Em jeito de confidências

[antónio paiva]

Sou detentor de um arquivo íntimo, cujo destino já tracei atempadamente; antes de morrer queimo-o. Não há diário que me detenha nem imortalidade que me seduza. Por ora entretenho-me. Talvez privilégios do meu egoísmo. Ou coisas do meu desassossego entre vagas de mar. Ou o apelo daquela pedra onde já não me sento faz tempo. Os meus botões não param de se queixar; querem que lhes fale. São cinco da madrugada, corre uma brisa fresca, uma brisa quase tudo, uma brisa quase nada. E neste momento sigo com a minúcia de uma nudez atenta o meu sonho de escrita. São folhas soltas e cadernos em desalinho, mais de trinta anos no ranger da alma, e hoje, na minha mente os mesmos devaneios que experimentei das primeiras vezes.

[Laura]

Isso é que é um verdadeiro amor...

[Vanda Paz]

Gosto quando te confessas.



Beijo

[marcopintoc]

Em poucas linhas o desassossego eterno do artista. Bela confissão.
Abraço
Marco

[antónio paiva]

...

Laura,

É! Publicamente assumido!

[Dionísio Dinis]

Deixe lá, amigo António, a obra sobreviverá sempre ao homem, e mesmo que em cinzas fosse, até essas , revelariam indubitavelmente o seu talento!

[antónio paiva]

...

olá Dite Apolinário,

tenho consciência do quanto é generosa para com as minhas palavras e, também sei da minha ingratidão relativamente a isso. mas também sei que faz o favor de me perdoar. 

grato.

abraço.

[Goreti Dias]

Um diário é coisa que não nos deve sobreviver. Concordo perfeitamente!
Um abraço

[antónio paiva]

...

olá Vanda,

cofessar não me confesso, sou um pecador dedicado, uma ou outra confidência, lá me sai uma ou outra vez.

beijo.

***

...

olá Marco,

o desassossego é mais que muito.

confissão não, apenas pequenas confidências.

grato.

abraço.

***

...

olá Dionísio,

deixo, claro que deixo.

se as minhas palavras forem um pouco mais que cinzas, já me dou por satisfeito.

grato.

abraço.

***

...

olá Goreti,

também concordo, concordemos pois.

abraço.