Para que não se faça silêncio

[carlossoares]

Estamos à beira de qualquer coisa que não sabemos o que é
E não é noite
Fitamos o curso da vida e que aprendemos?
Com um sufoco de revolta na garganta
Não nos abraçamos
Ouvimos o canto dos pássaros
E blasfemamos
Temos as mãos próximas
E não as damos
Porque preferíamos que as estrelas
Não existissem
Tristes muito tristes vamos
Desconfiados das próprias sombras
Se amamos
Não nos lembramos
Se estamos vivos?
Estejamos
Porque temos medo
E raiva e ódio e desespero
A morte é pouco menos que isso
E arremessamos palavras
Para que não se faça silêncio.

[Goreti Dias]

Melhor mesmo é fazer silêncio. Palavras arremessadas só como as tuas!
Bj

[carlossoares]

Goreti,

também gostei muito das palavras do teu comentário.
Beijo

[Eduarda]

Carlos,

Uma soberba mensagem que no silêncio a retive, mas sem silêncio há que arremessar.

bj

[Vóny Ferreira]

Um poema instigador
que nos leva à meditação
mais profunda.
Bj
Vóny Ferreira

[Tere Tavares]

Silêncios dizem tanto.

[carlossoares]

Eduarda,
Vóny
e
Tere,


a poesia é mais susceptível que uma ave selvagem. O menor ruído, a menor tremura, o mais leve movimento, a assusta e a afasta. Às vezes não temos paciência para aguentar a quietude e o silêncio necessários para que ela venha, sem receio e sem nervosismos, ao nosso regaço. A poesia é difícil, mas todos a amam, ninguém consegue odiá-la. Não acham?
Beijos

[elvira]

É no silêncio que melhor nos ouvimos... até esses gritos que por vezes temos  necessidade de arremessar. Bj

[Dionísio Dinis]

Para que se não cale a essência das palavras do poeta, urge exibir este poema em palavra dita.
Para que perdure como exemplo de verdadeira poesia.Sempre!

[CAMPISTA CABRAL]

E sempre as palavras que nos ajudam e nos libertam... Que palavras voem e ecoem e sejam e estejam em todos os lugares!

Grande poema Carlos!

Um grande abraço!