DionÃsio Dinis
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« em: Outubro 14, 2008, 21:47:48 » |
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Chorei de chorar a bom chorar
Como quem quer chorar um triste fim
Chorei como louco a gargalhar
Gargalhei de sal e fel chorei por mim
Não cuidem que chorei de amor perdido
Não penem meu penar por compaixão
No amor fui convicto e destemido
Convencido na razão da emoção
Se das graças recebidas não olvido
Grato fico a chorar em convulsão
Chorar e gargalhar ao mesmo tempo
Parece ser extremo da loucura
Em lágrimas de alegria e desalento
Vou chorar e gargalhar sem amargura
Choraria inda mais só pra me rir
Se mais fôlego tivesse nesta hora
Chorando insanamente a gargalhar
Chorando e rindo pela morte que demora
Não queira eu morrer sem ser a gargalhar
Porque de choros já tive o meu quinhão
No finar-me chore quem queira chorar
Que eu vivo e morro com amor em devoção
DionÃsio Dinis
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« Última modificação: Fevereiro 15, 2011, 21:05:50 por DionÃsio Dinis »
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Sandra Fonseca
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« Responder #1 em: Outubro 14, 2008, 21:55:25 » |
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D.Diniz,
Apreciei imensamente esse poema. Um belo jogo de palavras. É preciso reler para apreender novas nuances e significados. Maravilhoso exercÃcio poético. Abraços.
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antónio paiva
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« Responder #2 em: Outubro 14, 2008, 21:56:08 » |
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... o meu Amigo é cá um gargalhão vou gargalhar também! abraço.
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DionÃsio Dinis
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« Responder #3 em: Outubro 14, 2008, 21:59:18 » |
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António e Sandra, meus amigos poetas, abraço imenso para os dois!
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Mel de Carvalho
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« Responder #4 em: Outubro 14, 2008, 22:10:02 » |
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pena que nos presenteis tão poucas vezes com os teus textos. é o que me ocorre dizer. o resto seria repetir-me.
Grata Beijo fraterno Mel
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josé antonio
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escrever é um acto de partilha
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« Responder #5 em: Outubro 14, 2008, 22:16:35 » |
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... não queira eu morrer sem ser a gargalhar...
Tomara eu, DionÃsio. Poema com rima e estado de alma de poeta! Abraço
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Laura
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« Responder #6 em: Outubro 14, 2008, 22:48:34 » |
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De D. Dinis nascem as coisas devagar, sem pressas, como do deus primordial. E quando ele nos presenteia, a nossa alma sorri.
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Goreti Dias
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« Responder #7 em: Outubro 15, 2008, 04:11:07 » |
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Morrer a gargalhar será para muito poucos. Apenas almas superiores conseguirão a façanha... Um poema sério. Um sujeito poético desiludido, do que já sofreu e do que sabe virá a sofrer. Um morrer de amor à boa moda trovadoresca! Um elegante poema travestido de jocoso. Por baixo das saias se lhe vê a identidade... Sofrido! Como diz a Mel, pena que nos brinde poucas vezes com a qualidade de sua poesia!
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Goretidias
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DionÃsio Dinis
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« Responder #8 em: Outubro 15, 2008, 05:04:38 » |
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Mel, Laura, José António e Goreti, a todos o meu obrigado pelos gentis e generosos comentários.
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marcopintoc
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« Responder #9 em: Outubro 15, 2008, 10:47:48 » |
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Acho que a Mel deu o toque crucial e eu aproveito para cravar mais um pouco a lança do desassossego. Urge tão boa poesia amarelecer nas páginas de um livro. Abraço Marco
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Alice Duarte
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« Responder #10 em: Outubro 15, 2008, 10:57:07 » |
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Excelente jogo de palavras de múltiplas leituras. Encontramos diferentes significados de cada vez que lemos. Gostei muito, mesmo.
Um abraço
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DionÃsio Dinis
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« Responder #11 em: Outubro 19, 2008, 22:13:56 » |
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Marco e Alice, para ambos o meu abraço franco e fraterno!
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Goreti Dias
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« Responder #12 em: Outubro 22, 2008, 05:23:59 » |
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Eu vim "ouvir" o gargalhar de novo...
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carlossoares
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« Responder #13 em: Outubro 22, 2008, 08:09:49 » |
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D. Dinis,
o rir e o chorar tratados deste modo divertido e sério, como o são a arte e o saber escrever desta forma, não deixam indiferente a curiosidade e o sentido de humor, sugerindo ironias benevolentes e, noutro ângulo, tristezas que nos escangalham.
Um grande abraço.
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Carlos Ricardo Soares
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gina
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partilhar palavras antes que o vento as leve
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« Responder #14 em: Outubro 22, 2008, 17:56:09 » |
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"Vou chorar e gargalhar" é o que mais gosto de fazer, o que não é difÃcil para mim pois sou chorona e adoro rir gargalhar.
Agora, num tom mais sério, gostei deste poema por tudo o que ele nos faz sentir.
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Se soubesse o que sei hoje...talvez, hoje, não estivesse aqui! Mas como me sentiria sem o privilégio de te ter conhecido? :-)
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