A profecia maldita

[cleo]

Chamo-me raiva
E estou grávida
De um grito agudo
Que carrego
Dentro de mim

Foi gerado à força
Numa cópula maldita
Num beco escuro
Entre o fio de uma navalha
E uma parede fria

Hei-de pari-lo
Numa noite destas
Quando voltarem os lobos
E uivarem em coro
A uma lua incandescente

Nesse preciso momento
Algo rasgará o silencio
E ouvir-se-à
Um eco estridente
De um grito medonho
Que galgará
Os muros do crepúsculo
Até ao cabo do infinito...

Devastará cidades
E províncias
Ensurdecerá os vivos
Paralisando-lhes o resto dos sentidos
E ressuscitará os mortos
Que se erguerão dos seus túmulos

Nesse dia
Cumprir-se-à a profecia
De todos os demónios
Que na terra habitam
Há milénios
Disfarçados de homens comuns...

E alguém anunciará a boa-nova
Que ditará os destinos
De um mundo decrépito
Corrompido e moribundo
Mesmo à beirinha do colapso

Nesse dia
Ouvir-se-à
De uma voz cavernosa
Uma só frase

Uma frase curta
E seca...
Nasceu a besta!

[Ana Coelho]

Um profecia maldita mas muito bem escrita, adorei.

Beijos

[Vanda Paz]

muito bom mesmo

que saia a besta !

beijo

[Vania Lopez]

Essa foto arrepia no final...Afinal informe a besta que ela tem vez...nasceu
Beijos

[vilde]

Cleo, uma profecia bem sonorizada e cadenciada...
Mas claro, que a besta nasceu há muito, não é novidade..rss
Deixou na terra tantos descendentes....rsss
Bj, parabéns!
vilde

[Jorge Vieira Cardoso]

Cleo: apesar desta poesia ser excelente no seu todo e até como mensagem, vim te comentar para te desejar a melhor sorte do mundo no lançamento do teu livro, desde já parabéns!

beijinho terno...

[cleo]

Ana
Vanda
Vania
vilde
Domingos
Jorge

Agradeço-vos a todos o que cada um exprimiu nas suas próprias palavras o que sentiu em relação a este meu poema.

Obrigado a todos!

Jorge
Um beijinho especial para si