Eugénio Trigo
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« em: Julho 25, 2009, 08:21:10 » |
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Bairro do Cazenga — Luanda Artur, O Anjo, faleceu entre 2005 e 2006 numa valeta da cidade do Porto.
Hoje o teu nome de água escrevo-o com os raios do sol junto às estrelas — e tudo para descer com elas o céu
o cálice com o sangue e a alma: dela os galos aos saltos — tu e ela a esperam feita de rosas
( … — há quem fique no coração para assistir a um crime … o sol público com as suas multidões de linho … morres — tão só ... sinto que faltam um lÃrio ou a flor, a estrela que te procuram … a lua derramada num peixe de cal — … durmo-a no feno com os teus olhos, onde azuis — os sargos respiram em suaves lágrimas... junto aos ossos — o mar … a noite dos patos: essa lua onde se vestem — o hálito de um barco … um gato de papel armadilhado nos olhos ... lâmpadas que acendes com as saias das bonecas…— )
Um carnaval de lábios: ... os lábios o dia dos lÃrios em volta… por girassóis as mãos que te trazem o sol… o sangue: a dança das amoras — por baixo um coração com que a tua mão o sol abre…
é na tua mão dia — suada das maçãs … um lago onde eu estou
... as girafas do sol à mesa: o poente dos lÃrios onde o mastigam; os lençóis do parto — neles ainda as flores gritam!...
… a lenha dos gráficos: súplice diamante com que agasalhas as mãos … a véspera de uma flor... a geografia de um lago, sê-lo a flor — também os teus olhos…
um cálice para a infância… o chá: uma flor — tu onde nunca te sei o nome…
os cisnes partem do teu olhar — Simorgh um rouxinol ele leio-te de uma rosa feita só de mil espelhos
… os fármacos da alma … onde, azul — ele um vapor só prende os relógios — sobre as rosas nunca dizem delas os dias …
o pão das vogais … sismos de mel os lábios de uma estrela — ... tu só sobre os cotovelos deixa-a ser
… os sinos acendem as fogueiras; por fora — o sol … ouvem-se só as rosas que abrem — assim tu sejas só as mãos para elas …
as veias do teu vestido de rosas — onde dos olhos trazes os cavalos armados com flores ...
Eugénio Trigo
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