Venctus
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« em: Outubro 11, 2008, 18:13:37 » |
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A Rainha acordou dum pesar profundo. Tudo aconteceu tão rápido, Nem tempo teve para se defender. A cabeça ainda pesa, O corpo dormente pede mais um pouco de descanso, Os ruÃdos corporais abalam os nervos mais infinos do sistema nervoso.
Tenta abrir os olhos muito lentamente, Para discernir o que lhe rodeia, Mas o nevoeiro visual dissipa-se a uma velocidade enervante, E nada consegue ver. Em esforço a Rainha agarra com punhos bem fechados a terra Que se encontra por baixo dela. Um calor momentâneo fá-la sacudir as mãos desesperadamente, Apetece gritar mas nem forças tem para tal. A Terra acabara-lhe de coser as mãos de tão quente que está. Começa a sentir a temperatura que lhe rodeia, A terra tornara-se uma caldeira em efusão.
O que é isto? O que aconteceu?
Grita ferozmente a Rainha.
Tenta acalmar-se controlando a sua respiração. Abre novamente os olhos, O nevoeiro voltou como no inicio, Um pouco de esforço e recomeça a desaparecer, Olha para as mãos e repara que está toda queimada, Levanta-se à mesma velocidade que recuperara A pouca visão que possui. O sitio onde está não é estranho, Mas não faz sentido, Ela deveria estar noutro lugar parecido, Mas não como este. Olha em volta e vislumbra árvores despidas, Mas, Parecem já mortas, Escombros de casas por toda a parte, Detritos de um local já antes habitado Perduram na paisagem diante de si. O silêncio é arrepiante, Até parece que a Morte passara, E a Vida não a seguiu como em tantas outras vezes. Olha para o ar, Repara no manto cinza enegrecido que a cobre, Tenta respirá-lo, O pouco oxigénio que o circunda fá-la arfar e tossir.
O que aconteceu?
Repete a Rainha milhares de vezes para o seu ente. Lembra-se vagamente de um embate oco, E nada mais, A memória atraiçoa-a. Começa a caminhar em direcção à costa, Como fizera tantas outras vezes em criança quando fugia dos pais, Um relance de uma lembrança fizera o coração saltar o passo. Aquele não era o lugar onde crescera e vivera, Não podia ser. O caminho não o mentia. Em passo arrastado lá chegara. A falta de som marÃtimo fê-la arregalar os sentidos.
O mar desapareceu? Não pode ser…
Um forte abalo sacode a terra E a pobre Rainha estatela-se no areal, Finalmente lembra-se do que aconteceu, Novamente o abalo, Só espera não perder novamente os sentidos.
Hélio desaparecera no manto negro, Helionora preparava-se para o seguir. Assustada olha para o lugar onde deveria estar o oceano E vislumbra uma montanha ao longe, Parecia mesmo uma montanha, Esfrega os olhos e fica muito mais perto, A sua grandeza abala-a, Tenta rastejar para trás mantendo Aquilo que parecia uma parede de água No seu alcance visual. Levanta-se e cai novamente, Olha para trás, O enorme cristal partira-se, Atlântida sucumbirá dentro de momentos.
Por Venctus
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