pedrojorge
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« em: Setembro 29, 2007, 08:22:39 » |
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T3
Engaiolava o T3, revoluteava a chave, desunia-a da fechadura. De sapatilhas deslocava as pernas num movimento uniforme, enxergava a entrada do apartamento a afastar-se. As escadas, a escadaria, longa, extensa, cerrada num género de corredor, que especulava a verticalidade e, significativamente, a cobertura. Remexia a pastilha, sacudiu num impulso, recolheu-a ao pacote. O braço ergue-se, despenteia o cabelo, acena ao porteiro, com um sorrir malhado. Recua até à biblioteca, adquire um livro e um papel que já tinha a sua caligrafia consignada. Um filamento argênteo desaparece-lhe da camada espessa tangida, da cabeleira. Senta-se numa cadeira, abre a página 299, manuseia, empana a introdução com a capa. Avista o amigo, o que o acompanhara na leitura, a desvanecer-se, num alento que era incapaz de memorizar ou reviver no instante que se sucedia. Ascendeu concomitantemente aos ramos distensos, sobre a obra. Retornou à senhora, nenhum se lembrava das caras. Ele com a caneta rasurou apagando a sua assinatura, a recepcionista percorreu o seu quinhão e varreu o restante adimplemento. Desandou à lavandaria, colocava a roupa na máquina que tinha trazido sempre consigo, francamente, passara pela máquina de secar antes. Tirava-a enxuta novamente, sem considerar a máquina de enxugar. SaÃa novamente aproveitando a porta que abria sozinha a uns metros de a atingir, contudo, isso não deslindou, estava de costas… No entanto, já discorrendo a memória que apreendia. Vigorou novamente na “Vestido de Limpoâ€, introduziu a roupa, aà essa molhou-se integralmente, a visão entulhava com o rodar inalterável da máquina, estancou finalmente, retirou-a, máquina de secar, saldou, antes dessa senhora tinha recebido a mesma quantia. Este mundo era muito de ganhar e dar. A porta já se abria se a puxasse simplesmente, tal como antes na primeira vez em que entrou, na segunda tinha havido alguma disfunção… Jornadeava agora para a Biblioteca, entre múltiplas reacções e miragens, entreolhava uma montra da inversa maneira que o tinha feito antes, o Presidente sentado de perna cruzada, outro convidado, era campanha eleitoral absoluta, das vozes ressoou um tema novo, vindo de alguma fuga de informação. — Senhor presidente, o que acha da possibilidade de desenvolver uma forma de manipular o espaço-tempo? — É facto de tal nunca ouvi falar, claro que estaremos abertos a qualquer progresso realizado nessa área, de igualdade como temos noutras. Porventura se fosse inventado, o que duvido muito, a natureza dessa invenção é muito complexa, talvez impraticável. Haveremos de verificar a potencialidade de qualquer produto utilizável. Mas não detenho estatuto para me certificar de tais conhecimentos. Um engenheiro fÃsico, um fÃsico, qualquer pessoa com um diploma nessa área seria mais conceptual neste assunto. — Presume a reacção do mundo a tal? — Não esperarei que tal aconteça, se acontecer, deveras não serei o presidente que será correlativo a esse objecto. — Muito obrigado, pela sua sinceridade. O mirante do televisor perguntou-se acerca dessa sinceridade, todavia, já não, repentinamente a entrevista decorria novamente, o som das falas era caótico, um zombar brusco, as portas da lavandaria abriam-se novamente antes de ele as abranger… O presidente mostrava os dentes, de jóia, de hospitalidade…
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