marcopintoc
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« em: Outubro 02, 2008, 22:45:21 » |
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Boa noite caro leitor. Se os seus olhos pousaram nestas palavras em momento em que ainda persiste a luz do sol; por favor volte mais tarde. Quando a lua for alta , quando nos cemitérios dançarem os fogos-fátuos ,ai sim é o momento para a leitura Tem cabedal em casa? Vista-o! É indumentária que agrada a quem vamos ver hoje. Paula e Afonso. Ambos em inÃcios da quarta década de vida, conheceram-se através da Internet. Um sÃtio de dominação. Ela, autoritária, pediu um escravo obscenamente submisso e imundo que necessitasse de disciplina. Semanas mais tarde Afonso rastejou na alcatifa e lambeu tudo o que o aspirador esquecera, era ele o eleito, nunca tivera uma Rainha tão bela e tão rigorosa. Não se tratam pelo nome . Ela é Senhora , ele .. o nome varia entre merda , cão sujo , lixo e porco imundo. Esta última designação excita-o profundamente Hoje estão no quarto dezassete do motel, duas grandes malas de viagem contêm o equipamento , pagam uma diária completa . As coisas da dor e da disciplina tomam bastante tempo. Mal a porta se tranca, Afonso ajoelha-se no chão e é brindado com um valente pontapé nos costados: - A minha roupa, cão – impera Paula agora Senhora. Ele, em genuflexão apressada, espalha o material pela cama . Mordaças, algemas, objectos perfurantes, grampos, máscaras; a roupa brilha, negra, sobre a luz. Também existem açoites, chibatas, objectos cortantes e um vibrador com rebordos de debulhadora agrÃcola. Quando completa a tarefa, e se vira de novo para a dona, é abençoado pela visão da sua nudez total onde são excepção os altos sapatos de tacão agulha. Para ele é um momento supremo, um prémio antecipado para todos os males que vai sofrer. Iniciam-se os jogos, momentos após a primeira punição a pele fende-se , o ar é rasgado pelo estalar das nove caudas. Lá fora, no corredor, ecoam urros de dor e pedidos de mais vigor. O punho que manipula a chibata corresponde aumentando o impacto e o ritmo. Contrariando todas as leis do amor são três vigorosas vergastadas que provocam o orgasmo de Afonso. O cão ejacula , nos lençóis acumulam-se dejectos de si mesmo dos quais a natureza varia. O cheio no ar é nauseabundo. Há agora uma pausa no circo negro destes dois. Em rigorosa imobilidade e silêncio, devidamente algemado e amordaçado, Afonso espera que a sua Senhora complete a chamada de boa noite aos filhos. Veio à capital em negócios, este momento faz parte do ritual, uma vez ela dissera: - Nem para capacho da porta de entrada da casa da minha famÃlia te queria, Ele escuta a conversa sobre a escola, a aula de ginástica, o novo filme da Barbie . A voz é suave, uma mãe extremosa. Quando o dedo prime o fim da conversa o rosto volta a transfigurar-se. O olhar ganha um esgar de grande dama da dor e arrasta-o pela trela para a cama. A tareia que se segue é monumental. Devido à mordaça Afonso só pode gritar para dentro de si e do seu estranho método de ter prazer. Meio atordoado é liberto das amarras e ordenado que vá à casa de banho limpar-se. Nu e cambaleante, perante o espelho, confirma que o acordo continua a ser cumprido . Embora rudemente tratado em todo o corpo o rosto não apresentava uma única mazela. Tem que ir trabalhar pela manhã. Lambidas as feridas com algodão e álcool volta ao aposento. A sua Dominatrix é generosa e deixa-o presenciar o único momento onde se escutam gritos femininos naquele quarto. A velocidade de rotação do artefacto é imensa. Laivos de sangue salpicam as coxas de Paula quando esta se contrai num orgasmo gutural A seguir a Rainha adormece, o cão é ignorado. Afonso arrasta o corpo cansado até uma pequena mala de cabedal e retira uma pasta de arquivo preta. Dois grossos elásticos negros garantem a integridade dos documentos. Regressa ao lavabo. Sentado na sanita, coloca os óculos e analisa alguns pontos pendentes dos assuntos da comarca. Os rins doem-lhe bastante. Deseja que já tenha pago bastante pelos homens e mulheres que irá julgar pela manhã.
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