gina
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partilhar palavras antes que o vento as leve
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« em: Outubro 22, 2008, 19:29:52 » |
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Era uma vez uma cinquentona toda modernaça, tipo tia de Cascais mas com sentimentos, que ajudava todos os sobrinhos que lhe apareciam pela frente.
Esta Carochinha, ao contrário da original, não se pôs à janela a gritar por quantos pulmões tinha a oferecer-se do tipo: ah e tal sou tão jeitosa e ainda boa para as curvas, pois venha lá um João qualquer mas que seja pelo menos lindérrimo de morrer e me idolatre no mínimo (!...) pensava ela, coitada estava mesmo a delirar!
Não senhor, nada disso! Esta Carochinha, queimaderrima de dois casamentos mal parados, não queria ver Joões nem pintados…
Mas eis que um dia ela abre a janela, não a da casa, a do Windows no seu portátil, e lhe aparece um belo João Ratão que lhe disse assim: ah e tal és tão bonita e sensual, gostava de te conhecer.
A Carochinha fechou logo a janela e disse para si própria “deves estar, a gozar só podes, tu? Eu? Porquê eu? “
Foi à sua vida de tia muito tia a transportar sobrinhos de um lado para o outro, a cantarolar por tudo quanto era sitio, a idealizar sozinha projectos mirabolantes, e uma bela manhã, abre novamente a dita janela do Windows e catrapus lá aparece o dito João Ratão, de novo insistindo com a mesma frase…ah e tal!
Bem este João deve estar a gozar com a minha cara, diz ela! Ainda por cima ele é de tão longe…isso passa-lhe pensou ela, como outros há-de desistir de a chatear, já ignorou tantos é só continuar a mesma dose.
Novo ano vida nova, a Carochinha toda entusiasmada trabalhando mais como uma formiga que uma carochinha, liga o seu portátil não topo de gama como de uma autentica tia de cascais, do tipo oferecido por uma daquelas marcas patrocinadoras das tias, mas um portátil razoável e pago por ela; e eis que a janela se abre e lá está ele a dar-lhe outra vez! Três vezes? Ai, isto deve ser um sinal de qualquer coisa, pelo menos de teimosia ai isso é.
Começou a ficar curiosa e começou a dar-lhe conversa, mas assim muito na retranca, muito desconfiada!... Mas o João Ratão mais sabido que qualquer um, pé ante pé, sorrateiramente quanto baste, deu-lhe flores, doces dos melhores e quando ela nem se apercebia já estava a rebolar-se nele às gargalhadas e afins saboreados por morangos e champanhe.
Pois é este João Ratão não era daqueles que se ia afundar no caldeirão, era medroso mas esperto ao mesmo tempo, e antes de ver o caldeirão pôs-se a milhas.
Moral da história: A Carochinha foi mesmo para a janela da casa cantarolar, sonhar com o seu projecto mirabolante e o João é que ficou a perder porque afinal o caldeirão era uma banheira de hidromassagem que o relaxaria e o encheria de prazeres. Ah pois é assim se acham e assim se perdem!
Será que o João Ratão se arrepende e volta? Se assim for, haverá continuação deste micro conto e passará a ser um conto sem fim.
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