carlossoares
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« em: Março 25, 2019, 22:15:10 » |
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É praticamente inevitável cair em contradições, quando se intenta acoplar realidades e conceitos que se cruzam mas não se misturam. Com efeito, as ideologias e as crenças não podem ser culpadas de serem boas e más ao mesmo tempo. Se, por um lado, o liberalismo económico e, por outro, o liberalismo polÃtico, funcionaram em determinadas condições históricas e deixaram de funcionar noutras, deve-se lamentar a imprevidência humana em não ter corrigido as agulhas, em não ter percebido que o esquema era o mesmo mas os problemas eram outros. Os modelos polÃtico-económicos que levam à prosperidade, paradoxalmente, costumam ser os mesmos que precipitam nas crises, levando os mais ingénuos a perguntar por que razão se abandona um modelo que proporcionou tanto progresso. As condições alteram-se e isso altera tudo. Se o planeta Terra não sofresse as agressões e desequilÃbrios que está a sofrer tão violentamente pela ação do homem focada numa exploração económica desenfreada e devastadora, o liberalismo continuaria a ser muito bom e todos poderÃamos acalentar o sonho americano (em vez do pesadelo). O pragmatismo de um analfabeto de há cem anos já lhe permitia vaticinar e até antever os limites das realidades e perceber as aberrações a que pode conduzir a liberdade, seja polÃtica, seja económica. A liberdade enquanto condição não se reconhece muito no conceito de liberdade, nem este naquela, porque justamente, ela é algo fÃsico, corpóreo, com consequências adjacentes, com externalidades negativas, é ativa, é um agente, é um sujeito que não quer ser objeto. Por exemplo: o que é a liberdade para uma pessoa destituÃda de poder? E o que é a liberdade para uma pessoa com poder? É igualmente liberdade?
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