afã nos torna mais despertos.
Caro Oswaldo, grata por trazer-me aqui.
Abraço

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Obrigado, Tere, pela leitura deste meu texto.

Um abraço fraterno.

Oswaldo

[Alice Santos]

Olá.
Vim até aqui e reli este belo texto.
Não sei é como é que vou ler tudo o que foi publicado.
Nunca conseguirei, até porque o tempo continua a ser pouco.
É raro conseguir vir até cá.
Vou tentar.

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Alice, quanta saudade...

Que prazer enorme você passar por aqui para ler desse meu "Afã".

Um abraço fraterno do amigo brasileiro

Oswaldo

[Eduarda]

Oswaldo,

que texto! demorou para ler mas valeu a pena.

bj

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Oi, Eduarda.

Obrigado pela leitura.

Bj.

[Dionísio Dinis]

Excelente texto, tanto na originalidade na abordagem da reflexão do escritor, como na própria escrita expressa.Muito bom mesmo. 

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Muito feliz fico eu pelo comentário tão favorável do amigo Dinis.

Obrigado e grande abraço.

[valeriasoares]

Caro amigo,

Muito bom seu texto!

Abraços teresopolitanos.

[gdec2001]

Este site é tão grande que me perco em alguns cantos e passo ao lado . Aí perco muito texto bom , como este .
É assim mesmo meu amigo  com a escrita . Nunca mais aparece e quando estamos distraídos ela surge não sabemos de onde

abraço
Geraldes de Carvalho

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Oi, Valéria...

Que bom que gostou do meu texto. Quarta-feira estarei por aí numa palestra a convite do Cabral.

Oi, Geraldes...

Que prazer você ter encontrado meu texto. É sempre uma honra a sua leitura.

Abraço para ambos.