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Autor Tópico: A tropa  (Lida 10911 vezes)
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Antonio
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« em: Novembro 04, 2007, 18:48:39 »

Em 19 de Novembro de 2004, quando o Dr. Paulo Portas era ministro da Defesa Nacional foi extinto oficialmente o Serviço Militar Obrigatório (SMO).
Acabou a tropa!
A tropa era entendida pelo comum dos cidadãos como o período em que os jovens do sexo masculino tinham, obrigatoriamente, de se integrar nas estruturas de Exército, da Armada ou da Força Aérea, para cumprirem um período de instrução e outro de execução de tarefas ou missões no âmbito de um desses ramos das Forças Armadas.
Não sei quando começou a tropa, mas foi há muitas décadas, séculos certamente, presumivelmente com intermitências.
Quando era rapazinho, mais precisamente até 1961, ano em que começou a Guerra Colonial, lembro-me de ver os mancebos que eram apurados para o serviço militar, no próprio dia da inspecção virem para a rua em grupos, já bem bebidos, tocando e cantando a sua satisfação por terem sido apurados. Era a prova oficial de que eram tipos sadios. Os que ficavam livres por cunha também estavam satisfeitos embora não o manifestassem publicamente, por decoro. E havia os que livravam por doença ou mal formação. Esses eram os menos alegres, mesmo quando a causa da recusa por parte dos médicos inspectores fosse um simples pé chato.
Presenciei estas cenas em aldeias ou vilas. Também nas cidades me lembro vagamente de ver essas trupes jovens e folgazonas.
Antes desse período em que fui testemunha ocular dos factos descritos, penso que pelo menos nos anos sequentes ao fim da Segunda Grande Guerra Mundial (1945), também devem ter ocorrido essas manifestações dos apurados para o SMO.
Mas o que eu mais gostaria de relevar é que, apesar de o fazer inconscientemente (penso), essa rapaziada estava a comemorar o segundo corte do cordão umbilical.
Brevemente saíriam de casa dos pais, com grande mágoa das mães, principalmente; abandonariam a sua terra natal; iriam conhecer outra vida, outras terras, outras gentes.
Emancipados.
Essa era umas das grandes vantagens que tinha o Serviço Militar Obrigatório: a libertação das tutelas paterna e materna!
Ela era particularmente útil para aqueles moços que tinham sido educados com demasiada protecção familiar. Muitos desses regressavam radicalmente modificados. Muitos outros já não mais queriam viver no torrão onde haviam nascido.
Num aparte, queria lembrar que todos os recrutas tinham de rapar o cabelo “à escovinhaâ€. Curtíssimo. Ao contrário do que eu muitas vezes ouvi dizer, que era para não se aterem a mariquices e se tornarem verdadeiros homens, a razão da obrigatoriedade desse corte residia muito prosaicamente na necessidade de evitar que nas casernas os parasitas do cabelo e couro cabeludo proliferassem, pois os padrões de higiene eram, na época, incomparavelmente menos exigentes do que os actuais.
Mas, a partir de 1961, tudo mudou!
A vontade de ir para a tropa desvaneceu-se e transformou-se em vontade de não ir. E com as notícias que eram veiculadas, sobretudo pelos que tinham estado na guerra, cada vez mais crescia a vontade de ficar livre, o que era contrariado por um cerco cada vez mais apertado das autoridades para recrutar o maior número de mancebos possível.
Lembro-me de quando fui à inspecção em 1967 estar lá um rapaz com paralisia cerebral, portanto com toda aquela descoordenação motora que é por demais conhecida. Pois os três médicos inspectores não livraram o moço. Remeteram a responsabilidade dessa decisão para uma junta médica especial.
Durante o período da guerra, além de indesejada pelos jovens, não só pelo risco fortemente acrescido de serem feridos ou mortos mas também pelo período longo que os afastava da família e de uma actividade profissional, a tropa tornou-se cada vez mais impopular.
Depois de 1974 o Serviço Militar Obrigatório foi perdendo importância.
Mas, curiosamente, constato que quem pior fala dele são os que nunca lá estiveram. Provavelmente, ter-lhes-ía feito muito bem passar uma temporada a aprender a obedecer e a desenrascar-se.
Os que lá estiveram acabam por, em muitos casos, a considerar uma experiência pessoalmente enriquecedora.
Mas as coisas são como são e um dia, não sei quando, uma guerra qualquer provavelmente obrigará os responsáveis pela nação a reintroduzir o Serviço Militar Obrigatório.
Antes não fosse preciso!
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Antonio
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« Responder #1 em: Novembro 04, 2007, 23:21:31 »

Olá!
Obrigado pelo comentário.

Beijo
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« Responder #2 em: Novembro 05, 2007, 16:11:52 »

Espero que a necessidade não obrigue a nova introdução do Serviço militar obrigatório.
Não sei se tens razão ao dizeres que "constato que quem pior fala dele são os que nunca lá estiveram"... não deste oportunidade aos que vieram num caixão... ninguém deu, não é?! E foram muitos! Isso de aprender a obedecer e a ser responsável aprende-se em casa, não são precisas guerras estúpidas que só servem a alguns! A culpa da má criação de muitos jovens e adultos não é da falta de guerras nem do Estado. É de nós todos!
Um abraço
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Goretidias

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Antonio
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« Responder #3 em: Novembro 05, 2007, 18:16:25 »

Minha querida Goreti!
Não posso deixar de fazer alguns reparos ao teu comentário, que agradeço.
Em primeiro lugar eu não falei na guerra mas na tropa, no SMO, o que é completamente diferente.
Em segundo, por muito bonito que seja dizer que é em casa que se aprende a saber obedecer e a ser responsável, a cada geração que passa se verifica que isso é cada vez menos verdadeiro.
Se os nossos pais ou os nosso avós sabiam exercer a sua autoridade, hoje isso é muito mais raro. Até porque cada vez mais as famílias são monoparentais e cada um quer fazer as vontadinhas aos filhos mais do que o outro.
Obviamente que também discordo de ti quando dizes que o Estado não tem obrigações de educar. Tem sobretudo de instruir e formar, mas também de educar, e não só nas escolas.
Finalmente, devo dizer-te que lamento e censuro que uma guerra como a que travamos durante 14 anos não tenha sido evitada. Mas não foi!
E, segundo sei, o número de mortos foi de 8.000 o que é, apesar de tudo um número baixo.
Já sei que me vais dizer que: nem que fosse só um!
Mas podiam ter sido 80.000...

Beijinhos

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Goreti Dias
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« Responder #4 em: Novembro 05, 2007, 21:14:55 »

Tens razão! Ainda que fosse um só morto em guerra, era evitável!
O SMO no tempo da guerra colonial eram prenúncio de ida para terras de Ãfrica - morrer ou escapar! O outro que havia por aí depois de a guerra colonial terminar nem merecia o nome nem servia para incutir normas...
Quanto às famílias monoparentais serem as principais culpadas da falta de autoridade e disciplina também discordo. É com situações dessas que lido no meu dia a dia e olha que padecem de igual incapacidade as famílias em geral. Há maus e bons pais em situação de divórcio, em situação de compatibilidade plena e em situações dúbias... É uma questão de personalidade de quem educa. Quanto ao Estado, cabe-lhe a culpa maior de não dar possibilidades reais e obrigações reais...anda tudo no faz de conta!
Mas nunca defenderei que regressemos ao tempo em que nos íamos despedir dos nossos irmãos, namorados ou filhos, ao cais de embarque e ao cemitério... É demasiado doloroso perder aqueles que amamos ... para mais assim! Desculpar-me-ás o desabafo: que se dane a Tropa!
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Antonio
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« Responder #5 em: Novembro 05, 2007, 21:52:27 »

Olá!
Nesta rubrica de Ensaisos tenho colocado alguns textos em que expresso a minha opinião sobre determinados temas.
É a rubrica ideal para se discutirem ideias.
Vejamos então:
Referes neste último comentário dois períodos em que vigorou o SMO: o da Guerra colonial e o do pós 25 de Abril.
Mas o meu texto fala sobretudo do período anterior a 1961, portanto ao início da guerra em Ãfrica...
Se leres atentamente, também verificarás que eu não considero as famílias monoparentais como as principais culpadas da falta de autoridade e disciplina. O que eu refiro é que esse é um fenómeno novo de 30 anos (inerente ao fim da proibição do divórcio) que vem agravar as outras causas.
Não percebo muito bem a tua opinião sobre o papel do Estado, mas se te referes à falta de autoridade nas escolas tens toda a razão.
Mas isso já eu abordei na minha história real "Uma turma difícil".
Terminas o teu comentário referindo:
"Mas nunca defenderei que regressemos ao tempo em que nos íamos despedir dos nossos irmãos, namorados ou filhos, ao cais de embarque e ao cemitério... É demasiado doloroso perder aqueles que amamos ... para mais assim! Desculpar-me-ás o desabafo: que se dane a Tropa!"
Penso que ninguém, ou muito poucos, quer conflitos bélicos.
Tu formulas um desejo anti-belicista.
Muito bem!
Mas a questão é que as guerras sempre existiram, existem e continuarão e existir, independente da boa vontade de cidadãos anónimos de que elas não ocorram.
Apetece-me perguntar:
"Então diz-me qual a receita para acabar com as guerras"
Eu procuro ser muito realista nas minhas ideias e naquilo que escrevo, incluindo os trabalhos ficcionados.
Só enfrentando a realidade é que se poderá introduzir algumas melhorias neste planeta. Trabalhar sobre boas intenções...não resulta em nada!
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« Responder #6 em: Novembro 05, 2007, 22:22:41 »

Olá!
Obrigado pelo comentário.
Quando falo em família refiro-me ao agregado de pessoas que, com laços de sangue ou afectivos, vivem em co-habitação.

Beijinhos
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Jorge Luiz Alves
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...um passeio literário pela boa terra...


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« Responder #7 em: Novembro 07, 2007, 20:46:12 »

Texto interessante. Enquanto homem de letras, aspirante eterno por um mundo perfeito, onde seres humanos dispensem os 'jeux d'hecatombe" pela sempre preferível democracia, sou contra o massacre entre raças, povos, bandeiras- e seus esdrúxulos motivos. Porém, compreendo-vos: se agredido, defende-se; vilipendiado em seus direitos internacionais, cabe ao lesado defendê-los para que a honra pátria não seja confundida com fraqueza- e ,por vezes, pacifistas e letrados não compreendem  as regras básicas da guerra defensiva. Não entro aqui no mérito do ocorrido em Ãfrica no século passado; delibero, apenas, sobre a necessidade em se pôr uma nação em armas, algo que, dependendo das circunstâncias, urge fazê-lo - a manutenção do nosso modo de vida contra um imperialismo qualquer que venha surgir de pronto. Um abraço do Jorge, e toda a minha admiração.
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« Responder #8 em: Novembro 07, 2007, 21:42:58 »

Olá!
Obrigado pelo comentário.
Mas quero deixar bem claro que sempre considerei a guerra colonial um erro do Salazar. Um dos seus muitos erros.
Em 1958, 1959 e 1960 havia óptimas condições para se negociar com os lideres africanos Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Eduardo Mondlane um plano para uma independência a prazo.
O horroroso exemplo de muitas independências precoces em Ãfrica, nomeadamente a do ex-Congo Belga, serviriam de modelo a não seguir.
Os africanos que acima referi (sobre Mondlane não tenho a certeza) tinham vivido e estudado em Lisboa pelo que estavam imbuídos de um "portuguesismo" que muito facilitaria a chegada a plataformas de entendimento.
Mas um Salazar já velho e incapaz de perceber o que se passava no mundo do pós-guerra não quis que fosse assim...
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« Responder #9 em: Novembro 25, 2007, 22:25:15 »

Vale a pena reler!
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« Responder #10 em: Novembro 25, 2007, 23:07:14 »

Esquisito...apareceu com a Goreti como autora na folha inicial!!!!!
Vamos ver agora....
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« Responder #11 em: Novembro 25, 2007, 23:21:17 »

Nada disso! Apareço como autora de um comentário... desliza o rato em cima do título e verás q o q aparece é o comentário...
O seu a seu dono!
Bj
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« Responder #12 em: Novembro 25, 2007, 23:30:42 »

É verdade!
Mas depois desse teu comentário há outros da Dite, do Jorge Alves e meus.
Estás a ser preferida...ah ah ah
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« Responder #13 em: Novembro 25, 2007, 23:55:43 »

Vou escrever aqui em vez de na Resposta rápida...e vamos ver o que dá.
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« Responder #14 em: Novembro 25, 2007, 23:59:31 »

Na mesma!
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Novembro 10, 2022, 20:30:23
E, se não for pedir muito, deixem um incentivo aos autores!
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Boas leituras!
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Boa noite!
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Boa tarde
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Obrigado, Administração, por avisar!
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Bom dia. O site vai migrar para outra plataforma no dia 23 deste mês de setembro. Aconselha-se as pessoas a fazerem cópias de algum material que não tenham guardado em meios pessoais. Não está previsto perder-se nada, mas poderá acontecer. Obrigada.

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Boa noite feliz para todos
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Olá! Boas leituras e boas escritas!
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Boa noite a todos.
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Bom domingo para todos.
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Boa semana para todos.
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Boa tarde a todos.
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Boia noite para todos.
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Boa noite feliz para todos.
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Boa tarde a todos.
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Olá para todos!
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Boa noite feliz para todos.
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Bom domingo para todos.
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