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Autor Tópico: Impulsos primitivos; reflexĂ”es (Guacira Maciel )  (Lida 2006 vezes)
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Guacira
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« em: Setembro 09, 2008, 16:10:14 »

Tomando como referĂȘncia a Teoria dos Genes EgoĂ­stas, de William Hamilton, comecei a fazer algumas reflexĂ”es e vieram-me Ă  cabeça muitas dĂșvidas. O fato de escrever me faz realizar incursĂ”es em assuntos dos quais nĂŁo entendo, mas que me causam perplexidade, como a violĂȘncia entre pessoas de uma mesma famĂ­lia. Genes egoĂ­stas Ă© uma metĂĄfora para explicar a teoria do autor, do genes de sucesso, em que, segundo ele, todo ser humano compete por territĂłrios, tentando ampliar ou se apoderar de espaços Ă  custa do outro, inclusive se utilizando de “manobras psicolĂłgicas”. Entretanto, em sua evolução o gene tambĂ©m nos apresenta a possibilidade da cooperação e o altruĂ­smo, como algo benĂ©fico nessa competição, ou reaçÔes diferenciadas.
Ao contrĂĄrio das tartarugas, que pĂ”em ovos/filhos aos milhares de uma sĂł vez e os abandonam Ă  prĂłpria sorte, nĂłs, seres humanos, tendemos a ter poucos filhos e investimos fortemente neles, protegendo-os para garantir sua sobrevivĂȘncia, num processo de altruĂ­smo, que se evidencia pela seleção; seleção em famĂ­lia. Mas hĂĄ insetos sociais que tambĂ©m sĂŁo exemplo desse tipo de seleção, demonstrando o quanto ela pode afetar o comportamento. No entanto, essa seleção nĂŁo segue rigidamente um padrĂŁo; hĂĄ apenas uma predisposição de que os seres poderiam por a prĂłpria vida em perigo para salvar suas crias. Na contemporaneidade, nĂŁo teria referĂȘncia de casos anteriores, estĂĄ ocorrendo um processo que ratifica ser esta, tĂŁo somente, uma tendĂȘncia – e eu nĂŁo ousaria chamar isso de evolução sob nenhuma vertente – que Ă© chamada de “seleção anti-familiar”.               Em todos os continentes, ultimamente, vĂȘm acontecendo de forma recorrente e persistente, atos de violĂȘncia com morte, entre membros unidos por laços familiares tĂŁo fortes, como pais e filhos, tios, avĂłs, irmĂŁos, pelos mais banais motivos, predominantemente pela ganĂąncia por bens materiais (dinheiro). Esses fatos me levaram a refletir com alguma preocupação sobre o instinto humano. Embora entendendo que o processo de altruĂ­smo em famĂ­lia seja uma predisposição, como jĂĄ referido e nĂŁo uma constante ou um comportamento genĂ©tico obrigatĂłrio, eu diria.
AliĂĄs, sem dĂșvida alguma, os dois casos mais recentes desse tipo de violĂȘncia ocorridos, um no Brasil (o assassinato de Isabela Nardoni, cujo pai teria, junto com a atual mulher, matado e jogado a prĂłpria filha, de 5 anos, por uma janela do 6Âș andar) e outro na Áustria (o encarceramento e sucessivos estupros de Elisabeth Fritzl pelo prĂłprio pai), deixaram estarrecida e indignada a população mundial e,  tambĂ©m sem dĂșvida alguma, ficarĂŁo na histĂłria dos dois paĂ­ses, como um dos  atos de violĂȘncia mais doentios e inacreditĂĄveis atĂ© agora cometidos, que se tenha notĂ­cia.
A violĂȘncia domĂ©stica praticada entre familiares, geralmente se dĂĄ entre cĂŽnjuges, filhos e pais, e inclui diversas prĂĄticas indo desde as agressĂ”es fĂ­sicas, com pancadas, uso de objetos para ferir, violĂȘncia sexual, entre outros, contra crianças, mulheres e idosos, mas tambĂ©m contra os homens, embora em pequena escala. Contudo, nĂŁo sĂł fĂ­sica, como o estupro, a violĂȘncia, talvez mais destruidora, no meu entender, que Ă© cometida, principalmente contra crianças, se constitui a psicolĂłgica; esse tipo de violĂȘncia domĂ©stica, geralmente se estabelece como um padrĂŁo de comportamento e continua a causar sofrimento, mesmo depois de praticado o ato em si, como Ă© o caso de Elisabeth, da Áustria.
A face mais cruel disso tudo, Ă© que essa violĂȘncia ocorre de forma silenciosa, dissimulada e, por vezes, com a conivĂȘncia de outro membro adulto da famĂ­lia, tornando ainda mais avassaladora essa atitude, porque, principalmente a criança, nĂŁo tem meios de defesa; aquele adulto que a violenta deveria protegĂȘ-la! A quem recorrer? E isso tem desdobramentos nocivos e desumanizadores, porque, como pode ser praticado por anos a fio, interfere no seu desenvolvimento fĂ­sico/emocional / psicolĂłgico e mental. Esses seres terminam por apresentar um tĂŁo baixo nĂ­vel de auto-estima, que se permitem ser violadas pelo fato de existir um vĂ­nculo familiar e, em conseqĂŒĂȘncia, uma dependĂȘncia material e emocional. E pior, o agressor, em muitos casos, acusa sua vĂ­tima de ser a responsĂĄvel pela agressĂŁo, tornando-a tambĂ©m uma vĂ­tima da culpa e da vergonha de ter tido aquela atitude, que termina por assumir.
Trazendo a questĂŁo para o foco das relaçÔes familiares, precisamos analisar o velho chavĂŁo, aparentemente inocente, utilizado pelos pais: “faço o que Ă© melhor pra vocĂȘ”. Talvez, se eles se restringissem a fazer o que Ă© bom, o que podem, por seus filhos, nĂŁo chegĂĄssemos Ă s situaçÔes inadmissĂ­veis e absurdamente violentas que conhecemos quanto a essas questĂ”es. Que conceito de “melhor” estaria implĂ­cito aĂ­? Esse melhor, Ă© melhor pra quem, atende Ă s demandas e desejos de quem?
No caso em destaque aqui, do famigerado Josef Fritzl, que confessou ter aprisionado a filha, por 24 anos, para “livrĂĄ-la das drogas”, seria, no meu entender, um caso tĂ­pico do faço a vocĂȘ o que Ă© melhor pra mim, uma vez que esse monstro, como uma besta, seviciou , violentou e violou os mais elementares direitos de Elisabeth, para saciar seus instintos mais animalescos; aqui nĂŁo vou analisar se seria isso uma patologia, nĂŁo me interessa, no momento, vĂȘ-lo como um doente; ele planejou tudo com perfeição, nos mĂ­nimos detalhes e requintes... seria ele tĂŁo doente, uma vez que realizou viagens suspeitas para a TailĂąndia? E sabemos o que acontece naquela regiĂŁo...
Agora, voltando um pouco, precisarei expor aqui uma dĂșvida que vem me incomodando, retomando uma questĂŁo que parece simples, numa primeira anĂĄlise, embora nĂŁo seja: a do que os pais dizem entender ser melhor para seus filhos. Sabe-se que Ă© a sociedade que define as caracterĂ­sticas dos diversos papĂ©is sociais e Ă s pessoas cabe assumĂ­-los e atender o que delas Ă© esperado pelos diversos grupos, sob pena de serem deles excluĂ­dos ou sofrerem penas (de forma ampla), e tambĂ©m porque esses papĂ©is costumam nascer dentro do nĂșcleo familiar. Fico muito preocupada se nĂŁo estaria, nesse caso, refletida a forma como essa jovem – a Elisabeth – teria se comportado durante 24 anos em que foi mantida em cativeiro, em condiçÔes subumanas, pelo prĂłprio pai, que confessou Ă  polĂ­cia tĂȘ-lo feito “para livra-la das drogas”? Sabe-se lĂĄ o que teria dito esse homem, Ășnico contato dela e dos trĂȘs filhos, fruto do incesto, com o mundo exterior, sobre a importĂąncia de atender a esse papel da filha boa e bem comportada, atenciosa, terminando por incutir-lhe a idĂ©ia de ser seu salvador, de estar livrando-a de pessoas mĂĄs, como homens ruins e policiais sem escrĂșpulos, jĂĄ que parece que ela seria usuĂĄria de drogas, terminando por estabelecer um clima menos agressivo e dolorido entre eles? AtĂ© atendendo ao esquema de um jogo familiar estabelecido?
Voltando Ă s referĂȘncias que tomei para elucidar as dĂșvidas aqui expostas, uma vez que nĂŁo sou psicĂłloga, mas me estimulam as anĂĄlises, precisarei fazer algumas delas sobre a HipĂłtese do Grande Erro, de John Tooby e Leda Cosmides, que consiste, segundo eles, ser a seleção em famĂ­lia como a força por trĂĄs de nossos instintos de cooperação em grande escala no mundo moderno. Segundo essa teoria, estarĂ­amos mais propĂ­cios a cooperar com todos os membros de um grupo, porque no perĂ­odo plistoceno (nas savanas), a maioria dos membros de um grupo estaria  ligada por laços de sangue ou por vĂ­nculo de “casamento” (parceiros sexuais ou na criação de filhos). EntĂŁo, mentalmente, terĂ­amos mais vĂ­nculos com essa sociedade do que com as atuais, por seu tamanho e complexidade e assim, estarĂ­amos fazendo uma confusĂŁo entre as duas. Dessa forma, a cooperação na “sociedade moderna” seria uma resultante da mĂĄ adaptação da seleção em famĂ­lia , relacionada ao gene egoĂ­sta; este, por conseguinte, se constituiria o “grande erro”.
Assim,nĂŁo haveria significado genĂ©tico em cooperar com um grande nĂșmero de pessoas estranhas, que, claro, nĂŁo possuiriam nossos genes, assim como essas pessoas tambĂ©m nĂŁo teriam interesse em retribuir a ajuda; o que me leva Ă  compreensĂŁo de que serĂ­amos todos relativamente cooperativos, apenas, pelo fato de vivermos a mesma situação distorsiva. Nesse raciocĂ­nio se fundamentaria a teoria como pouco convincente uma vez que, se membros, em todos os graus, de uma grande famĂ­lia fossem criados juntos, ficariam sem informaçÔes acerca do grau de parentesco existente entre eles, a partir de um sistema interno de detecção. Foi relatado que crianças israelenses, criadas em kibbutzen, demonstraram pouco interesse sexual uns pelos outros; isso vem demonstrar que Ă© possĂ­vel que a familiaridade entre pessoas na infĂąncia, seja mais forte que as “ligaçÔes biolĂłgicas” e poderia ser usada para evitar o incesto. Finalizando, fica tambĂ©m evidenciado que o “comportamento moderno” contraria a teoria aqui analisada.
Teoricamente, cria-se um filho sem inflingir-lhe obrigaçÔes posteriormente; teoricamente, seria este um ato social incondicional; entretanto, vimos detectando ultimamente situaçÔes que contradizem esta “regra”, se sabemos que a todo momento sĂŁo detectados atos sociais condicionantes, a exemplo das pressĂ”es, chantagens emocionais, ou seja, que dos filhos espera-se retorno posterior, isto Ă©, ajudar condicionalmente (hĂĄ pais que lhes dĂŁo algumas condiçÔes se forem atendidos em outras) e ferir condicionalmente (eu sou seu pai, posso castigĂĄ-lo). Percebe-se, ao final, que hĂĄ enorme decadĂȘncia na famĂ­lia nuclear e grande mobilidade, o que vem tornando esses laços muito dĂ©beis.
 
Síntese de trabalho apresentado em uma das discussÔes do Grupo de Psicanålise da Bahia.
« Última modificação: Setembro 11, 2008, 10:39:42 por Guacira » Registado
Goreti Dias
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« Responder #1 em: Setembro 14, 2008, 08:30:25 »

"chavĂŁo, aparentemente inocente, utilizado pelos pais: “faço o que Ă© melhor pra vocĂȘ”. Talvez, se eles se restringissem a fazer o que Ă© bom, o que podem, por seus filhos, nĂŁo chegĂĄssemos Ă s situaçÔes inadmissĂ­veis e absurdamente violentas que conhecemos quanto a essas questĂ”es. Que conceito de “melhor” estaria implĂ­cito aĂ­? Esse melhor, Ă© melhor pra quem, atende Ă s demandas e desejos de quem?"
Apreciei esta sua reflexĂŁo. Ela traduz bem a decadĂȘncia, sobretudo dos sentimentos. Principalmente porque isso Ă© que provoca a tal decadĂȘncia na famĂ­lia nuclear.
Abraço
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Goretidias

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Guacira
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« Responder #2 em: Setembro 14, 2008, 11:49:55 »

Pois Ă©, Goreti, a uma primeira vista esta sĂ­ntese poderia ser considerada inadequada aqui. PorĂ©m, precisamos ter essas questĂ”es bem visĂ­veis, porque, aos poucos, me parece que estamos nos acostumando com a violĂȘncia, que passa, gradativamente,  de situação, para estado de violĂȘncia e nem nos damos conta.
Principalmente a famĂ­lia, que, como cĂ©lula mater, e um micromundo  representativo do universo social, precisa estar mais atenta; ali sĂŁo gestados os embriĂ”es de homens e mentes...
Perguntemo-nos: como nos comportamos enquanto pais?
Obrigada pelo comentĂĄrio, gostaria que a discussĂŁo proliferasse como aconteceu com as nossas asas...risos
Abraço.
Registado
Laura
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« Responder #3 em: Setembro 14, 2008, 12:38:41 »

NĂŁo a considero de todo inadequada, Guacira... Na verdade, sobre pais e filhos, tenho escrito muito. Pais nĂŁo Ă© posse, Ă© responsabilidade. Os filhos nĂŁo sĂŁo a nossa imortalidade, sĂŁo o nosso despojamento. Quanto Ă  violĂȘncia sobre as crianças e, de uma forma geral, sobre os mais fracos, fĂ­sicamente, Ă© o que hĂĄ de mais abominĂĄvel no mundo.
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Bom dia. O site vai migrar para outra plataforma no dia 23 deste mĂȘs de setembro. Aconselha-se as pessoas a fazerem cĂłpias de algum material que nĂŁo tenham guardado em meios pessoais. NĂŁo estĂĄ previsto perder-se nada, mas poderĂĄ acontecer. Obrigada.

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Boa noite feliz para todos
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OlĂĄ! Boas leituras e boas escritas!
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Boa noite a todos.
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Bom domingo para todos.
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Boa semana para todos.
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