Tino Saganho
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« em: Outubro 21, 2007, 21:02:55 » |
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Um Lápis na Areia
Estávamos em pleno mês de Agosto. Mês de férias e as praias algarvias rebentavam pelas costuras… tal era a afluência de turistas. Para encontrar um cantinho de praia livre, era necessário que a sorte nos bafejasse. Era a hora do “bronze…†e como tal a praia estava silenciosa, com excepção de alguns grupos de jovens que, “ sangue na guelra†jogavam à bola. A Soraya, jovem dos seus 18 anos, apaixonada pela escrita – poesia e prosa - olhava o mar e, de quando em quando, escrevia algo no seu bloco de apontamentos. Via-se que o mar lhe servia de inspiração. Chegou a hora de ela se estirar ao sol. Poisou o bloco junto de si, na areia, juntamente com o respectivo lápis ( Enterrado até meio, de bico para cima, para que não partisse)
A criançada lá continuava pontapeando “sem dor nem piedade†uma bola, já meio vazia de tantos pontapés ter levado. O entusiasmo era tal, que nem se apercebiam do desassossego que causavam a quem descansava. A dado momento um grito de criança alertou as redondezas… Um menino, dos seus 12 anos, acabava de espetar o lápis em um dos pés. Ao sentir-se picada e dorida, a criança desequilibrou-se e foi embater contra uma mesa, onde um grupo de amigos jogava a sueca e, simultaneamente, saboreava umas cervejas fresquinhas. Ouviu-se o estrondo do embate, misturado com vozes surpreendidas e resmungonas e até palavrões de uns tantos… que, instintiva e atabalhoadamente, fugiam do local. Os copos da cerveja voaram e o dourado e refrescante lÃquido espalhou-se pela área envolvente. Toda a gente, em redor, bebeu de borla…ah ah! Assistiu-se a um perÃodo de desassossego e “passa culpasâ€. Ninguém queria arcar com elas. Gerou-se uma confusão tremenda. Os curiosos acorreram ao local, opinaram, comentaram, ajuizaram e condenaram os hipotéticos responsáveis pelo acidente. Entretanto, alguém menos despudorado, fez constar nas redondezas da praia que um tubarão tinha acedido à praia. A notÃcia ecoou como uma bomba e percorreu, num ápice, toda aquela região turÃstica. Não tardaram os meios de socorro; bombeiros, ambulâncias, polÃcia e gente especializada para lidar com a situação. A praia inteira estava aterrorizada! Era quem mais fugia, praia fora, para escapar ao carniceiro animal. Entretanto, a Comunicação Social chegava, ávida de notÃcias frescas para abrir os telejornais. Centenas de jornalistas acorreram ao local, vindos dos mais remotos cantos do mundo. A notÃcia chegou ao Ministério da Defesa que, de imediato, disponibilizou os meios que entendeu necessários para tentar resolver o problema – Barcos e helicópteros etc…
Entretanto, a praia ia ficando deserta. Por toda aquela área de laser só se via destroços… e de tal ordem que mais parecia um campo de batalha em fim de combate…
E foi assim que um simples lápis, “desprevenidoâ€quase destruÃa o Mundo! E esta, viram?
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