Não se ama o que não existe

[carlossoares]

As ideias e os ideais (há que distinguir o que é ideal para mim do que seria o ideal universal e o ideal absoluto) funcionam como guias ou coordenadas da vontade, mas sabemos que esta é instável e, não raro, caprichosa, cedendo a veleidades, vícios e fraquezas.  Pelos ideais se aferem as realidades, físicas, sociais, comportamentais, epistemológicas, culturais... Muitas vezes não gostamos das coisas como elas se nos apresentam porque estamos “apaixonados” pelo que achamos que elas deviam ser.  Outras vezes, a realidade que se nos impõe é de tal modo adversa aos nossos desejos e à nossa vontade que nos sentimos profundamente frustrados e revoltados. Mas não se ama o que não existe. O amor é por aquilo que é, como é e não como devia ser. Quando amamos alguém não amamos a pessoa ideal (que não existe e nunca conheceremos) mas amamos uma pessoa como ela é e não como, em nosso entender, ela devia ser.

[gdec2001]

Sim, e é claro que quem não é capaz de amar assim, não é capaz de amar.
abraço
Geraldes de Carvalho

[Osni Carmo Rodrigues]

Muitas vezes não gostamos das coisas como elas se nos apresentam porque estamos “apaixonados” pelo que achamos que elas deviam ser.

Mas não se ama o que não existe. O amor é por aquilo que é, como é e não como devia ser. Quando amamos alguém não amamos a pessoa ideal (que não existe e nunca conheceremos) mas amamos uma pessoa como ela é e não como, em nosso entender, ela devia ser.

Carlos,

Perfeito!!
Traduz muito bem o que acontece com muitas mulheres. O insensato achar que temos o poder de mudar o outro.
"Todas" as mulheres deveriam ler o seu texto. O título me chamou muito a atenção e gostei muito de ter lido. Me acrescentou.

Parabéns!
Vou procurar sempre por seus textos. Gostei mesmo da maneira que escreve...
 
Abraço!

         

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Carlos, mais uma vez um excelente texto. Acrescento ao que a Osni comentou

"Todas" as mulheres deveriam ler o seu texto.

Todos (mulheres e homens) deveriam ler seu texto. É realmente muito bom.

Grande abraço.

Oswaldo

[carlossoares]

Caros
Geraldes,
Osni
e
Oswaldo,

são muito gratificantes a vossa companhia e os vossos comentários.
Obrigado.
Abraços

[Osni Carmo Rodrigues]

Carlos, foi um prazer.
Abraços!

[gdec2001]

Sim, mas por vezes amamos o que representamos que existe .
Será que isso é amarmo-nos ?
seu
Geraldes de Carvalho

[carlossoares]

Caro Geraldes,

quer dizer que podemos amar uma ilusão?
Concordo.
Diria até que, o que existe é de algum modo concebido por nós, percepcionado e representado e pensado e sentido e valorado, ao modo de cada um, mesmo nos casos em que os critérios são convencionalmente objectivos.
São múltiplos os factores que intervêm nessa "concepção" e que não a deixam estabilizar, fixar-se, delimitar-se claramente, antes fazendo-a alterar-se num contínuo que nos escapa. Os desejos, os medos, as emoções, as crenças, os preconceitos, os saberes, as memórias e as fantasias, etc..., intervêm e têm um papel na relação que estabelecemos com a realidade.
Um abraço

[Goreti Dias]

Se apenas amamos o que existe e a ilusão existe, então também podemos amar uma ilusão. Desaconselhável, mas possível. Depois, damos conta que não amamos a pessoa mas o que imaginámos que ela era. Grande confusão.
Dizê-lo como o Carlos diz é excelente. Ter essa clarividência é que não será para todos.

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Estou em dia de releituras. Está valendo a pena.
Abraço.