Araci
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Ainda não sei o que sou, mas sei quem eu sou
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« em: Julho 14, 2011, 22:57:41 » |
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Sinto falta das nossas conversas disparatadas, do teu riso, de te ouvir falar, do calor dos teus beijos, do teu abraço forte, da tua companhia. Sinto falta, muita falta.
É tão absurda a certeza que temos, em como em certas alturas da vida, temos tudo como garantido e imutável, que aquele beijo nunca vai ser o último e em como amanha vais estar lá para me voltares a estenderes os teus braços e peito reconfortante.
Ai meu amor, se soubesse que seria a ultima vez que os meus olhos teriam pousado sobre os teus, teria feito tanto mais, ou não. Provavelmente ficaria paralisada, invadida por um pânico e pelo terror de saber que te irias ausentar.
Uma vez disseste «estarei aqui hoje e sempre, nunca te vou magoar». Acabaste por o fazer, e sinto-te longe, distante como nunca e isso não me deixa dormir. Tenho uma tristeza enorme a viver dentro de mim que não quer sair. Uma vez, disseste que te apaixonas-te por mim por eu ser bonita, inteligente e divertida. Estes últimos tempos não tenho sido nem um pouco disso, não me sinto nem um pouco bonita (como é que se pode irradiar beleza quando se anda com as lágrimas a toda a hora na cara?) e de divertida e inteligente não tenho tido nada.
Não sei porque caminho estou a entrar, mas sei que é horrÃvel. Há muito tempo que não me sentia assim tão sozinha, se é que alguma vez senti o que estou a viver agora. Estou cansada de chorar, cansada!
E agora, diz-me: Onde estão todas aquelas promessas lindas que me cantaste? Onde estão os filhos que disseste que querias, onde está o amor incondicional que bradaste aos céus? E de repente, desapareceste…
Deixaste-me desamparada com promessas que não se podem cumprir sozinha, com promessas que aqueceram o meu coração, e que agora o transformaram em pedra!
Ai! Parece que estão a sugar-me a vida, as poucas energias que tenho, já nem para lágrimas dão. Estou pálida, fraca, enfiada num quarto a querer fugir do mundo, a refugiar-me em antigas conversas nossas e em memórias que persistem em passar continuamente na minha cabeça.
Porquê que as mulheres são tão masoquistas consigo mesmas? Gostamos de sofrer! Parece ser tão difÃcil e uma tarefa tão árdua apagar aquelas mensagens dele do nosso telemóvel ,e palavras que as vezes nem nada de novo dizem. Um “olá†gravado com uns meses de existência, somente conversas banais mas que não se conseguem apagar! E nós, mesmo tristes e com o coração nas mãos, fazemos questão em de reviver tudo aquilo, relembrar o quanto era bom e de chorar pelo presente horrÃvel! Como somos fracas, e nem a nós mesmas sabemos ajudar!
A minha mãe tem razão, antigamente era tudo mais simples, tudo mais puro, «que raio de tempo é este em que a palavra já nada vale» dizia-me. Ai mãe !Como te invejo! Teres vivido nesse teu tempo lindo onde os homens ainda valiam pelo que eram e pelo que diziam, e ainda sabiam o significado da palavra integridade.
Agora, as palavras nada importam, leva-os o vento! Ai! E leva tão rapidamente, como um furacão que vem e tudo estraga!
Agora vivo com a tecnologia ao meu lado, e acho que exijo demasiado dele, estamos em demasiado contacto um com o outro, e se não dás sinais de vida faço logo uma tempestade, como que um fim de mundo!
Estou sempre á espera dum sinal sonoro que venha da porcaria do telemóvel para me dar boas novas de ti, mas nada acontece! Ok, que venham as cartas e o papel branco, e uma caneta qualquer, de que vale?
E eu escrevi-te tantas cartas de amor, para serem tão dolorosamente rejeitadas, fiz tantos planos contigo, abdiquei duma vida que queria para ceder tudo por ti… para só obter o silêncio.
Mandaste-me uma mensagem numa dessas noites pacÃficas que logo cederam ao tumulto e a taquicardias “Dorme bem, amanha falamos…â€e nunca mais te voltei a ver…
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