Nação Valente
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outono
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« em: Janeiro 10, 2022, 21:48:38 » |
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5 - Ensino e tecnologia
Quando estava a fazer provas para ingressar na Universidade, em meados dos anos setenta, tive que responder a uma pergunta sobre a questão do ensino à distância. Nessa altura, o 2º ciclo de escolaridade era, nas localidades de pequena dimensão, leccionado pela televisão e designado por telescola. Sem qualquer experiência sobre modos de ensino, parti da minha reflexão enquanto aluno, para considerar que me parecia a presença fÃsica do professor como fundamental. Na altura, estava longe de imaginar que havia de enveredar pela carreira docente, no inÃcio da década de oitenta Passaram mais de quatro décadas. Quando comecei a leccionar, a tecnologia era constituÃda por um quadro preto, movido a giz. Depois, pouco a pouco, foram aparecendo outras “engenhocasâ€, que adotávamos como grande inovação. Mais tarde, chegaram à s salas de aula, televisores e leitores de cassetes, e mais recentemente computadores e outros meios similares. Sem querer ser bota-de-elástico, fui-os experimentado a todos. A avaliação pessoal que faço desse percurso é simples. Sem pôr em causa a valia desses meios com funções auxiliares, não me fizeram ser melhor professor, nem conseguir mais eficácia no processo de ensino. Constato que a minha evolução profissional, não dependeu desses equipamentos, mas de inovações progressivas nas metodologias, e na interação com os alunos. A conclusão geral que tiro, está em total concordância com a opinião que exprimi numa prova de avaliação nos passados anos setenta. No dia em que os alunos voltam à escola, para ter aulas numa sala com a presença de um professor, comprova-se que se podem fazer todas as reformas, umas melhores, outras piores, mas há uma que não vejo no horizonte: a dispensa do professor e das chamadas aulas presenciais. Uma inesperada pandemia veio dar razão a essa inevitabilidade. O recurso forçado ao ensino não presencial, ao qual os professores se adaptaram com sucesso, utilizando meios tecnológicos, comprovou que as aprendizagens são mais eficazes, e mais desejadas, no sistema que podemos designar como tradicional. Porque, na minha modesta apreciação, para além de uma questão técnica, é também uma questão humana. Porque, o ensino, para além de conhecimentos curriculares, veicula a formação cÃvica e a socialização. Porque, o ensino para lá da vertente racional, também é emoção. E isto não se pode fazer, com toda a propriedade, fora do contexto fÃsico da escola. Porque, os professores, sem menosprezar toda e envolvente escolar, desempenham um papel fundamental, apesar de tantas vezes mal-amados, quer pela sociedade, quer pelo poder polÃtico.
Linhas mal alinhavadas (nota do dia)
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