JLMike
Contribuinte Junior
Offline
Sexo:
Mensagens: 93 Convidados: 0
|
|
« em: Março 22, 2008, 19:11:27 » |
|
19 Agosto
Mudar de casa, para muitos, significa mudar de vida, ir para outros ares, um descanso psicológico após o desgaste fÃsico de quando carregamos a mobÃlia; sim, porque o pobre que é pobre não tem dinheiro para um camião de mudanças… pobre que é pobre leva os seus pertences à s costas por mais que lhe custe… E é por isso que no fim nos parece tão gratificante. Mas será mesmo gratificante como pensamos? Em que aspecto muda a nossa vida quando mudamos de casa? Nenhum. Em nenhum aspecto. A nossa vida continua tal e qual como estava antes; não ganhamos mais por ter mudado de casa, não nos amam mais por termos mudado de casa, não amamos mais por termos mudado de casa, não deixamos de ser nós mesmo apenas porque mudámos de casa… Afinal, interessa mesmo o sÃtio onde vivemos? Não interessa mais com quem e de que forma vivemos? A nossa casa, seja ela grande ou pequena, de rico ou de pobre, com mobÃlia cara ou barata, será sempre a nossa casa, seja onde for. Daà não fazer tanto sentido o mudarmos de casa… Casa é em qualquer lugar onde estejamos. Se um dia viver na rua com a minha famÃlia então a rua será a minha casa e irei adorar a rua como adoraria um apartamento de quatro ou cinco assoalhadas. Porque não importa mudarmos de casa… E embora esta divagação tenha o seu particular interesse não me sinto com paciência a prossegui-la.
“Borders†– The Sunshine Underground
15:15(15:16)
Crises existenciais são para os ricos, disse-me eu para mim mesmo ainda a pouco. Só os ricos existem para poderem por em questão a sua existência. O pobre do pobre apenas se limita a tentar existir, e por isso não pode ter crises de existência. Como poderia o pobre ter alguma crise? Só os ricos têm grandes carros para ocultar a sua inseguridade. (Daà terem crises de existência, quando pensam que, na verdade, não são nada além de um pobre com um carro.) Só os ricos têm dinheiro para cirurgias plásticas para ocultarem o medo que têm de que as pessoas não gostem deles. (Daà terem crises de existência, quando pensam que, na verdade, não são nada além de um pobre com cara bonita.) Mas quando chega a hora dos ricos de pensarem seriamente sobre si mesmos descobrem em si um estranho vazio que não sabem explicar. Depois é frequente perguntarem aos pobres o porquê daquele vazio. Ao que os pobres respondem: Não haveis posto em vós nada mais que um manto transparente para tapar os vossos defeitos. Esse manto apenas esconde, não cura. Enquanto não deixares de lado esse manto e reconheceres-te como sendo tu mesmo e nada mais, continuarás a vaguear nesse vazio. (E sim, quando nos dirigimos aos ricos fazemo-lo na 3ª pessoa, porque é mais chique, mais fashion, porque é… respeito? Ou talvez porque no fundo não somos assim tão diferentes deles… porque, na verdade, quem não quer ser rico? Quem não quer um grande carro? Quem não quer dinheiro para cirurgia plástica? EU quero.) Quando falamos nos ricos temos prazer em rebaixa-los. Da mesma forma que quando os ricos falam dos pobres têm o prazer de se elevarem. Mas, no fundo no fundo, não somos mais que humanos, corruptos, ignorantes e destinados a uma lenta extinção.
17:50
Desde sempre que tive uma ligeira curiosidade pela música, sempre quis aprender algum instrumento. De inÃcio lembro-me de ter aprendido a tocar flauta, aquelas flautas cremes obrigatórias na escola. Nunca fui muito bom, embora também não fosse muito mau. Também tive um pequeno órgão onde ainda cheguei a tocar uma ou outra melodia, mas nunca aprendi formalmente a toca-lo. A paixão pela bateria apareceu ainda era eu pequeno e foi crescendo embora nunca fomentada. Nunca cheguei a mais de dez metros de uma bateria. à uns dias que me vem a vontade de voltar a pegar num instrumento e aprender a toca-lo. Um violino talvez… uma viola, possivelmente. Tenho a estranha sensação de que devo aprender um qualquer instrumento de cordas, embora ainda tenha o secreto desejo de aprender a tocar bateria… Será este, possivelmente, um outro dos meus desejos que passará com o tempo? Vou deixar-me seguir em frente e ver onde vai dar – se é que vai dar a lado algum.
18:59
|