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 51 
 em: Janeiro 04, 2024, 20:16:00  
Iniciado por Maria Gabriela de Sá - Última mensagem por Maria Gabriela de Sá

Quero acordar-te de manhã cedo
Dar-te um beijo com sabor a alecrim azul
Siar sobre o teu corpo adormecido
Como uma gaivota a descer do céu
Com um poema no bico
E pronta a escrevê-lo
Em papel de livro tamanho A5
Gabriela Sá

 52 
 em: Janeiro 04, 2024, 20:13:46  
Iniciado por Maria Gabriela de Sá - Última mensagem por Maria Gabriela de Sá

Guarda os teus sonhos se os tiveres numa caixa de sapatos
Ata-lhe depois uma fita lustrosa como se fosse um presente
Brinca com eles, bolas de sabão desfeitas ao primeiro impacto
Ri-te com ironia quando o riso andar escondido na tua boca
Inventa-lhes funerais em cemitérios de sapatos despernados
E volta à tua janela a tempo de veres o pôr-do-sol
Leva os olhos ao céu
Alumia-te, finalmente, com o brilho das estrelas
Gera a seguir poesia mas…
Sem musas específicas.

Gabriela Sá

 53 
 em: Janeiro 02, 2024, 23:50:23  
Iniciado por Nação Valente - Última mensagem por Nação Valente
O dia seguinte

A realidade entra-nos em casa através dos ecrãs de tevê ou de computador. Essa realidade não é a realidade real, mas a que nos querem mostrar. Quem controla o mundo por imagens, manipula e manipula-nos. Os temas, os assuntos, são selecionados de acordo com interesses que nos ultrapassam. Não passamos de consumidores passivos.

No fundo, somos consumidores, acríticos, da sociedade das tecnologias. E vivemos felizes nessa realidade paralela, que não dispensamos, como um vício, que nos corre nas veias. Os contactos humanos, ainda mais restringidos, estão cada vez mais, atrás de um ecrã.

Consumimos guerras de forma acrítica, como se fossem filmes produzidos em estúdio, por actores profissionais. Mas os protagonistas são pessoas que sofrem, que morrem, ao lado da nossa indiferença. Pais que têm filhos, filhos que têm pais, gente sem nome, mas com vida para viver. É verdade que somos impotentes perante a avidez de loucos que exercem o poder. É verdade que nos acomodamos porque não nos bate à porta. É verdade que chegámos a acreditar que guerras eram coisa do passado. Não são e nunca serão. Estão no adn da humanidade. E o que é mais preocupante é que vemos gente disposta a apoiar populismos, que se vingarem, nos escravizarão,

O facto é que há muito mais mundo para além do que nos entra magicamente em casa. Existem outros mundos, outras realidades, pequenos e grandes dramas escondidos, felicidades simples, sem serem determinadas pelos novos mentores espirituais, de uma vivência sem espiritualidade. A euforia da passagem de ano já deu lugar ao dia a dia comum, igual ao que costuma ser. Mas a ilusão continuará, seja qual for a forma que assuma. Dia após dia, o ano dito novo não será mais que a continuação do ano velho.

Palavras soltas

 54 
 em: Janeiro 02, 2024, 18:28:38  
Iniciado por gdec2001 - Última mensagem por gdec2001
Poema do pé para a mão

Quem me quiser assisado
sentadinho ao pé de mim
fale-me leve
espaçado
assim:
Vem cá vem cá
não te assustes
não te frustes
não te exaltes.
Descansa
rola
resvala
faz de conta
faz a mala
-não te esfalfes- mas não vás
reflete traz
e promete
trazer-te contigo atrás.

Diga-me outras
que parecem
tontarias
fantasias
mas rimadas ritmadas
enroladas em papel parafinado
refinado.
Diga-me palavras raras
ignotas de ignaras gentes
e todas rodas
rodadas
redondas
bodas brandas
festas
gentilezas
pequeninas ondas
frentes de espumado afecto
meu predileto manjar.
Fale-me óleo
macio
nevoento
doce
adoçado
sangrento só de cor
desmaiado
como sol
sol de sol por
sangrento de sangado
lento alado,,,
Fale-me vento
brisa
bruma
de indecisa maneira
maneira de quem embala
e canta e cala e canta
e canta só embalando
o desejo de estar só.
Fale-me brando
amigo
secreto
rodeado e inconcreto.

Fale-me seda
veludo
surdo de tonalidade
tudo o que for caricia
mimo
gesto
alor que passa
graça de foge
hoje de luz coada que já foi
e flue
e é hoje outra vez.

Fale-me meigo
ciciado
indireto
de través
mas bom
conciliador
senhor de suas maneiras.

Fale-me baixo baixinho
de vagar
devagarinho.
Não me olhe
não me assuste
não me fruste
não me exalte.
Diga:
Descansa
rola
resvala
faz de conta
etc. etc.. etc...

Geraldes de Carvalho
   

 55 
 em: Dezembro 30, 2023, 17:50:27  
Iniciado por Maria Gabriela de Sá - Última mensagem por Nação Valente
Os pássaros não sabem do Natal. São sábios. Os dias são apenas dias. Belo.

 56 
 em: Dezembro 30, 2023, 17:44:58  
Iniciado por Maria Gabriela de Sá - Última mensagem por Nação Valente
Musas improváveis, quem as não tem? Muito inspirado.

 57 
 em: Dezembro 29, 2023, 15:06:42  
Iniciado por Dionísio Dinis - Última mensagem por Dionísio Dinis
Nó górdio
nó na garganta
nó na carteira
carteira refém da banca
banca farta
banca alarve
banca de saque
bolsa oca e fome vasta
nós a força
nós a ânsia
nós a leste do natal
carteira cheia de luta e de esperança de outros nós.

Dionísio Dinis

 58 
 em: Dezembro 26, 2023, 20:28:06  
Iniciado por Nação Valente - Última mensagem por Maria Gabriela de Sá
Sucesso nas vendas.

 59 
 em: Dezembro 26, 2023, 19:59:45  
Iniciado por Nação Valente - Última mensagem por Nação Valente
A capital

Nesse dia, não imaginava, nem em sonhos, que seria o próximo a abalar. Estava confortável com a vida que tinha. Guardava o pequeno rebanho e na quietude bucólica dos montes, enquanto os animais pastavam, falava com gente de outras paragens que vivia enclausurada em páginas de livros. Eram pessoas que se manifestavam em letras de forma e que me acompanhavam na solidão dos longos dias. Todas as semanas os livros chegavam ao largo principal da aldeia, numa carrinha que se chamava Biblioteca Gulbenkian.
“Sai daí malhadinha.â€
Nesse dia, depois de recolher o gado, estava embrenhado nas peripécias das Pupilas do Senhor Reitor, a minha mãe decidiu levar-me a visitar um senhor de bom traje e bons modos que nunca tinha visto: “o senhor José Francisco que vive há muitos anos na capital, disse-me que está de passagem, e quer conhecer-teâ€. O primeiro homem que conheci que não se chamava Zé, começou a falar com frases de fino recorte, émulas daquelas que eu pensava que só eram permitidas aos habitantes dos livros.
– Não sabes quem sou, porque quando saí desta aldeia, decerto vivias no limbo da existência. Perdi o medo que nos tranca a vida nos castelos de mediocridade. Comi o pão que o diabo amassou. Com perseverança e trabalho enfrentei o destino que me colocou nesta terra, onde nem Judas quer viver, e venci. Hoje comando uma secção de uma grande indústria, mas não esqueço as minhas origens e quero ajudar os que querem ter futuro.
Esforcei-me por seguir o raciocínio, mas perdi-me no labirinto daquelas estranhas palavras. Mais tarde, percebi que o senhor José Francisco falava mais para si do que para mim ou para a minha mãe. Quando terminou o discurso, olhou-me nos olhos e perguntou:
– Queres ir para Lisboa? Tenho um amigo que é dono de uma mercearia e precisa de um marçano para fazer entregas aos clientes. Cama, comida e roupa lavada e a vida toda à tua frente.
E a minha mãe: “vai Zé, que aqui não passarás da cepa tortaâ€.

Zé Ninguém - A minha vida não dava um romance

Uma boa prenda de Natal, em sentido lato.

À venda na Bertrand, FNAC, Wook, na loja e online. No Brasil Livraria Atlântico, Leitura, Blooks, entre outras.

 60 
 em: Dezembro 26, 2023, 02:28:01  
Iniciado por Maria Gabriela de Sá - Última mensagem por Maria Gabriela de Sá

Vi nos teus olhos fome de Ser
mais do que um indefectível submisso 
A quanto não for proveniente da insubmissa natura,
Vi fome da harmonia
Do som e do solfejo
Da palavra que nunca se te fez presente ao ouvido
Na sinfonia maior,
Senti no teu olfato insaciado o odor a Terra
Fêmea criadora por concretizar,
Soube dos teus beijos o sabor do sempre aquém
O gosto parco
Do que nunca se deu por inteiro ao usufruto,
Soube
No tato suave dos teus dedos
De geografias insatisfeitas
Procuradas em corpos inconclusos
E sem pistas concludentes do verdadeiro Ser
Soube
Da tua razão emocional
Da busca do Nirvana seja lá o que isso for
E não sabendo eu nada de nada e tão pouco de ti
Só sei
Ou talvez saiba apenas
Que tu  apenas  procuras e sempre procuraste só o Amor…
Gabriela Sá

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Novembro 30, 2023, 09:31:54
Bom dia. Para todos um FigasAbraço
Agosto 14, 2023, 16:53:06
Sejam bem vindos às escritas!
Agosto 14, 2023, 16:52:48
Boa tarde!
Janeiro 01, 2023, 20:15:54
Bom Ano! Obrigada pela companhia!
Dezembro 30, 2022, 19:42:00
Entrei para desejar um novo ano carregado de inflação de coisas boas para todos
Novembro 10, 2022, 20:31:07
Partilhar é bom! Partilhem leituras, comentários e amizades. Faz bem à alma.
Novembro 10, 2022, 20:30:23
E, se não for pedir muito, deixem um incentivo aos autores!
Novembro 10, 2022, 20:29:22
Boas leituras!
Novembro 10, 2022, 20:29:08
Boa noite!
Setembro 05, 2022, 13:39:27
Brevemente, novidades por aqui!
Setembro 05, 2022, 13:38:48
Boa tarde
Outubro 14, 2021, 00:43:39
Obrigado, Administração, por avisar!
Setembro 14, 2021, 10:50:24
Bom dia. O site vai migrar para outra plataforma no dia 23 deste mês de setembro. Aconselha-se as pessoas a fazerem cópias de algum material que não tenham guardado em meios pessoais. Não está previsto perder-se nada, mas poderá acontecer. Obrigada.

Maio 10, 2021, 20:44:46
Boa noite feliz para todos
Maio 07, 2021, 15:30:47
Olá! Boas leituras e boas escritas!
Abril 12, 2021, 19:05:45
Boa noite a todos.
Abril 04, 2021, 17:43:19
Bom domingo para todos.
Março 29, 2021, 18:06:30
Boa semana para todos.
Março 27, 2021, 16:58:55
Boa tarde a todos.
Março 25, 2021, 20:24:17
Boia noite para todos.
Março 22, 2021, 20:50:10
Boa noite feliz para todos.
Março 17, 2021, 15:04:15
Boa tarde a todos.
Março 16, 2021, 12:35:25
Olá para todos!
Março 13, 2021, 17:52:36
Olá para todos!
Março 10, 2021, 20:33:13
Boa feliz noite para todos.
Março 05, 2021, 20:17:07
Bom fim de semana para todos
Março 04, 2021, 20:58:41
Boa quinta para todos.
Março 03, 2021, 19:28:19
Boa noite para todos.
Março 02, 2021, 20:10:50
Boa noite feliz para todos.
Fevereiro 28, 2021, 17:12:44
Bom domingo para todos.
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