gdec2001
|
 |
« em: Março 22, 2014, 15:13:08 » |
|
Mas à medida que a festa se desenvolveu foram contagiados pela alegria geral. Ambos trouxeram inúmeros convidados quase todos seus colegas actuais ou antigos. A maior parte deles bebeu demais e alguns mostraram tendência para se exceder mas cada um deles se encarregou de controlar os seus amigos o que, mais ou menos, mas nem sempre, conseguiram. Seguindo a "ordem" do Duarte também os pais -de ambos os noivos - convidaram quem lhes apeteceu. O Mário levou apenas os seus dois maiores amigos: O Pedro de que sabemos tão pouco, pois mal se intrometeu nesta estória e a Dra. Lurdes de que sabemos mais . Ela procurou estreitar a sua relação com a Adélia mas, por razões um tanto obscuras, ou que ela se recusa a aceitar, sente-se sempre intimidada em face daquela mulher - tão simples mas tão autêntica, pensa -. Ou não será isso ... Ao princÃpio esteve um pouco retraÃda porque o ambiente lhe pareceu demasiadamente formal mas logo ganhou confiança e falou com toda agente como é seu hábito. Os homens acharam-na muito simpática mas não teve o mesmo êxito junto das mulheres, a maior parte das quais a acharam bastante intrometida... e mal vestida. A Adélia foi igualmente comedida nos seus convites . Além da sua famÃlia levou apenas a sua muito amiga Inês e a famÃlia próxima dela, como já sabemos. Ambos –o Mário e a Adélia levaram a famÃlia próxima residente em Lisboa ou seja a Alexandra e os dois filhos, nora e netinha. A maior parte das pessoas foram convidadas pelo Duarte e pela OlÃvia. Eram tantas que encheram a casa, embora ela seja bastante grande, de maneira que a festa transbordou para o jardim. Foi uma pena haver assim tanta gente, pois nem tivemos tempo para conhecer a maior parte das pessoas. Pareceram-nos, geralmente, uma massa amorfa mas bem sabemos como nos enganamos pois havia, certamente, pessoas bem interessantes ali.
O fim é alegre mas, como é fim, parece triste
E pronto, já temos o nosso casamento descrito anarquicamente tal como, na realidade, se passou. Seria pois agora a hora de acabar mas como, se, na verdade, a vida mal começou. Que vida ? me perguntareis, e eu responderei: A vida de todos mesmo a dos mais velhos porque a vida é breve; não é o que se costuma dizer? -Ainda que alguns a sintam bem longa... Será que as estórias têm de ser assim, para serem mais ou menos felizes, acabarem antes de começarem ? Mas como me atreveria eu a contar-vos uma estória triste ou mesmo trágica? Não vos chegam as pequenas tragédias que tendes nas vossas vidas? Na verdade nada seria mais fácil. Bastar-me-ia matar agora, próximo do casamento, uma, das principais personagens : O José ou a Elsa, sim. Se eles m’o consentissem, evidentemente. Nada mais simples e verosÃmil dada a facilidade e rapidez com que se morre, actualmente, de desastre. E depois o que é que eu ganharia com isso, além de falsear a minha estória ? Talvez duas ou três páginas de texto... Baah! É claro que a vida deles - do José e da Elsa, pois - não vai ser, sempre, tão bonita e excitante como foi até aqui. A vida profissional – e não só ela - desenvolverá em cada um, algumas idiossincrasias e compreendê-las, sempre, cansa. Há dias em que não estamos para isso. Nem mesmo para compreender que os comportamentos dos outros que nos incomodam se assemelham, muitas vezes, aos nossos próprios comportamentos. E por isso nos incomodam. Viver junto com outra pessoa é extremamente difÃcil, na verdade quase impossÃvel. E é preciso lutar sempre para combater tal impossibilidade e nunca se ganha, completamente Pior é só o isolamento, é a solidão ... Ai dão, ai dão... Fim
Geraldes de Carvalho
|