vitor
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Olá amigos.
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« em: Outubro 02, 2008, 09:31:36 » |
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Na alma a distancia estriba badalos frequentes, como se fossem distantes estes silêncios aqui bem perto. De longe, a impressão que invento ao nascer risonho desta calmaria triste, um rio seco seria na mesma um rio e eu não sinto a agua efervescente do seu curso, o sorriso embebido em balões quase de álcool, na margem invento vê-lo e as suas aguas imaginadas requintam este destinado ausente, eu, sim, eu, que importará saber depois disto se nada mais que sonhar-me me fará representante da minha inconstância aglutinada, ou eu o compressor que descomprima a viagem sórdida das minhas suadas invenções de viver-me num regresso quase sempre impossÃvel. Os sinos rasgam o que de perto se sente ao longe, eu caminho este carreiro enlameado sobre pó em pó. Barcos sob sombras ou quimeras ambulantes, que restam desta onda um longe vadio, a certeza não sabe como sentir-se e dela a marca vinda, da margem céptica o garante ofuscado por entre os passos, se eu o estribo das peçonhas que me remam, como navegante náufrago destes sonos. Este desterrado mar sacia e sigo, como canoa sobre os ventos espumados à s cristas mais sublimes por entre cada intervalo, o risco teso entre a barra de um fim que os meus sonhos são vasos secos, vasos obtusos, neste jasmim imaculado do viver pendular da vida que estimo, alma estriba, o jardim o defunto que definho, o resto sobrado dum nada presente neste silêncio bafurento, onde fumos a eclodirem despertem e eu no resto deles, de cortinas içadas a bandeiradas vulgares num fim de estação de todos os anos, pronuncios de vida. Como um fundo de mar longe da mão a secar a saudade, o silêncio esconde-se verde, badalam como caules inclinados esta paz inventada, este medo há-de entender-me e com ele me levará, onde chegarei jamais, ou que sinta a luz do quarto deste deserto de areias perdidas a rolarem-se o oásis dÃspar do meu sono, o meu sonho profundo e exÃguo, como restos de noites por dormir ainda a cada passo colado de desejos inventados. ExequÃveis odores como palestras de fumo, como dicotomias rasantes a pele arderá o perfume falso desta manhã sem cor, o odor presente que pressente o passado ausente de cada instante, como o beijo embalsamado nas costas da vida, a mão que cerca o banco roxo deste lixo de mármore no frio avulso que me embala a badalos de mar num navio sem rumo, a minha sóbria displicência nele, nas vagas espumosas do futuro a vómitos convulsivos por entre lágrimas que secam na voz que te chama a qualquer momento intermitente apelo, Ode que te escreve a dedos sangrados pede e vem para que venhas, de mamilos burilados ao ventre que te alongam vontades e mistérios sem nome, sem ordem, sem que se esqueça os dedos que o percorrem de lés-a-lés excitante viagem de dentro por dentro para onde sintam sem momento este sossego exilado sem desnorte. Frio como a noite. Frio de restos a vida inteira. A morte. A repentina e repetida saÃda sem contornos ou zelos apátridas, sagacidades de que nada passe nada fique nada reste, apenas o regresso preste. O meu interior é por dentro este repetido céu de azuis seguidos, como o toque além para além do que persisto inventando ao que rumo o desfalecer certo, embora me pense e apenas nele o meu silêncio que persiste, me varre daqui para dentro de nada qualquer ou do vazio que eu próprio preencho com cada passo que me sinto, segui-lo de mim sem norte até que chegue se chegar dormindo-me sempre, na mala ao canto longe, longe dos gemidos que a alma busca, que me arrefecem os Ãmpetos e este despudor encarnará o regresso descoberto de partidas que se ofuscam e repetem, estas conchas badaladas nas ondas secas do desprezo, nos gestos abalroados sem silencio e ouço nelas através delas o gemido adormecido que grita por dentro o doer lento de quem se despreza entregando-se indo como o vento leva o sonho, o sonho arrancado a ferros num parto colado ao útero da consciência, intragável segredo a boca cala e cola sobre defuntos restos, definhados começos numa repetição que se queira como e nunca, onde se esqueça a mão estendida e levada a cabo por um navio sem mar, de búzios constrangidos, regateados, como planear ou planar que importa que se viva se vida for existir escondido da própria sombra que a noite sabe sequer onde e como, a lamparina velando-me encoberto pelas relvas ermas e regadas por cada gesto que não dou, sei como não dar e será fácil levarem-me, como levam as horas dependuradas no relógio sem pilhas colado as paredes dum mar morto e escuro. Frio. Em cada lado da sua margem restos de gelo a renascer a cada gesto. Frio. Gelo. Sobre que ombro me deito, que nome me dou esta noite, que se refira a mim que sou o Pundonor estanque nas mãos agudas e braçudas do templo Tu Pandora, descer lentamente pelos braços e entrar pelas mãos dos teus olhares virados até mim como se as unhas não fizessem de mim e é através delas, por ti como um sangue escorre veias da tua alma, o olhar estanque senti-lo-á e dir-me-á não tenho dúvida nenhuma, o arrepio engolido num jantar sem ti como eu mesmo, um dia na vida ser nada novamente, este precursor que me arrastará de novo até mim, cobrindo-me como sempre por esta pele sem gente perto. O sonho é o caminho que exterioriza o interior de cada lado do tempo cercado na mesma pelos vazios que ladeiam os quatro cantos de cada noite ou sede dispersiva da vontade sem ela saber sequer. Como me excomungo disfarçado fingindo-me um outro. Sentir-me tanto faz e como gostaria de ser um dia capaz. A pele é a alma que me protege e nela a raiva esbarra como quem me oferece um beijo sentido e rejeito por não saber sentir nem como entende-lo. Êxtase excitado no lado pendular. Perduro quieto o beijo que peço fugindo na mesma chegada de quando me penso. Pundonor. Conspurca-me se me deixassem parecê-lo na mesma cama onde seria o ombro denso de como me seria. Pornográfico degelo, sinto em mim a distante avareza, o âmbar proscrito sobre a resma curta, o beijar quem sabe, quem procura existir, regado como flores na feira adormecida e já noite, o breu brota sobre a passada esta geada húmida com sabor a beijos nos lábios que vão, seguem sórdidos um avulso e destemido fingir em si a cada ausente querer em ti, de ti, como tu, sempre que sejas entretanto saberes quem nada como tu me devolverá certamente jamais onde estamos já, direito sobre o direito, braços nossos, e do outro lado, esquerdo sobre o esquerdo, braços nossos ainda, e no peito sinto o peito regelado tenso de ti excitada contra as minhas viagens que te rasgam a cada grito amante, os dois apenas nesta cama lunar inventada para nos envolvermos todos os dias que este banco aqui estiver ainda. Sempre.
Deserto o brilho silencioso e mais esta noite superada. Seguida a passos relegado que importa, bem, a noite levou consigo o sossego ainda a futuro o céu estrelado sem tempo sequer. O desplante do tempo, a margem relativa ou gesto e sempre, novamente, agente por lá, sob cada instante o momento descobre e por dentro, há gente em nós como nós, girando gritante cada instante o grito abafado assim que podermos, temidos para dentro este silêncio regado a sonho, o soalho de brilhos sempre e na mesma ali, os passos carregados de gelados silêncios, a cada braçada o ermo distante, o ermo estreante num regresso amadurecido na alvorada. Olhos abrindo-se, olham-se os dois, sentados, rua e rua por todos os lados, seco o tempo entretanto e nos apenas, ali, no vértice descoberto, aberto a peito aberto a vontade dissertava, asas penduradas no tempo levando a sede de nós mesmos que nos queremos, soterrados na vontade há vozes desterradas, vozes que despertam ecos para e por dentro da madrugada, alheios ao destino sem dÃsticos caminharmos, os passos rimas, cada passo numa rima certa e calcanhar certo com calcanhar, ruÃdo nenhum, nenhum de nós se apercebe sequer se há movimento até, olhamos o céu com os mesmos olhos um do outro, ela com os meus e eu com os dela, irascÃvel o tempo como um vento sobre o rosto.
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