Na concha do teu corpo

[cduxa]

Numa das caixas estão guardadas algumas das cartas da casa. As  incompletas. Não sei se recebidas, enviadas ou nunca enviadas. Ao passar pelo corredor uma delas parece-me luminescente. Sinto-o como um presságio. Abro-a. Deixo o acaso falar.


" assim como a luz de Maio a entrar no quarto.
O teu rosto a abrir-se como uma palavra.
Beijo com os olhos. Cada pedaço de ti. Respiro o teu cheiro. Aquele que me guia nos tangos,  boleros e dias de invernia.
Faço morada na concha do teu corpo.
Na luz de Maio. Na luz de Maio. Na luz de Maio."

in, A Casa da Rua dos Douradores

[António Lóio]

Olá Cduxa
Os baús das recordações ou mesmo os sotãos bafientos guardam quase sempre surpresas muitas vezes seguidas de exclamações, como por exemplo " Afinal o mundo não mudou assim tanto"
Bj
Tom

[cduxa]

Olá Tom

Concordo. As coisas fundamentais da vida (neste caso os sentimentos) são intemporais.
 Bj,
Cduxa

[Goreti Dias]

"Beijo com os olhos"
Quem assim escreve vale mil beijos!

[cduxa]

Goretidias

Esse teu coração ... grande, grande.
Grata pelas tuas generosas leituras.

[Dionísio Dinis]

Uma escrita luminosa!

[cduxa]

Grata Dionísio pela leitura e generoso comentário.