pedrojorge
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« em: Setembro 29, 2007, 08:25:03 » |
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O Orbe está rodeado pela luz, cada aresta, cada rua, cada avenida, cada cidade. Esta narração fala sobre um ser terrestre. Por consequência, humano. Todos os dias no fim da tarde gritava pelos deuses, corria no mar de Marte, soprava os ventos, e aspirava prata. Já a tarde exalava a noite pela boca, quando os deuses evocaram o ser. A mensagem era clara, a citação de palavras olímpicas, definiam o motivo. A manhã nunca mais voltaria a ser manhã. «Amanhã a Fénix que no corpo habita, Às cinzas terá de voltar, depois cita: — Por mais que a alma omita, A verdade escrita, Faminta, evoca esta cripta. O teu último dia, O teu apocalipse, Tornará este teu último sprint, Num eclipse. Das cinzas o mundo renascerá! Simples, trivial, a vida para os outros continuará.» Intrigante, simples, a actividade cadente para sobreviver. O seu corpo no momento em que se entregaria à terra que o há-de comer, viu a desonra do desaparecer. Clamores pelo que é impossível, viveiros que tornavam o mundo plausível, afastavam-se para o fundo da perspectiva, já impossível de diagnosticar, pois a única coisa que se via era um pedaço de terra, ajustado às dimensões do focos óptico. Será esta a Fénix que se vê renascer? Neste facto, desfalecer, decompor-se. Por mais que se tente fugir à curva poli dimensional, as variáveis continuam a ser sempre as mesmas, uma o tempo, a outra, o espaço percorrido que não passa de uma ilusão, porque nesse espaço percorrido, se muito distante do natal, nostálgicos, gritamos mentalmente, ou quem sabe, talvez por telepatia, não reconhecível pelo nosso «eu», mas identificável pelo nosso oculto. Acreditem que o organismo vivo conseguiu ver novamente e descobriu o segredo que a Fénix continha nas suas cinzas anteriores; novamente codificado. «Dias são dias, Noites hábitos, Os deuses sádicos. Ao homem bárbaro, Tudo se encarece, Até quando adversamente, Tudo enriquece, Velozmente.» O ser depois de ouvir ficou confuso por causa das frases, por mais obscuras que fossem, a sintaxe não era explícita, tivesse ou não sido escrita de forma ilícita. Ele teve que esperar mais algum tempo, nos confins do inexistente. E mesmo finado continua a procurar pelo que na luz nunca encontrou. Pergunto eu, como é que espera encontrar algo no escuro? O tempo passava deteriorado, pela nova definição. Naquele local não existe duração, naquele local não dimensional, o tempo passa encurvado pela própria aglomeração de erros. Obviamente que a resposta tinha que se encontrar em algum lugar, nesta situação estava na sua própria alma. Na luz há mais estimulação, logo a mente necessita de perder mais tempo a interpretar, mas na situação decorrente é tudo muito mais complexo. Como é que aquilo poderá ser a resposta se ele não tem impulsos alfa? Presentemente, o seu recurso é incorpóreo, transversal. No entanto, a última mensagem da Fénix seria abjecta, para ele, mas virtuosa para a vida da Chama. «Podes chamar por mim, Cheiro a jasmim, Sou um pedaço de ti. Queres a resposta, Ascorosa.
Sempre procurámos por vocês, Sempre desenhámos os M's e T's, Vivemos como tu lês, Principiámos os prés, Sempre passámos a teus pés, Quando a tua família arcaica Morreu, laica, Nas profundezas dos transactos, Nas profundezas dos factos, Perdidos no passado, À procura do que já foi Infinitamente nomeado. Procuraste por mim, Eu procuro por vocês, O que vês? O adorno do mal? Poderia ser-te fatal!
Acredita somos o teu passado, Seja o que for, Eu sou a Fénix. Dou-te a vida depois de te decompor, Depois de tu sentires a dor. Sempre procuraram por mim, Sempre me evitaram. Porque acreditam? Não acham?! Se estive no princípio Não hei-de estar no fim! Sou a Fénix, Sou ónix. Procuraste pela resposta, Pela ostra morta, Pelo que vos dá a morte, Pelo inevitável, Pelo inegável. Sou a morte, O que de todos vós fogem, negando a verdade de qualquer ser vivo, se há vida, é porque obrigatoriamente, antes houve um vazio, uma inexistência, logo posteriormente também terá de coexistir com essa primeira uma, a que depois da vida, será a tal vossa amiga inibida.»
Pedro Jorge
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