josé antonio
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escrever é um acto de partilha
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« em: Agosto 10, 2008, 20:38:32 » |
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Este é sem dúvida alguma um dos maiores, mais antigos e críticos problemas do nosso tecido empresarial. Se por um lado nos devemos orgulhar e aplaudir homens excepcionais como Rui nabeiro, que muito para além de empresário, patrão, catalogue-se como se pretender, é um homem carregado de humanismo, sensibilidade, fraternidade, qualidades aliadas a uma flagrante visão de estratégia empresarial, o que faz dele sem lugar para qualquer dúvida, uma excepção a apoiar, divulgar e ensinar, temos de conviver e pessoalmente já experimentei ao longo de trinta anos em cargos de gestão e direcção nas empresas, de autênticos amantes do poder pelo poder, da mesquinha possibilidade de poder impor a sua vontade, mesmo que erradamente, a outros seres humanos como eles e na maioria dos casos muito mais capazes, só que não detentores da fada boa da vida ou outra via para serem conduzidos a patrões, que perdõem-me a sinceriedade, nunca é a pulso, como é prática dizer-se nas entrevistas e reportagens televisivas. Isto é, seguidores incondicionais do : Quero, posso e mando.
E agora de forma sintetizada, tomemos duas definições para estes dois modelos de liderança como base para análise e desenvolvimento do tema.
PATRÃO - a definição de Freud diz-nos: - " que é o personagem sobre o qual os outros projectam os seus próprios desejos de poder e segurança, acabando por se identificar com ela. Quem assume o papel de Patrão, vê-se na dupla necessidade de se destacar dos seguidores ( assumindo aparência fora do comum adoptando modos de falar estranhos, tiques, etc., etc.). Quando falha, a admiração e o respeito, transformam-se em ódio e troça."
EMPRESÁRIO - Segundo uma das definições mais simplistas, do " Management Standards Centre " " - o objectivo da gestão e liderança é fornecer uma orientação, facilitar a mudança e alcançar resultados através da utilização eficiente, criativa e responsável de recursos. "
E depois poderemos entrar, o que aqui não farei, na explanação profunda dos métodos para; facilitar a mudança, alcançar resultados, trabalhar com pessoas de diversos comportamentos, gestão de competências, gestão de conflitos, tipos de liderança e por aí fora, já de interesse e necessário domínio dos profisssionais da área.
Todos nós, de forma directa ou indirecta concordamos que o melhor e mais valioso activo duma empresa, não é o seu património em edifícios, maquinaria e mesmo tecnologia, por muito bombardeados pela publicidade e reclamos luminosos, que sejamos. No mínimo as máquinas têm de ser ligadas para funcionarem e se me contra-atacarem que o computador, sempre ele, as pode ligar, limito-me e perguntar quem liga então o computador?
De acordo com a teoria comprovada dos gurus nesta matéria, - o trabalho deve ser uma actividade agradável e nunca o mínimo sintoma de escravatura ou mal-estar!-. Pessoalmente, não só partilho totalmente desta máxima, como tenho ao longo anos tudo feito para a tornar realidade absoluta nas empresas e com as equipas que tenho liderado.
Olhar-se para o relógio para controlar o tempo que falta para terminar o dia de trabalho é muito diferente de se olhar o relógio com a angústia do tempo que se esgota para terminar o trabalho em curso. Nesta distinta observação reside a frustração ou satisfação do empregado. Por acréscimo vêm muitas outras: ambiente de trabalho, remuneração estimulante e premiadora, evolução na carreira, valorização pessoal, etc.. Estas e outras devem ser devidamente pesadas e executadas pelo gestor/empresário/patrão que o deseje ser com sucesso, apenas porque as pessoas não são robôs, têm sentimentos, inteligência, sensibilidade, sonhos, desejos e planos de vida. E está por demasia comprovado que quem contraria estes princípios, normalmente tem como resultado o desmoronamento das equipas de trabalho vencedoras e com a perda destas a derrocada das próprias empresas.
Esta realidade entroca com outra não menos importante: o da dimensão da empresa. E sinto-me com pleno à vontade no tratamento deste tema porque já exerci funções em multinacionais gigantes como em pequenas empresas familiares. E não restem dúvidas que a comparação é impossível:- nas multinacionais existem regras rígidas e controladas de gestão e exercício do cargo, enquanto que nas PME's a mesma vive de acordo com a disposição do dono. O patrão, que por vezes, sem a mínima precisão, estudo ou estratégia, se limita a dar ordens que satisfaçam o seu ego, por vezes com objectivos megalómanos atirados à incerteza da boa sorte no resultado final. Pior ainda. quando não toma qualquer decisão aguardando pelo remédio do tempo e as deixa cristalizar.
Como todas as áreas, a gestão não pode sobreviver através de medidas de tentativa de sucesso, tem de se cimentar em estratégias claramente definidas e com consequências predeterminadas para obtenção dos resultados necessários.
Os patrões não podem continuar no papel de patrões apenas, agarrados ao prazer do poder e da autoridade de mandar, têm, indubitavelmente e sem demora que darem ouvidos às técnicas fundamentadas, testadas e comprovadas para puderem competir saudável e eficazmente no mundo empresarial e dos negócios, priviligiando e estimulando os seus recursos humanos como parceiros numa equipa e nunca subservientes frustrados, porque o desanimo tem limites e o limite rotura.
Tentando parafrasear um expert norte-americano : - patrão inteligente é aquele que contrata um empregado mais inteligente e capaz que ele, porquequando a maré sobe todos os barcos lavantam!.
José António
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