Maria Gabriela de Sá
|
|
« em: Março 04, 2019, 19:48:22 » |
|
Parece mesmo coisa de gente. Ou melhor, há gente que não é capaz de fazer de coisas assim, pequeninas mas tão grandes e com tanta leveza.
Foi o Isaac o protagonista. Ele que é, simplesmente. um ratinho, um hámster, há tempos a viver enclausurado numa gaiola como se fosse um pássaro feliz na sua prisão, onde não falta nada. Tudo a tempo e horas, boa comida, água fresca todos os dias e uns mimos dos donos que, recentemente, o deixaram entregue aos cuidados de terceiros, durante uma curtas férias de verão.
O desastre aconteceu quando a pequena gaiola, colocada num equilÃbrio instável sobre uma mesa, resvalou até ao chão, mal o Isaac, logo no primeiro dia, se sentiu abandonado, embora ali com aqueles dois estranhos, um casal jovem incumbido de lhe dar de comer. Um gesto mais brusco foi o suficiente para ele andar à s cambalhotas, enquanto a água se vertia e a comida se espalhava pelo chão.
Mas, o melhor de tudo, naquela tragédia, fora a porta da gaiola abrir-se, escancarando-lhe as portas da liberdade. Afinal, não sabia com quem estava a lidar e tinha de se pôr a salvo.
Depois de mil e um estratagemas para o capturarem, contar ou não o sucedido aos donos era um dilema. O Isaac nem sequer tinha caÃdo no engodo preparado pelos tratadores, quando, após tudo falhar, resolveram colocar uma fita-cola perto da comida, a ver se as patitas do Isaac se fincavam nela, mas nem assim.
O casal ponderava, por fim, comprar um novo hamster para substituir o que se escapulira. Mas como, se cada ser trazia, logo à nascença e para toda a vida, uma personalidade inconfundÃvel? Os donos dariam imediatamente conta da troca e não seria a mesma coisa.
Perante uma verdade tão incontornável, no dia do regresso, o casal não teve outro remédio senão contar o sucedido, pelo telemóvel, antes dos donos entrarem em casa. Isaac tinha escapado e era, agora, irremediavelmente um fugitivo.
Eis senão quando, estavam os viajantes a chegar, Isaac sai das sombras da mansão, onde vivera escondido durante uma semana, rebolando-se contente aos pés dos donos.
E toda a gente ficou feliz com a volta do pequeno hamster.
Pronto, mais uma história de seres pequeninos que se comportam como gente grande. Talvez isto seja mesmo AMOR…
|