vitor
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Olá amigos.
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« em: Fevereiro 26, 2009, 23:12:21 » |
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Um ombro Pandora, sabes? Caso apenas na frequente caminhada, esse ombro de cores lúgubres de ti sei como sim, onde foras sei alegria escondes hoje o rio das metáforas à janela pensas o amor encarde e nós sem voz que pensamos, o jogo duro da rua nesta cama como se a lua nos inebriasse de fantasias e colorisse de cantorias e cobrisse de fanfarras uma noite como os bombeiros içados a fogos de leme quente, o lodo seco a cantos feito o resquÃcio da memória a festa, um ombro Pandora, de murmúrios que importa a lamuria crua, não ter quem para, não sentir que para, preciso nem como dizer possa, onde sentir como este lugar o meu feito rua de luas dormentes de copos que beba, que sede adormeça, acordei à hora deitei sei quem seja, o meu rosto de mar num adornado ocaso da vida sabes, a vida encoberta sempre, os meus lamúrios e masmorras como se as dores bebessem de mim o sentido e que sinto sem que importa como sintas porque nada mais que a nula vivência desta, recortado dos cantos salutares da existência tenha sido, porque vivenciar-te Pandora, seja o silêncio, vem. Por ventura entendo, este rumo camuflado por disfarces de cores quase claras e acima de tudo cores com o colorido seco desta tarde, não tenho ideia entendes, não recordo sequer em que data a vida nos colou como janela da vida, como jasmim à vida num regador de foscos lestos entre passos molhados nesta maresia verde os olhos, os sentidos, os silêncios sinceramente, de cadafalsos mais dormentes este sentido de vida não faz sentido porque sim, sabes? Queiras talvez ser, sinceramente Pandora, o recuo destes significantes avanços nós, em que rumos me disfarce ser-te, um ombro apenas queira, alojar de cabeça pesada o pesadelo de quem dormira nunca um sono longo que importa, a vida dorme-se, o metal cénico das filosofias crispadas num resto acumulado como resmas escritas um beijo, abre a janela por favor para que sinta de facto o furor puro dos respirares oxigenados, ao de leve, um instante gotejando gotas do salitre cru destas folhas selvagens de árvores descansadas à sombra, num tinir escasso de vento com o esplendor raro de momentos a que sei, deito sobre a orla abandonada este ar cansado e busco no interior do repouso esquecido de restos de sono de restos perdidos de restos sem fundo ainda que mais me afunde, e saber sentir ténue na pele o lençol imaginado até que adormeça. Desfiladeiro sombrio de rio e costumes, diria singelo arrepio no agrimensar impensado como um vento de relento, como pensamento desvairado no corredor do silêncio, ode de garganta poetizando o esplendor nu desta alma que se esmera ou que dor me espera um dilúvio que seja agente entretém-se Pandora, sabe, como diriam os espólios do funesto nesta casa sem fundos um sino esquecido no badalo arrufado ou ecoado ou escondido conscientemente, ouvi-lo seria esquecer-me de me ouvir dizendo-te, que me rasgo de ausências quando sem ti acordo, que me transcendo quando tento saber de ti, quando me esqueço que vivo e a vida sei lá, não é tão-somente isto ou aquilo nem tão pouco coisa nenhuma, dizem, acredita Pandora, que voz se dilacera contigo como se contigo a voz voasse por dentro de mim e escuta, não durmo à berma do nada que a sede não seca. Escuta-me Pandora. A que abraços se busca, que desejos se recriem interiormente alojados por cantos de paredes-meias, ecos surdos de recreios de gritos mordaz silêncio, quero-os saltitantes salinas que voem esta alma sem base rejeitada ante mim mesmo, sepulcro eu mesmo buscando-te, na iguaria sequiosa desta refeição picante, de vermelhos cogumelos a assarem-me os lábios quentes é solitária a vida, refresco-os, lábios declamantes apelando o teu nome num verso esquecido na algibeira insÃpida destas distâncias perdidas, ora vencidas sei lá, o porão certo sim, o porão aceso acredita, de vestes rigorosas ou mantas quentes quero, saciar o rosto da dor que deitada durma talvez, adormeça quero, uma vida infinita escondendo de mim os escombros raros como a frequente solidão esvaziada nos refugos feios de beijos que não vejo nem sinto ou que busque, adorna-me então caso possas, com o requinte dessas mãos de Vénus, mãos de céus nos espectros juncos e sóbrios e rente a nos o vento, um vento com a cor da gente, nos, nos subúrbios secos desta vila a viagem nela por ela, um adentro sozinho nos reflexos sardentos beijá-los de mãos cruzadas nos Pandora, a armar por dentro um amor sem explicação nunca, a explicar o certo jamais que seriamos um do outro inventando de janelas que não esta, outra que fosse caso existisse e não existe mais nenhuma, a que foi tela dos nossos olhares um do outro diante do vento a cidade pelo seu canto, circulante, ela sem nos ou vice-versa que importa, a gente por ali sabes Pandora? Como se a arte do cinema nos engolisse e desse movimento ao escondido dorido destas vazas rudes a rangerem secretismos a sala nua como os corpos sem áurea a desfilarem um para o outro o desejo que nos engoliria, sedentos de parca paz, pouca luz, luz sem reflexo, sem gesto, acaricia-me, devora-me, rasga-me aos soluços os dedos que forem teus, por mim ao fim de todo o corpo. Pandora.
Não há quem, certamente ninguém. Um lado e outro lado, as paredes ressequidas dessa vontade alojam como silêncios os lados ocultos da verdade, que na verdade não sei como a sinto. Não, não há. Lento, observando o disfarce do que na alma possa querer eu sentir, ou que essência dos meus cantos avulsos eu me envolva, eu, um muro de quadrantes desta cidade iluminada que me acompanha, sabes, eu, na dupla função de mim e outro na essência vazia de ambos, eu, o que bebe esvaziando resmas nas letras castas uma dor à s vezes tantas vezes nada, eu, o que finge a vida sabes, eu, o muro desta casa escondendo-me do resto que na verdade não quero sequer observar, eu, nestas ruas quase invisÃvel, assim o quero, percorro lenhas e lascas duras de ferramentas o corpo a dentro eu, o homem de ninguém à lida furtiva, o de nada, de ninguém, o que será jamais, o que foi nunca, o que nada quer, eu, lenhador de intimidades a interiorizar, dispenso-me contra mim, vozes sobre mim, ouço-me quantas vezes pedindo a quem me seja um sorriso que me descalce esta dor sem fundo, dor de rumos e carisma Pandora, ombro sei lá que mais qualquer coisa tanto faz, o olhar por lá, disperso que importa, o olhar entregue sei, que mal, nada demais queira eu isso sei, ou se durmo lá vou, a quatro cantos inteiros sim, pundonor das represálias, das couraças, deste carnaval de rios e fumo sem cidade eu vou nelas, estando ou não que importa, deixa-me com vida ainda bem o vivo que me esconde um eu no meu próprio sentido sem destino. Este esguÃcio nu a resvalar sabes, este silêncio por dentro a tua pele dentro eu, dentro e tu, o quente rangido sabes, a mala entreaberta o secular nada, ali, num despojo carpidante a vender risos de amores calados onde rumores enguicem a gente quer, sabes disso e vamos, sabes do bom que o amor aquece enquanto, aquece, inventa a varanda, o requiem, o resto a melodia e nós, ah, diria mais e nada sobre que foi, nada do que foi existe neste escondido pedaço amordaçado entre cantos a vida, ela Pandora, vida de recalcos e silêncio que me invente escrevendo paredes de textos sem rumo, escondo em mim o recado avulso que me enclausura despoletando-me neutro, resto desta foz fúria, fome seca, sede vomitada da janela do desespero, do cigarro francês engolido sob copos de pêndulos que musiquem a distância que me perde de ti, um sumo de nós mesmos seriamos, enfim, vida aqui agente vai e segue e nada nos refute um ser natural de ostras na face a degolar o ar, o fumo range moribundo uma fúria sem sentir, sem dormir, o toque quente deste além sem destino me deita e completa o nome inventado como cada tela desta sala onde te amo tantas vezes, somente raramente.
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