vitor
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Olá amigos.
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« em: Dezembro 20, 2008, 23:29:05 » |
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Sobre a viagem ofuscada, a planÃcie escondida reflecte no ar o brilho inventado sobre as tuas mãos adormecidas já, neste pensamento sempre… sigo acima inventado ver-te, como se pudesse recriar na sombra a tua imagem, alguns passos divertidos, alguns dias sem que a chuva se intrometesse e nos deixasse descobrir, como encontrar a saÃda para uma rua que nos guiasse.
Num areal tremendamente arrasador.
Branco todo o horizonte e ventos quase fortes, esvoaçam os cabelos e a paciência persiste, calmamente adormecida sob o sol. E as tuas mãos brandas, suculentas como a voz, reflectem no meu breve sono a paciência que preciso, o sentimento que procuro, ou até quem sabe, a solução para a minha sobrevivência, ou mesmo a continuação nestes caminhos sem referencias, mas que se possa pelo menos seguir, continuar inventando sombras nestas arvores nenhumas, diante dos teus cabelos onde consigo beber ao menos algum refrescante momento. Ou mesmo que estejamos perdidos num areal desta cidade. Ou pudesse dizer-te que muito perto daqui sinto haver mar. Ou se acreditasses nas palavras que silencio, porque ao dar-te a mão, transmito vagarosamente, com toda a lentidão conveniente, transmito, o limite da cidade e das casas, ante estrelas forasteiras que nos invadem a privacidade, por todos os cantos nos espiam a intimidade, e quase descobrem tudo o que um dia quis dizer-te, sem que tenha alguma vez conseguido. E quando descobrirmos que afinal tudo isto não passa dum delÃrio. Mas é tremendo o areal levantando o pó que quase cega os nossos sonhos, só mesmo os passos de cada um dirigindo-se ao do outro, trarão definitivamente o caminho, até onde possamos reconfortar a alma e silenciosamente nos entregarmos ao impossÃvel, ao que possa solucionar um problema que nunca terá existido em nossos corpos viciados, apenas isso. Sentemo-nos então aqui, calados como o odor do tempo.
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